Fechar [x]
APOIE-NOS
Seara/SC
20 °C
14 °C
Início . Blogs e Colunas .Cláudio Prisco Paraíso

O sistema reage

Por Cláudio Prisco Paraíso
20/08/2024 - 08h05.Atualizada em 20/08/2024 - 08h06

Os dias parecem contados para Alexandre de Moraes. Pintou e bordou, respaldado pelo sistema, ou seja, pelo próprio STF, seus colegas ministros e pelo governo petista, além de várias instituições e entidades aparelhadas. Afinal de contas, ele era o grande personagem do consórcio Planalto-Supremo.

Só que, progressivamente, Alexandre foi queimando o filme. Acabou se indispondo aqui, ali, sempre ousado. Agressivo, sem limites. E foram deixando.

Enquanto ele interessava ao status quo, ao establishment, tudo bem. Mas, a partir do momento em que ele se transforma num obstáculo, a situação precisa ser reavaliada pelos donos do poder. E está sendo devidamente reavaliada, claramente.

Há quem possa dizer, por exemplo, que não se trata disso. Tivemos o depoimento do presidente do Supremo, Luiz Roberto Barroso, sempre saltitante. O boquirroto decano do STF, Gilmar Mendes, também saiu em defesa do colega de bancada. Faz parte do espetáculo.

Espírito de corpo

Não se poderia esperar algo diferente de Gilmar, nem de Barroso. Ele deu a declaração de corpo presente e lá estava Alexandre. Essas duas figuras lamentáveis iriam e vão defendê-lo até onde for possível.

Descartável

Ora, é evidente que, a partir do momento em que o Supremo e o governo podem vir a ficar ameaçados, precisando acionar a guilhotina e imolar alguém, será aquele que os serviu, mas que pode ser alguém que venha a prejudicar os planos futuros.

Excessos

Alexandre foi muito além do que deveria ter ido. Acabou se indispondo com alguns setores com os quais não deveria. Primeira situação: Elon Musk, o mega empresário sul-africano radicado nos Estados Unidos, com quem teve um último capítulo na semana passada.

Tchau, querido

O empresário encerrou as operações do X, ex-Twitter, no Brasil. Mas o brasileiro vai continuar frequentando o aplicativo. Desde que o ditador não derrube a rede em todo o país. Ele, na fragilidade que enfrenta, terá coragem de derrubar, assim como fez Nicolás Maduro na Venezuela, considerando que já tem convocação para 7 de setembro? A conferir.

Enxurrada

Os veículos de comunicação, inclusive aqueles segmentos absolutamente associados ao consórcio Planalto-Supremo, estão abrindo as comportas. A Folha de S.Paulo embarcou de corpo inteiro na Vaza-Toga, que foi tornada uma realidade pelo mesmo que viabilizou a Vaza-Jato. Ou seja, o cerco está se fechando.

Tic-tac

Os dias de Alexandre, o pequeno, o diminuto, estão contados. Seu dia está chegando. Outro aspecto fundamental desse caldeirão foi o despacho do comunista Flávio Dino, que resolveu fulminar de morte com as emendas impositivas.

Troco

Na sequência, Arthur Lira resolveu destravar a PEC que limita o poder das decisões monocráticas dos ministros do Supremo. Muita coisa está por acontecer e temos que ficar bem atentos porque o mês de agosto promete.

Estratégia para o Senado em 2026

Por Cláudio Prisco Paraíso
17/08/2024 - 09h31.Atualizada em 17/08/2024 - 09h31

Em 2022, Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, ousou. Jorginho Mello não tinha aliado, aliás, tinha o modestíssimo PTB do então deputado Kennedy Nunes, que concorreria ao Senado. Mas estava em disputa apenas uma vaga à Câmara Alta.

Foi quando Bolsonaro resolveu indicar Jorge Seif, que foi seu secretário Nacional da Pesca, e considerado como o 06, tamanha ligação que tinha com o então Presidente da República. Foi um impacto, mas será que isso vai dar certo? Era a grande pergunta daqueles dias.  E deu.  Em 2018, Lucas Esmeraldino, que presidia o PSL catarinense, não se elegeu senador por 18 mil votos, ficando nos calcanhares justamente de Jorginho Mello.

Lá em 2018, foram seis estaduais e quatro federais eleitos na onda Bolsonaro. Em 2022, o crescimento foi significativo: 11 estaduais, seis federais, e, ainda, o senador, como apreciamos, além do governador. Moisés da Silva lá atrás e depois Jorginho Mello.  Quando olhamos para 2026, por ora, Bolsonaro está inelegível.

Ledo engano

É pouco provável que essa decisão seja revertida, mas, como ocorreu com Lula em 2022, depois de barrado em 2018, se faz necessária a cautela e a observação atenta ao quadro. Não só político, mas partidário-eleitoral. Além, é claro, neste país, avaliar tudo sob o aspecto do Judiciário. 

Incógnita

E Bolsonaro, dessa vez, vai ousar novamente?  Sim, porque se especula Carlos Bolsonaro, que é vereador pelo Rio. Flávio, o primogênito, vai ser candidato à reeleição por lá. E Eduardo, deputado federal por São Paulo deverá concorrer ao Senado por aquele estado.

Ah, tá

Falaram até em Michelle Bolsonaro para a Câmara Alta por SC. Possibilidade zero. A ex-primeira-dama está escalada para concorrer ao Senado pelo Distrito Federal. Mas, pelo visto, Bolsonaro não vai repetir o movimento da eleição passada, quando colocou Seif para concorrer em Santa Catarina. Portanto, Carlos está fora de cogitação.

Missão impossível

A operação familiar visando o Senado é de elevadíssimo risco. Por mais forte eleitoralmente que seja, o ex-presidente.  E como ficaria o Senado pelo PL catarinense?  O nome absolutamente natural é o da deputada federal Carol De Toni.  

Campeã

Não só porque ela fez quase 250 mil votos na última eleição, votação que só não conseguiu suplantar a de Esperidião Amin federal no passado recente.

Consolidação

Carol De Toni teve a maior votação do pleito proporcional. Outro aspecto. Já no segundo mandato, a catarinense conseguiu uma façanha que é digna de registro: presidir a poderosíssima CCJ da Câmara dos Deputados. 

Filtro

Absolutamente tudo o que tramita na Câmara passa pela Comissão de Constituição e Justiça. 

E mais do que isso. De Toni cada vez mais consolida a sua liderança, não apenas dentro do PL catarinense, mas sobretudo em Brasília, com a cúpula liberal do partido e com a própria família Bolsonaro.

Espaço

Diferentemente de 2022, em 2026 são duas vagas ao Senado.  A de Esperidião Amin e a de Ivete Appel da Silveira, que substituiu Jorginho Mello. 

Divisão

Ficando uma vaga para o PL, no caso para Carol De Toni, falava-se muito em Esperidião Amin na segunda vaga, partindo da premissa de uma coligação dos progressistas com o PL. 

Guinada

Só que, nos últimos dias, passou a entrar no circuito, quem sabe, um entendimento entre os antigos rivais e até desafetos progressistas e emedebistas para uma composição na majoritária.

Alternativa

Ou seja, a convergência poderia levar a uma terceira via, com MDB e PP não ficando a reboque nem do PSD e nem do PL.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

24 horas

Portal49
www.portal49.com.br
© 2020 - 2024 Copyright Portal 49

Demand Tecnologia
WhatsApp

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a nossa Política de Privacidade. FECHAR