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Oeste na ribalta

Por Cláudio Prisco Paraíso
21/03/2025 - 09h32

Já registramos neste espaço, em outras oportunidades,  que Jorginho Mello foi o primeiro governador eleito como legítimo representante do Oeste catarinense. Também já avaliamos a perspectiva de cenário para 2026, em que dois representantes da região poderão se enfrentar. O atual governador, candidato à reeleição, e o prefeito reconduzido em Chapecó, João Rodrigues. Jorginho do PL, João do PSD.

Coincidentemente, ou não, foi marcado o lançamento da pré-candidatura de João Rodrigues ao governo para o dia 22, sábado. E ontem o governo se instalou na Capital do Oeste, com o programa Santa Catarina Levada a Sério, oportunidade na qual o governador recebeu, individualmente, os prefeitos da região.

Assim já ocorreu em várias outras microrregiões das 21 que compõem Santa Catarina. João Rodrigues marcou presença, mas foi uma passagem meteórica. O que se observa é marcação de território eleitoral.

O governador não deixou por menos ao realizar um evento administrativo na véspera, tentando com isso, claro, esvaziar a movimentação em torno de João Rodrigues ou tentando sensibilizar parlamentares e prefeitos a ignorar o evento a ser protagonizado pelo rival pessedista.

Paranaense

João Rodrigues, inclusive, já confirmou a presença de Ratinho Júnior, governador reeleito do estado vizinho do Paraná e tido como o único pré-candidato do PSD à Presidência da República.

Encruzilhada

João Rodrigues terá que fazer uma opção. Afinal, ele está com Jair Bolsonaro e o candidato por ele avalizado para 2026 ou o catarinense vai estar com a pré-candidatura de um correligionário, no caso Ratinho? O curioso é que o prefeito de Chapecó tem deixado muito claro que é fiel escudeiro de Jair Bolsonaro.

Quarteto

Só que Jair Bolsonaro em momento algum cita Ratinho Júnior como uma das alternativas da direita para 2026. Muito ao contrário.

Quando não fala da ex-primeira-dama, Michelle, ou de um dos dois filhos, Flávio ou Eduardo,  no máximo o ex-presidente cita Tarcísio de Freitas, e mais recentemente chegou a lembrar os nomes de Romeu Zema e de Ronaldo Cariado.

Fora do jogo

Ratinho Júnior, contudo, em nenhum momento é citado. De qualquer forma, o grande Oeste catarinense ganha, digamos, um destaque todo especial na política catarinense já na véspera das eleições de 2026.

Perspectiva

Condição que poderá se consolidar se efetivamente tivermos um enfrentamento eleitoral entre duas candidaturas do Oeste, o que nunca ocorreu em Santa Catarina. Pelo menos depois que as eleições diretas foram restabelecidas, em 1982.

Mudança de patamar

Ao Oeste, desde então, sempre coube posição de coadjuvante. Se observarmos, em 1982, o vice de Esperidião Amin foi Vitor Fontana. Do Oeste. O vice de Jaison Barreto foi João Linhares, também representante da região. E assim sucessivamente. Pedro Ivo Campos, quando se elegeu, tinha Casildo Maldaner  de vice, que chegou ao governo pelo falecimento do titular.

Trocando em miúdos: o protagonismo do Oeste é bem-vindo e promete um momento eletrizante.

Surpresa zero

Por Cláudio Prisco Paraíso
20/03/2025 - 08h38

Conforme vaticinamos aqui, que dificilmente Lula da Silva viria a SC, o Palácio do Planalto confirmou oficialmente o cancelamento da viagem presidencial a Itajaí, inicialmente prevista para o dia 20. A notícia, evidentemente, já havia vazado.

Já era voz corrente que Lula da Silva não viria, mas aproveitando essa manifestação palaciana, é possível raciocinarmos por que o petista não virá ao estado. Aliás, em quase dois anos e meio de mandato, uma única visita em solo catarinense. Coincidentemente, em Itajaí, onde ele viria novamente.
Itajaí é administrada pelo prefeito Robison Coelho, do PL. O PT sequer lançou candidato na cidade. E aí veio a federalização do Porto de Itajaí, uma espécie de vingança de Décio Lima para cima de seus conterrâneos. Ele nasceu na cidade portuária.

E já foi superintendente do Porto. Em 2022, acabou derrotado ao governo do Estado, por larga margem. Aliás, a sova não foi só nele.
O próprio Lula também foi a nocaute por aqui. Ele fez 30%, enquanto Bolsonaro conquistou 70% no segundo turno. Mas por que Lula não veio? Não apenas porque aqui não tem ambiente pra ele. A sua rejeição já é de 78% do seu governo.

Distância

Quando vier, Lula não será recebido nem pelo governador e nem pelo prefeito de Itajaí. Sua imagem e popularidade estão derretendo lá em cima também, no Nordeste. Imaginem no Sul do país, assistindo a esse descontrole econômico e financeiro, que está comprometendo o poder aquisitivo do brasileiro.

Motivos

Mas ele não vem apenas por esses motivos. É porque no dia 6 de junho tem eleição direta dos filiados do PT para eleger um novo presidente. Hoje, o partido é pilotado por Décio Lima, que não largou o comando da sigla apesar de ter assumido a presidência do Sebrae nacional. Simples assim.

Viajando Lima

Décio sabe que não tem reeleição e por isso mesmo não deve se arriscar a uma disputa.
Já existem dois candidatos de oposição, dois deputados. Padre Pedro Baldissera e o líder Fabiano da Luz. No final, vão estar numa candidatura só. Até porque os dois são do Oeste.

Senado

Décio Lima não vai para uma terceira candidatura ao governo, conforme já havíamos antecipado no ano passado. Primeiro porque não vai conseguir a indicação. E segundo, porque seria uma terceira derrota, igualmente acachapante. Décio vai tentar uma candidatura ao Senado, que, assim como Bolsonaro, Lula já começa a priorizar.

Câmara Alta

A renovação será de dois terços no Senado. Os brasileiros elegerão 54 novos senadores, dois de Santa Catarina. Ou seja, Décio Lima não apenas perde o controle do partido como também perde a primazia de uma candidatura ao governo.

Descontrole

Vai ter que se sujeitar a uma candidatura ao Senado, mesmo que esse seja o seu objetivo e de Lula da Silva. Mas, isso mostra que ele perdeu o controle da situação, que o seu grupo interno não é mais majoritário no partido.

Adiamento

E isso também fez com que Lula jogasse para o segundo semestre uma visita. Preferiu não vir aqui já num clima eleitoral interno; situação que eles prezam muito.

Correndo

De modo que o quadro é mais ou menos esse. Lula da Silva batendo em retirada. O petista não quer saber de Santa Catarina, porque sabe que aqui o ambiente é hostil.

Desgaste

Vamos observar o desenrolar dos acontecimentos, mas a cada dia que passa o quadro econômico se agrava e o desgaste de Lula e de seu governo aumenta.

Norte a Sul

Esse desgaste todo já é uma realidade nacional, ocorre nos nove estados nordestinos que, em última análise, o elegeram Presidente da República. É fácil imaginar o quadro periclitante do inquilino Palácio do Planalto nos estados do Centro-Oeste, do Sudeste e especialmente do Sul. Sempre lembrando, Santa Catarina é o estado mais conservador da federação. E, além de essencialmente conservador, é um estado potencialmente bolsonarista.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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