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Campanha a todo vapor

Por Cláudio Prisco Paraíso
14/03/2025 - 08h44

Jorginho Mello está em plena campanha em busca da reeleição. Mas, Santa Catarina acompanha um outro pretendente, João Rodrigues, prefeito reeleito de Chapecó, do PSD, também se movimentando. 

Nas últimas semanas, ele tem procurado dar entrevistas, circular pelo estado, ou seja, está buscando consolidar uma visibilidade que, hoje, registre-se, é muito parcial. Ele nunca disputou uma eleição majoritária. Sempre ficou restrito à Capital do Oeste catarinense. Jorginho Mello vai para a terceira campanha majoritária estadual.

E, claro, pelo fato de já ter sido senador e governador, o grau de conhecimento em torno dele é muito maior do que o de João Rodrigues, que foi uma vez deputado estadual e uma outra federal, e agora está no quarto mandato como prefeito em Chapecó. 

Agora, o curioso são as suas declarações, especialmente nesta última semana. Sim, ele tem procurado se colocar como uma linha auxiliar do bolsonarismo no território estadual.

Dupla

O ex-presidente declarou que identificava os nomes das deputadas Carol De Toni e Júlia Zanatta como alternativas do PL ao Senado em 2026. 

Uma só

Logo na sequência, Jorginho Mello deixou claro que uma vaga ao Senado ficará para o PL, mas que a outra, fará parte de uma composição, assim como seu companheiro que vai ser o vice na chapa. 

Nicho

E aí João Rodrigues procura minar, de alguma maneira, as bases de Jorginho junto a interlocutores de Jair Bolsonaro. Convenhamos que isso é pouco provável. Afinal de contas, Jorginho, como senador, esteve os quatro anos firme e fiel ao ex-presidente. 

Lembrar é viver

E depois ele o apoiou ao governo e já deixou claro, inclusive, numa visita ao Oeste, na presença dos dois, estamos falando de João Rodrigues e de Jorginho Mello, que João seria uma opção para o Senado, que governo é a reeleição de Jorginho. E nem tem como ser diferente. É pouco provável que isso se modifique, até porque Jorginho é correligionário do ex-presidente  da República.

Aposta

Mas, de qualquer forma, João Rodrigues procura gerar alguma espécie de intriga. Agora, o mais curioso de tudo é que ele declarou, recentemente, que os dois candidatos ao Senado de sua chapa precisam ter vinculação com a pauta da direita; e que ele ia buscar a validação dos dois nomes junto a Jair Bolsonaro. Ou seja, um comportamento como se liberal fosse.

E agora?

Ora, o que Gilberto Kassab deverá estar achando disso tudo? O chefão Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, é dele que estamos falando. Então quer dizer que o cidadão João Rodrigues vai consultar Bolsonaro, que não gosta nada de Kassab, para quem torce o nariz, para não dizer outra coisa? De modo que, efetivamente, essa história não está fechando. 

Esplanada

Até porque, há mais de dois anos, o mesmo PSD de João Rodrigues indicou três nomes, via Kassab, para o ministério de Lula da Silva. Então, o PSD nacional está com Lula, mas o PSD catarinense está com Bolsonaro?  Isso não se sustenta. É o tipo de situação que não fica de pé numa campanha eleitoral.

Um pouco de história

Por Cláudio Prisco Paraíso
13/03/2025 - 09h13

1994. Foi o ano da eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República, embalado pelo sucesso do Plano Real. Assim que assumiu, FHC iniciou a mobilização, transformando o Congresso em um verdadeiro balcão de negócios, para viabilizar a emenda, da reeleição dele em 1998, que acabou se concretizando.
Só que em 1994 foi o primeiro ano em que passaram a valer eleições em dois turnos no âmbito estadual. Em 1982, 1986 e 1990, as eleições de Esperidião Amin, Pedro Ivo Campos e Vilson Kleinübing ocorreram em turno único.
A partir de 1994, já houve, no primeiro embate, eleições em dois turnos, com Angela Amin e Paulo Afonso Vieira. Quatro anos depois, em 1998, tentando a reeleição, Paulo Afonso foi derrotado por Esperidião Amin no primeiro turno.
Ele abriu quase um milhão de frente. Então, o mesmo que havia derrotado a sua mulher, foi vencido por ele quatro anos depois.

Nas alturas

Em 2002, Esperidião Amin apresentava nível de aceitação de sua gestão e também de intenção de voto na casa dos 65 pontos percentuais.

Azarão

Luiz Henrique da Silveira aparecia abaixo de dois dígitos, mas tivemos a onda vermelha, que culminou, na quarta tentativa, na eleição de Lula da Silva, e isso fez com que a votação não apenas de LHS, mas como também a de José Fritsch, fosse potencializada, impulsionada.

Fora da curva

A tendência natural seria que Esperidião repetisse 1998 e ganhasse no primeiro turno. Mas, Luiz Henrique acabou pegando uma carona, também, na onda vermelha, que permitiu que José Fritsch, correligionário de Lula, registrasse uma importante votação. E aí a eleição foi para o segundo turno.

Timing

Eleição de segundo turno, costumamos dizer, é uma nova eleição. Luiz Henrique ficou com a segunda vaga, com uma vantagem de três pontos percentuais em relação a José Fritsch.

Surfando

Então, o que ocorreria com Fritsch ocorreu com LHS, que Lula co-apoiou na disputa do segundo turno durante o embate presidencial com José Serra.

Batendo asas

O tucano ficou com o Esperidião Amin no primeiro turno, o que frustrou Luiz Henrique, e ainda no primeiro turno, o então candidato ao Senado, Casildo Maldaner, já havia declarado apoio a Lula, e aí o caminho ficou aberto.

Raspando

Por apenas 20 mil votos, Luiz Henrique derrotou o Esperidião Amin e foi para 2006 novamente contra ele, com todas as chances de ganhar no primeiro turno.

Pedras no caminho

Mas uma série de percalços administrativos, políticos e partidários, acabaram o impedindo, mas ele prevaleceu no segundo turno contra o próprio Esperidião Amin. Já em 2010, assim como em 2014, Raimundo Colombo elegeu-se e reelegeu-se, em ambos os casos, no primeiro turno, assim como o Esperidião em 1998.

Desconhecido

Depois, em 2018, Moisés foi para o segundo turno com Gelson Merisio. Ficou atrás dele por uma pequena margem, e virou eleição.

Direita

Em 2022, foram para o segundo turno Jorginho Mello e Décio Lima. Com Bolsonaro de dono do pedaço, Jorginho Mello fez mais de 70% dos votos e se elegeu governador.
Então, temos um certo equilíbrio entre eleição no primeiro turno ou disputa no segundo turno em Santa Catarina. As atenções agora convergem para 2026.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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