Santa Catarina tem nova governadora por um período curtíssimo. Desde domingo à noite, a vice Marilisa Bohem responde pela administração estadual até o final desta terça-feira. Pela quarta vez, ela assume a proa estadual, mas essa é a mais curta de todas as interinidades. Apenas 48 horas.
Jorginho Mello acompanha a comitiva da Fiesc e participa, em Santiago, do Santa Catarina Day, que é uma iniciativa da Federação das Indústrias presidida pelo industrial Mário Cezar de Aguiar.
Uma iniciativa que visa dinamizar e ampliar as relações bilaterais comerciais entre os dois países. Jorginho Mello também deseja implementar, no curtíssimo prazo, o que hoje já se registra para Lisboa e para o Panamá: voo direto de Florianópolis a Santiago do Chile.
No alvo
Paralelamente a isso, antes de deixar o governo, Jorginho esteve na Festa do Tiro em Jaraguá do Sul, no dia do encerramento. Numa entrevista à Jovem Pan local, ele confirmou o nome do deputado estadual Antídio Lunelli para a Secretaria da Agricultura. Esse convite já foi formulado há alguns meses.
Persistência
O empresário e deputado vinha resistindo bravamente, mas diante das insistências do governador, que o desejava compondo o secretariado, o jaraguaense acabou aceitando. Ainda mais agora que o chefe do Executivo estadual pretende dar uma prioridade absoluta à Agricultura, contando com o peso de Antídio no colegiado.
Solenidade
Depois de toda essa pressão, o parlamentar cedeu. A investidura de Antídio deverá ocorrer, muito provavelmente, até o final desta semana, semana que tem um feriado da Consciência Negra no meio, na quarta-feira. Como Jorginho Mello retorna na terça, no final do dia, muito provavelmente na quinta ou sexta-feira deverá ocorrer o ato de posse de Antídio Lunelli.
Três pastas
Durante sua passagem por Jaraguá do Sul, quando foi recepcionado e teve como anfitrião o prefeito reeleito Jair Franzner, Jorginho Mello também confirmou outro nome, também de Jaraguá do Sul, muito embora tenha transferido agora tanto domicílio residencial quanto o eleitoral para Itajaí. Mas a sua origem é Jaraguá. Trata-se do deputado federal Carlos Chiodini, que, nos próximos dias, está reassumindo a presidência estadual do MDB.
Incógnita
Só não foi revelada qual seria a Secretaria que ele pilotará, mas Jorginho, além de ter confirmado a sua presença no primeiro escalão, disse que ele vai fazer a interlocução do estado, da administração estadual, com o governo da União.
Perfil da pasta
Claro que para fazer essa interlocução não seria possível uma secretaria, tipo Meio Ambiente e Economia Verde; ou até mesmo Segurança Pública. Tem que ser uma secretaria de atividade meio.
Restrição
Nesse contexto, as opções não são muitas, a não ser que ele esteja pensando em criar alguma nova secretaria, o que também não pegaria bem num momento desses. Então seria mesmo a Casa Civil, que inclusive o presidente da Assembleia, Mauro de Nadal, falou a respeito com Jorginho Mello.
Adjunto
Nessa hipótese, Marcelo Mendes voltaria à condição de adjunto, como ocorreu lá no início do governo, quando o titular foi o deputado licenciado Estêner Soratto, hoje prefeito eleito do Tubarão.
Remanejar
Se não for a Casa Civil, eventualmente algum remanejamento na equipe pode ocorrer. Tipo a saída de Edgar Usuy da Secretaria do Planejamento, o que poderia ceder espaço a Chiodini.
O Planejamento ficaria dentro de um perfil interessante para esse tipo de missão que Jorginho Mello já antecipou para Carlos Chiodini.
Juntos e reunidos
Isso também consolida a ampliação dos espaços do MDB no governo. E o compromisso de que estarão no projeto de reeleição 2026 de Jorginho Mello. Levando em conta que o MDB já tem um representante no secretariado, o também deputado licenciado Jerry Comper, titular da Secretaria da Infraestrutura.
Não há mais a menor dúvida de quem está por trás desta verdadeira saraivada de críticas e de ataques ao governo do Estado. Sim, é ele, o PSD, partido que costuma trabalhar, jogar, articular e se movimentar nos bastidores. Bem como no submundo rasteiro da política.
É o PSD que procura desestabilizar a administração estadual, fazendo oposição à atual gestão. E essa ofensiva tem, também, por objetivo tentar, digamos, levar o MDB a refletir melhor sobre a permanência no governo, agora com mais espaço. Tentam com isso amedrontar as lideranças emedebistas para, de alguma forma, tentar mantê-las próximas de um eventual projeto do PSD em 2026.
Mas, evidentemente que os emedebistas já perceberam o jogo e, claro, não vão se submeter a essa movimentação, a essa mobilização pessedista. Até porque o partido, no final das contas, não tem nada ao que oferecer, absolutamente nada a ofertar ao MDB.
Ocupando espaços
Há outra leitura que indica que o PSD quer tirar o Manda Brasa do governo para que os próprios pessedistas ocupem os espaços dos emedebistas.
Marcado
Aliás, o PSD perdeu uma grande oportunidade de praticar um gesto na campanha eleitoral da cidade com o maior poderio econômico do Estado, Itajaí, onde o deputado federal Carlos Chiodini veio a ser candidato pelo MDB.
Sem composição
Ali tinha a candidatura do jovem radialista e vereador Osmar Teixeira. Chiodini tentou costurar um acordo para que Teixeira ficasse de vice, para que ele, chegando na cidade, com domicílio eleitoral recentemente transferido, pudesse ter mais musculatura para enfrentar a candidatura favorita, e que se sagrou vitoriosa, a do liberal Robison Coelho.
Quem?
E o PSD fez olhar de paisagem. Chiodini, que foi eleito presidente do MDB no estado, estava licenciado para concorrer em Itajaí. Ficou em terceiro lugar, com apenas 16% dos votos. Atrás inclusive do próprio Osmar Teixeira.
Lavada
É bem verdade que o somatório dos dois não chegaria à performance de Robison Coelho, mas que Chiodini sairia mais fortalecido das urnas, isso sairia.
Dúvida
Mas, o PSD verdadeiramente deseja ter candidato ao governo? Essa é sempre uma interrogação que permeia o universo política estadual.
Senado
João Rodrigues já se apresenta como pré-candidato, mas conta com quem de aliado? Por enquanto União Brasil e o Podemos. Muito pouco para quem deseja provocar um segundo turno em 2026.
Canhotada
Sim, porque existe a esquerda, tem o PT, partido que fez apenas sete prefeituras. O restante da esquerda zerou, nenhuma prefeitura conquistada em outubro. Mas em eleição nacional e estadual, o PT costuma bater no segundo turno na casa dos 30 pontos percentuais.
Patamar
No primeiro turno, fica na média dos 20%. Na última, foram 17%, 18%, mas chegam normalmente a 20%, 25%. Quem garante que João Rodrigues ficaria acima do PT na eventualidade de uma grande final em 2026 sem definição no primeiro turno?
Majoritária
Então, o PSD pode estar fazendo essa marola toda de pré-candidatura de João Rodrigues, mas imaginando que daqui a pouco ele possa pegar uma carona na chapa encabeçada por Jorginho Mello como um dos candidatos ao Senado. Mas resta saber se logo ali à frente haverá clima para isso, considerando-se a operação desencadeada pelos pessedistas para fragilizar o governo Jorginho Mello.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.