Nesta segunda-feira, Lula da Silva fez a abertura da COP30. Delegações presentes? Em torno de 20. Gastos de R$ 4 bilhões. O que se acompanhou foram improvisações de toda ordem: desorganização, obras ainda sendo concluídas apesar da dinheirama derramada. E também a GLO para dar proteção. Mesmo assim, houve assaltos — e a comida, cara. Enfim, uma bagunça geral. Uma desmoralização do Brasil no exterior.
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Mas não bastasse a presença inexpressiva de delegações — na COP de 2023 foram quase 140 países representados —, naquele ano não foi só a quantidade de nações, mas a representatividade dos países. E quem Lula trouxe ao Pará? O príncipe William está por aqui, mas não veio como representante oficial do Reino Unido. Veio em função de todo aquele jogo envolvendo a monarquia e tudo mais. Não representa institucionalmente o país.
Vizinhança
Fiquemos, contudo, na América do Sul. O Uruguai, hoje comandado por um esquerdista, ignorou olimpicamente o evento, assim como os presidentes do Paraguai, do Chile e da Argentina, todos de direita.
Narcoditador
Colômbia e Venezuela, claro, nem poderiam estar aqui. Se Maduro tirar o nariz para fora, será preso. O mesmo vale para Vladimir Putin, que não pode sair da Rússia. Só a fina flor das ditaduras do século XXI.
Iminência
Se o sujeito(Putin) já tem ordem de prisão, a Interpol o detém imediatamente. No contexto dos BRICS — que tem um banco comandado pela ex-presidente, companheira e pupila de Lula da Silva, Dilma Rousseff — quem veio? A China nem respondeu ao chamado.
Onde?
A Índia nem representante mandou, assim como a África do Sul. Na América do Norte, Estados Unidos, Canadá e México simplesmente não tomaram conhecimento da patuscada esquerdista. Gastaram uma dinheirama — do seu, do meu, do nosso bolso— e está tudo mal organizado.
Imagem
Repercussão negativa. E Lula da Silva, que queria uma moeda anti-dólar no BRICS, não viu ninguém marcar presença. Ficou com o pincel e o ônus nas mãos. A própria liderança latino-americana do Brasil ficou comprometida. Daí ele vem com a conversa da questão climática, que é fundamental para o mundo.
Discurso e prática
Ocorre que o próprio Lula mandou implementar a expansão da exploração de petróleo na bacia do Amazonas. Ou seja, dá-lhe combustível fóssil. Não bastasse isso, houve desmatamento, abriram uma estrada na floresta, derrubando árvores que eram consideradas patrimônio da humanidade.
De olho
O próprio presidente Trump disparou contra isso diretamente dos Estados Unidos. Fala-se em superfaturamento, corrupção — ou seja, onde eles metem a mão, vira promiscuidade.
Irrelevante
E nada acontece a ponto de oferecer relevo para o Brasil no cenário internacional. Muito ao contrário. O petista ainda foi, antes da abertura, participar de um evento esvaziado na Colômbia, onde prestou solidariedade a Nicolás Maduro — que está na iminência de ser derrubado. Lula foi além: criticou o presidente Trump pela presença militar ostensiva no Caribe.
Fim da linha
Ou seja, definitivamente o governo Lula está caindo pelas tabelas. Além da incompetência e da corrupção, a situação econômica se agrava dia a dia, com a sociedade vendo seu poder aquisitivo seriamente comprometido. Nada menos que 80% da população brasileira está endividada.
Delírios
Na bolha dos lulofanáticos, no entanto, o governo se manifesta como se tudo estivesse às mil maravilhas: geração de emprego, renda, tudo maravilhoso. Em qual país, cara-pálida? No Brasil, os juros seguem na estratosfera, com a Selic a 15%.
Será?
Ou seja, é um governo cambaleante. É o país caminhando para o precipício. É difícil imaginar como Lula da Silva, o PT e a esquerda vão conseguir se sustentar até outubro do ano que vem, data das eleições gerais.
Qual é a estratégia da esquerda em Santa Catarina? Mais precisamente do PT? Qual a estratégia de uma eventual candidatura alternativa no campo conservador que não seja a de reeleição pelo PL do governador Jorginho Mello? Inexistem estratégias, tanto de um lado quanto de outro. Eles apenas estão aguardando o desastre na condução da composição liderada pelo atual governador.
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Aliás, tudo levava a crer que teríamos uma eleição de turno único, com a reeleição tranquila de Jorginho Mello, com o vice do MDB e as candidaturas ao Senado de Esperidião Amin pela União Progressista e Carol De Toni pelo Partido Liberal. Estava tudo mais ou menos bem encaminhado, até que ele — sempre ele — Jair Bolsonaro resolveu desarrumar a composição em Santa Catarina, indicando o filho, o 02, vereador há 25 anos no Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, como candidato ao Senado.
Matemática
Ao fazê-lo, evidentemente, o ex-presidente avançou sobre o espaço da deputada federal Carol De Toni. Ocorre, no entanto, que Carluxo veio para cá pelas mãos de Carol e começou a correr o estado junto com ela, dizendo que os dois eram os candidatos ao Senado. Mas, alto lá. O cidadão é um estranho, literalmente um penetra.
Falando grosso
E chega na província dizendo que é candidato — mas não só isso — já tentando definir quem disputará com ele ou quem levará os votos junto com ele, ignorando olimpicamente o governador Jorginho Mello.
Proa
Todo governador, em qualquer estado, é o principal líder político. Em Santa Catarina, além de governador, ele é o presidente estadual do PL.
Campinho
Mas, como Jorginho se curvou aos ditames do ex-presidente da República, impondo um candidato ao Senado que é seu filho — assim como já o fez em 2022, quando enfiou, goela abaixo, o 06, que não era filho de sangue, mas meio que adotivo — Bolsonaro se achou o dono da situação.
Timão
Como Jorginho Mello consentiu, acabou perdendo o controle do processo. Só que vieram as reações, certamente estimuladas pelo próprio governador, que não quis criar uma situação de atrito direto com Jair e Carlos Bolsonaro e acionou aquela que, depois de Carol De Toni, foi a segunda maior recordista de votos na eleição proporcional de 2022.
Força
Aliás, Ana Campagnolo fez quase 200 mil votos — mais do que 15 dos 16 deputados federais eleitos, com exceção de Carol. Registre-se que a votação de Campagnolo, proporcionalmente falando, foi muito mais significativa à Assembleia do que a de Carol à Câmara Federal.
Proporções
Ana conquistou quase 200 mil sufrágios à Assembleia. Carol fez quase 250 mil à Câmara Federal, onde há 16 vagas — número inferior de candidatos. A Alesc dispõe de 40 cadeiras e o número de candidatos é sempre muito superior.
Roupa suja
A partir da reação da deputada estadual do PL, foi um bate-boca geral pelas redes sociais, com a reação do próprio Carlos, do irmão Eduardo e a voz de ponderação do primogênito, Flávio — e por aí vai.
Sem condições
Mas, para resumir a história, o cenário segue patinando na tecla da candidatura ao Senado na chapa do governador. O PL conflagrado. Olhando para o futuro breve, está cristalino que Carluxo não tem condições de concorrer em Santa Catarina. Essa ficha terá que cair para ele, para os seus irmãos, para o seu pai — porque, se concorrer, corre o sério risco de ser derrotado.
Alerta
Este seria um péssimo cenário para o governador, pois há a possibilidade de esse “projeto” esfarelar o potencial eleitoral do bolsonarismo em Santa Catarina. Porque a origem do perfil eleitoral de Santa Catarina não está no bolsonarismo — está no conservadorismo.
Guinada
A partir de 2018, esse conservadorismo ganhou tonalidades de bolsonarismo. Portanto, se Bolsonaro não deseja perder a condição de estrela política em Santa Catarina, que se livre o quanto antes de Carluxo como candidato por aqui e o lance em outro estado. Sem o que, ele pode ser derrotado — e o bolsonarismo pode deixar de existir em Santa Catarina, estado que parece rumar para a retomada apenas das características do conservadorismo.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.