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Passado vai ficando distante

Por Cláudio Prisco Paraíso
08/02/2024 - 18h28.Atualizada em 08/02/2024 - 18h29

O MDB e o PP são os principais rivais da história política de Santa Catarina. MDB, que começou no período do regime militar como Movimento Democrático Brasileiro. Depois, em 1979, com a chegada do pluripartidarismo, a sigla virou PMDB. O PP de hoje foi a origem da Arena no bipartidarismo. Depois disso, o PDS.

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Em 1982, tivemos o primeiro grande enfrentamento com Esperidião Amin (PDS) ganhando de Jaison Barreto (PMDB) por 12,5 mil votos, 0,5% dos eleitores à época. 

Depois, quem chegou lá foi o emedebista Pedro Ivo Campos (PMDB), revezamento que se seguiu até o começo do século, quando as duas siglas começaram a perder protagonismo. 

A última vez que o PP comandou Santa Catarina foi em 2002, quando o próprio Amin terminou seu segundo mandato após ser derrotado por Luiz Henrique da Silveira. 

A próxima eleição estadual será em 2026, quando o PP completará 24 anos longe da administração estadual. 

Saudoso

LHS foi reeleito em 2006. Renunciou em 2009 em favor do, à época, tucano e seu vice, Leonel Pavan. A rigor, o MDB ficou até 2009 na proa catarinense. Estamos falando em 17 anos longe do poder central se considerarmos o próximo pleito estadual. 

Não conta

Não estamos esquecendo de Eduardo Moreira, que cumpriu seu segundo mandato-tampão em 2018, após a renúncia de Raimundo Colombo para disputar o Senado. Moreira foi vice de Colombo nos dois mandatos do ex-governador. 

Sabotador

Na prática, contudo, Eduardo Moreira não representou o MDB. Muito ao contrário. Ajudou a bombardear o próprio partido que ele presidiu por 10 anos, tendo sido três vezes vice-governador. Sempre na sombra. Nunca foi testado nas urnas como cabeça de chapa. 

Desafetos

Por que, em 2018, ele trabalhou contra o partido? Porque tinha como rival, desafeto interno, justamente aquele que veio a ser candidato a governador, Mauro Mariani. À frente da máquina estadual, Moreira trabalhou contra, atuou de todas as formas para desestabilizar o projeto do Manda Brasa. 

Marca

Pela primeira vez na história, o MDB não chegou ao segundo turno em Santa Catarina, o que vinha ocorrendo desde 1982. 

Antes da adoção da eleição em dois turnos, o MDB sempre foi o primeiro ou o segundo colocado na preferência dos catarinenses. 

Mesmo barco

Inapelavelmente, o MDB e o PP vão desistir de projetos solos em 2026. Isso é evidente. Em 2018, Mauro Mariani não foi ao segundo turno e em 2022, o partido indicou Udo Döhler como vice de Moisés, chapa que também não chegou ao round decisivo. 

Mesmo caminho

Assim como o PP. Partido que, na figura de Esperidião Amin, cometeu o erro, em 2022, de não se aliar a Jorginho Mello e o seu PL. PP e PL eram irmãos quase siameses em Brasília. Mas por aqui não houve casamento. Amin, que tinha mais quatro anos de Senado, imaginou que, como candidato ao governo, asseguraria a reeleição da mulher Angela como deputada federal e a do filho, João, a estadual. 

Bola fora

Se a família tivesse aceitado a proposta de Jorginho Mello, hoje dona Angela seria vice-governadora e muito provavelmente João Amin teria conquistado a reeleição para a Alesc. 

Convergência 

Não resta a menor dúvida de que os dois principais rivais da política catarinense por mais de quatro décadas têm tudo para estarem juntos trabalhando pela reeleição de Jorginho Mello.

Vagas

Tanto o PP quanto o MDB terão espaços na majoritária de 2026, quando serão renovadas duas vagas ao Senado, além das posições de governador e de vice. 

Uma vaga obviamente é de Jorginho, uma do PP, outra do MDB e a quarta posição ficaria para um outro partido, que deverá ser recrutado pelo governador dentro do seu projeto de reeleição.

Lira peita Lula

Por Cláudio Prisco Paraíso
07/02/2024 - 08h18.Atualizada em 07/02/2024 - 08h18

Terça-feira, 6, foi o primeiro dia de sessão tanto na Câmara quanto no Senado. Arthur Lira, o líder do Centrão, que andava meio sumido, mas deu o ar da sua graça na véspera, segunda-feira. 

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Vamos refrescar a memória. O presidente da Câmara dos Deputados ignorou olimpicamente aquele espetáculo circense do 8 de janeiro deste ano, quando a Organização comemorou a derrocada do “golpe terrorista” de 2023. Eles ainda imaginam que vão conseguir convencer a opinião pública brasileira de que aquilo foi golpe. 

Primeiro, que não houve sequer tentativa de golpe e muito menos, portanto, “golpe.” O país assistiu, atônito, ao mais puro vandalismo. Patrocinado pela esquerda, com a conivência e possivelmente o estímulo do governo.

Ora, estão subestimando a inteligência do povo brasileiro. Que brincadeira é essa? Arthur Lira não só marcou sua posição não comparecendo àquele espetáculo deprimente, esvaziado, aliás, pois lá estavam apenas o presidente de plantão, ministros de Estado e do STF, além de alguns governadores e a claque de áulicos de sempre. 

Fora dessa

Lira também ignorou olimpicamente, na semana passada, tanto o reinício das atividades do Supremo como a posse de Ricardo Lewandowski no Ministério da Justiça. 

Alto e bom som

Nesta segunda, 5, o presidente da Câmara usou da palavra. E mandou recados endereçados ao conluio governo-STF. Não é flor que se cheire esse Arthur Lira, mas diante da omissão de Rodrigo Pacheco, o presidente do Congresso, que é um capacho com requintes de vassalo, Lira tenta manter uma das Casas Legislativas com certa independência. 

Protagonismo?

Nos recados enviados a Lula da Silva, Lira declarou que os deputados federais não vão pecar por omissão. Vão se posicionar. Ele também afirmou que é bom que não subestimem a Câmara. 

Atuação

O deputado do PP de Alagoas lembrou que, em 2023, a Casa aprovou a Reforma Tributária, o Arcabouço Fiscal e a Reforma Ministerial. O presidente da Câmara enfatizou, ainda, que os deputados não vão abrir mão da participação efetiva no Orçamento da União. 

Pé de ouvido

Ou seja, ou o governo vem para a conversa junto ao comando da Câmara ou vai passar trabalho em 2024. 

Contabilidade

O PT e o Planalto sabem muito bem que o presidente da Câmara controla mais do que o dobro de parlamentares do que aqueles considerados fiéis ao governo. Lula e seus camaradas contam com cerca de 150 deputados fielmente alinhados. Lira influência mais de 300. 

Poder

Os sistemas da Câmara e do Senado são presidencialistas; e o presidente tem muita força nas duas Casas, inclusive para abrir pedidos de impeachment. 

Omissão

Algo que, aliás, Rodrigo Pacheco não faz em relação ao STF, onde repousam mais de três dezenas de pedidos de impedimento de supremas togas. 

Contraponto

Assim como o Planalto é protegido por Pacheco, se o governo não vier para uma conversinha de pé de ouvido com Lira, poderá se incomodar. Basta lembrar de Eduardo Cunha. O desfecho foi o impeachment de Dilma Rousseff.

Empecilho

Lula da Silva terá que trocar Alexandre Padilha como ministro da Articulação Política. Arthur Lira não conversa mais com ele. Os últimos interlocutores governistas junto ao presidente da Câmara foram o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o líder do governo Lula, José Guimarães. 

Variáveis

O ano é eleitoral e Lula da Silva sabe disso. O PT precisa eleger prefeitos, especialmente nas grandes metrópoles brasileiras. Se o ambiente estiver tensionado na Câmara, isso pode criar desestabilidade político-eleitoral ao desgoverno do PT.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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