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Estratégia para o Senado em 2026

Por Cláudio Prisco Paraíso
17/08/2024 - 09h31.Atualizada em 17/08/2024 - 09h31

Em 2022, Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, ousou. Jorginho Mello não tinha aliado, aliás, tinha o modestíssimo PTB do então deputado Kennedy Nunes, que concorreria ao Senado. Mas estava em disputa apenas uma vaga à Câmara Alta.

Foi quando Bolsonaro resolveu indicar Jorge Seif, que foi seu secretário Nacional da Pesca, e considerado como o 06, tamanha ligação que tinha com o então Presidente da República. Foi um impacto, mas será que isso vai dar certo? Era a grande pergunta daqueles dias.  E deu.  Em 2018, Lucas Esmeraldino, que presidia o PSL catarinense, não se elegeu senador por 18 mil votos, ficando nos calcanhares justamente de Jorginho Mello.

Lá em 2018, foram seis estaduais e quatro federais eleitos na onda Bolsonaro. Em 2022, o crescimento foi significativo: 11 estaduais, seis federais, e, ainda, o senador, como apreciamos, além do governador. Moisés da Silva lá atrás e depois Jorginho Mello.  Quando olhamos para 2026, por ora, Bolsonaro está inelegível.

Ledo engano

É pouco provável que essa decisão seja revertida, mas, como ocorreu com Lula em 2022, depois de barrado em 2018, se faz necessária a cautela e a observação atenta ao quadro. Não só político, mas partidário-eleitoral. Além, é claro, neste país, avaliar tudo sob o aspecto do Judiciário. 

Incógnita

E Bolsonaro, dessa vez, vai ousar novamente?  Sim, porque se especula Carlos Bolsonaro, que é vereador pelo Rio. Flávio, o primogênito, vai ser candidato à reeleição por lá. E Eduardo, deputado federal por São Paulo deverá concorrer ao Senado por aquele estado.

Ah, tá

Falaram até em Michelle Bolsonaro para a Câmara Alta por SC. Possibilidade zero. A ex-primeira-dama está escalada para concorrer ao Senado pelo Distrito Federal. Mas, pelo visto, Bolsonaro não vai repetir o movimento da eleição passada, quando colocou Seif para concorrer em Santa Catarina. Portanto, Carlos está fora de cogitação.

Missão impossível

A operação familiar visando o Senado é de elevadíssimo risco. Por mais forte eleitoralmente que seja, o ex-presidente.  E como ficaria o Senado pelo PL catarinense?  O nome absolutamente natural é o da deputada federal Carol De Toni.  

Campeã

Não só porque ela fez quase 250 mil votos na última eleição, votação que só não conseguiu suplantar a de Esperidião Amin federal no passado recente.

Consolidação

Carol De Toni teve a maior votação do pleito proporcional. Outro aspecto. Já no segundo mandato, a catarinense conseguiu uma façanha que é digna de registro: presidir a poderosíssima CCJ da Câmara dos Deputados. 

Filtro

Absolutamente tudo o que tramita na Câmara passa pela Comissão de Constituição e Justiça. 

E mais do que isso. De Toni cada vez mais consolida a sua liderança, não apenas dentro do PL catarinense, mas sobretudo em Brasília, com a cúpula liberal do partido e com a própria família Bolsonaro.

Espaço

Diferentemente de 2022, em 2026 são duas vagas ao Senado.  A de Esperidião Amin e a de Ivete Appel da Silveira, que substituiu Jorginho Mello. 

Divisão

Ficando uma vaga para o PL, no caso para Carol De Toni, falava-se muito em Esperidião Amin na segunda vaga, partindo da premissa de uma coligação dos progressistas com o PL. 

Guinada

Só que, nos últimos dias, passou a entrar no circuito, quem sabe, um entendimento entre os antigos rivais e até desafetos progressistas e emedebistas para uma composição na majoritária.

Alternativa

Ou seja, a convergência poderia levar a uma terceira via, com MDB e PP não ficando a reboque nem do PSD e nem do PL.

Acomodações partidárias inesperadas

Por Cláudio Prisco Paraíso
16/08/2024 - 08h49.Atualizada em 16/08/2024 - 08h49

O acordo consumado entre o MDB e o PP em Joinville, maior município e maior colégio eleitoral do estado, é uma realidade que ganha espaço já nas eleições deste ano, marcadas para 6 de outubro.

Por muito pouco, esse acordo não aconteceu em Itajaí, com os Progressistas respaldando o deputado federal Carlos Chiodini, emedebista de cruz na testa.

A direção estadual do PP respeitou o entendimento local quando o partido decidiu por subir no palanque do liberal Robison Coelho. Mas assim como em Joinville, teremos dobradinha de MDB e PP em Indaial e Gaspar, no Médio Vale de Itajaí; em Braço do Norte, no Sul. Só para ilustrar.

Leodegar Tiskoski, do alto da sua experiência de ex-deputado federal e estadual, tendo presidido o PDS também e agora de volta à proa do PP, não esconde que tem conversado quase que diariamente com o deputado federal Valdir Cobalchini, presidente do MDB catarinense. O parlamentar assumiu a proa da nau do Manda Brasa com a licença de Carlos Chiodini, que está totalmente mergulhado na campanha de Itajaí, onde é candidato a prefeito.

Ali adiante

A ideia é que os partidos possam estar juntos em 2026. O pleito de 2024 seria apenas uma prévia daquilo que se imagina que venha a ser concretizado na próxima eleição estadual. Resistências estão sendo neutralizadas, superadas. Na verdade, está em curso uma quebra de paradigmas.

História

Sim, Pedro Ivo Campos e Luiz Henrique da Silveira foram adversários ferrenhos de Esperidião Amin. A história conta, registra e foram décadas de rivalidade. Que ficaram lá, na história. Os tempos são outros. A polarização entre MDB e PP, que durou quase 35 anos, deixou de ser uma realidade. Hoje, o principal enfrentamento é entre o PL e o PT, liberais contra petistas.

Curriculum

Ora, como o MDB e o PP foram os partidos que mais governaram Santa Catarina ao longo das últimas quatro décadas, por que não buscar uma convergência até para mudar o eixo? Outro detalhe: esses dois partidos somados têm mais de 300 mil filiados. O PP está na expectativa de eleger de 50 a 60 prefeituras. Atualmente, tem mais de 40 cargos municipais sob sua gestão.

Centenário

O MDB tem perto de 100 municípios. Quer repetir os três dígitos. A tendência é que perca um pouco de consistência. Mas, se ficar na casa de 70, 80 prefeituras, seguirá sendo muito forte no interior catarinense.

Convergência

Os dois partidos, somados, poderiam ter 130 prefeitos, sem falar nos vice-prefeitos e vereadores. O MDB está estruturado nos 295 municípios catarinenses. O PP em mais de 200.

Moicano

Luiz Henrique da Silveira e Pedro Ivo Campos não estão mais aqui, mas Esperidião Amin Helou Filho permanece. O MDB de 2024 tem outros nomes. Antídio Lunelli é um deles. O próprio Mauro de Nadal, presidente da Assembleia Legislativa; Carlos Chiodini, idem. É deputado federal, assim como Valdir Cobalchini.

Século 21

Ao fim e ao cabo, poderemos estar presenciando, nas eleições municipais de 2024, uma mudança radical do quadro partidário e das respectivas alianças.
O MDB e o PP parecem incomodados com essa polarização entre petistas e liberais. Começam um flerte pontual aqui e ali que pode culminar em casamento majoritário em 2026.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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