O desgaste do PT em Santa Catarina é pra lá de brutal. Quando fazemos referência a esta sigla, por extensão, fala-se de Lula da Silva e de Décio Lima.
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Décio, que é o atual presidente do diretório estadual e que concorreu ao governo pela segunda vez consecutiva em 2022, quando chegou ao segundo turno. Foi uma conquista importante, mas fica aqui caracterizado que o resultado só foi possível graças à pulverização de candidaturas de direita.
Não foi pela sua força político-eleitoral ou mesmo do partido. E também não foi pela presença, digamos assim, de Lula como candidato a presidente que assegurou a vaga ao petista local contra Jorginho Mello.
Todos sabem da ligação de Lula e Décio. Não são apenas correligionários, mas amigos e compadres íntimos.
Clareou
Isso fica à luz do dia com o resultado da eleição direta do PT para o comando estadual. Fabiano Da Luz, apoiado por ambos, não levou no primeiro turno, como era a previsão, e como correu, aliás, na disputa nacional com Edinho Silva, respaldado pelo Palácio do Planalto e, também, pelo seu inquilino.
Cabeça a cabeça
Aqui, não. Foi uma disputa acirrada entre Da Luz e a deputada Luciane Carminatti. Resultado surpreendente. A começar pelo fato de haver cinco candidaturas, sendo três deputados estaduais e mais dois vereadores da Capital.
Derrotado
Neste contexto, a derrota do grupo lulista foi meio que generalizada. Alcançou, ainda, outras duas importantes lideranças do PT, hoje sem mandatos, mas que já ocuparam posições estratégicas em ministérios sob Lula e Dilma.
De volta ao passado
Ideli Salvatti, senadora e duas vezes deputada estadual, e José Fritsch, duas vezes prefeito de Chapecó e deputado federal. Fritsch apoiava Padre Pedro Baldissera, e Ideli, a vereadora Carla Ayres, de Florianópolis.
Amplificador
Ou seja, foi uma derrota amplificada. E o segundo turno? Claro, tem segundo turno, oportunidade na qual o favorito é Fabiano Da Luz, principalmente se o atual comando, pilotado por Décio Lima, conseguir ampliar a presença dos votantes, que foi baixíssima.
Sem adesão
Afinal, estavam habilitados a exercer o direito do voto 64 mil filiados. Contudo, pouco mais de 10 mil compareceram, um percentual que não bateu na casa dos 20%. Ao natural, mantido esse quórum, Luciane Carminatti pode surpreender.
Por osmose
Afinal, a maior parte dos votos do Padre Pedro e dos outros dois candidatos vai para ela, porque essas quatro candidaturas eram de oposição interna à de Fabiano. Uma coisa é líquida e certa.
Brilhando
A estrela de Luciane Carminatti volta a brilhar. Já havia brilhado em 2022, quando ela obteve a segunda maior votação da Assembleia Legislativa, só perdendo para Ana Campagnolo, que fez quase 200 mil votos. Carminatti conquistou mais de 90 mil sufrágios.
Pódio
Foi a segunda colocada no geral. Na eventualidade de ganhar a presidência do partido, ela passa a ser um nome considerado no processo majoritário de 2026. Claro que Décio Lima tem a preferência pela proximidade com Lula.
Cenário
Mas, se eventualmente ele fizer a opção de ir ao Senado, ela pode concorrer à sucessão estadual. Posições que podem se inverter caso Décio opte por uma terceira candidatura consecutiva ao governo catarinense.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.
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