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Bolsonaro tem lado em SC

Por Cláudio Prisco Paraíso
17/07/2025 - 08h08

O governador Jorginho Mello recebeu ontem, no dia em que completou 69 anos, um vídeo gravado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Já era voz corrente que o atual ocupante do Centro Administrativo seria o candidato do ex-presidente à disputa pelo governo do estado.

Mas, se na cabeça de alguns desavisados restava alguma dúvida, ela foi dissipada definitivamente. Porque a declaração de Bolsonaro foi muito afirmativa e com um detalhe a mais: dizendo que os dois têm um entendimento que vem do tempo em que atuavam na Câmara dos Deputados e que pensam igual em relação ao futuro de Santa Catarina.

O gesto de Bolsonaro, algo incomum, pode ser um sinal de ele está querendo, de alguma maneira, neutralizar aquilo que fica evidenciado, que é a intromissão do ex-presidente empurrando seu filho Carlos como pré-candidato ao Senado. Isso estaria afetando, na raiz, a autonomia do próprio Jorginho.

Perseguição

Já há clareza que o consórcio não permitirá que Carluxo dispute o pleito de 2026, quando ele tem tudo para estar inelegível pela atuação aparelhada da Justiça Eleitoral. O mesmo vale para Eduardo Bolsonaro.

Sinalização

Ocorre que Jorginho, ao não barrar a ofensiva de Bolsonaro em relação ao filho em SC, praticou um gesto para com o ex-presidente. Ratinho Júnior, do Paraná, por exemplo, nem deixou a conversa evoluir. Já cortou pela raiz, deixando Bolsonaro à vontade para indicar um postulante ao Senado, desde que nascido no estado vizinho.

Passo à frente

O governador de SC avalizou, mas já partindo da premissa de que esse desfecho (a candidatura de Carlos por aqui) é improvável.

Ombro amigo

Além disso, também fica evidenciado, no vídeo de Jair Bolsonaro, que ele conta com Jorginho Mello para qualquer situação. Talvez nenhum outro governador tenha sido tão parceiro dele quanto Jorginho Mello, que, em dois anos e meio, sequer se encontrou com Lula da Silva, o que, na verdade, é um equívoco pelas suas obrigações institucionais. Mas, para Bolsonaro, isso agrada e muito.

Palanque em banhado

Agora, tivemos, na segunda-feira, dois encontros interessantes. Inicialmente, à tarde, na Assembleia Legislativa, os prefeitos Vagner Espíndola, de Criciúma; Juliana Pavan, de Balneário Camboriú e o próprio Leonel Pavan, de Camboriú, comparecem, atendo à convocação do presidente Júlio Garcia para reafirmar apoio à pré-candidatura de João Rodrigues. É mais um sintoma de que o projeto rodriguiano tem dificuldades para ficar de pé.

Quieto

Ausência notada do prefeito reeleito São José, cidade vizinha de Florianópolis, Orvino De Ávila.

Ágape

Já no período noturno, Darci de Matos, que foi deputado federal pelo PSD e o trocou pelo Republicanos na semana passada, levou doze prefeitos e dois vice-prefeitos para um jantar com Jorginho Mello. Dos doze gestores municipais, nove deles são filiados ao PSD.

Números

Havia mais prefeito pessedista com Jorginho, pelas mãos de Darci, do que na própria rodada patrocinada pelo PSD estadual. Então, tudo isso escancara o grau de fragilidade da pré-candidatura de João Rodrigues.

Águas rolando

O quadro, evidentemente, tem que ser observado na sua evolução, até meados do ano que vem. Ainda falta mais de um ano para o início da campanha propriamente dita.

Coringa

Se o PSD não conseguir se viabilizar, uma alternativa acaba recaindo sobre Topázio Silveira Neto. Explica-se. Ele poderia não deixar o PSD para ser vice de Jorginho Mello, permanecendo na sigla pela qual se reelegeu prefeito da Capital.

Câmara

Nesse contexto, João Rodrigues disputaria uma vaga de deputado federal e o PSD não ficaria com uma chapa proporcional sem o amparo de uma composição majoritária. Isso precisaria ser definido e formalizado até a primeira semana de abril do ano que vem, o prazo fatal para a desincompatibilização de prefeitos que desejarem disputar o pleito 2027.

Os antagonistas

Por Cláudio Prisco Paraíso
16/07/2025 - 07h49

A semana gira em torno de dois partidos em Santa Catarina: o PT e o Novo, que vai realizar, no próximo sábado, na Capital, o seu encontro estadual. É um evento anual que contará com a presença do grande líder da sigla, o governador reeleito de Minas, Romeu Zema.

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O mineiro, aliás, é o presidenciável que está colocado sobre a mesa, embora ele próprio admita a possibilidade de concorrer como vice em uma chapa de direita.

Além dele, outros dois nomes têm ganhado protagonismo pela atuação no Congresso Nacional. Na Câmara, destaca-se o gaúcho Marcel Van Hattem, e no Senado, o cearense Eduardo Girão.

Os filiados do Novo vão discutir, além, evidentemente, do projeto do partido no contexto nacional, também o caminho a ser percorrido pela sigla em Santa Catarina, onde o prefeito Adriano Silva, de Joinville, é o detentor de mandato com mais força hoje no estado. Ele sinaliza claramente a intenção de que o Novo possa estar em torno do projeto de reeleição do governador Jorginho Mello.

Dissidência

Outras lideranças, como o promotor Odair Tramontin, duas vezes derrotado na disputa pela prefeitura de Blumenau, nas eleições de 2020 e 2024, e também candidato ao governo em 2022, já se inclinam mais na direção do prefeito de Chapecó, João Rodrigues, do PSD.

Legislativo

O Novo tem dois detentores de mandato no âmbito legislativo: Matheus Cadorin, na Assembleia, e Gilson Marques, na Câmara. O federal assume uma postura de neutralidade, assim como Cadorin, mas este foi eleito deputado com o apoio de Adriano Silva, realidade que não pode ser ignorada.

Na proa

Existe, ainda, um ingrediente externo se considerarmos que o Novo é comandado no Brasil por um catarinense. Então, isso tudo vai ser colocado na balança, mas também depende do projeto nacional. Se a sigla lançar uma candidatura à presidência ou à vice, precisaria de um palanque em Santa Catarina, pelo menos com uma candidatura ao Senado.

Nome

Aí entra a possibilidade do deputado federal reeleito Gilson Marques assumir essa condição, tendo em vista que as eleições de 2026 ofertarão duas vagas ao Senado.

Vermelhos

Do lado do PT, ocorre uma articulação na tentativa de evitar um enfrentamento, no segundo turno, entre os deputados Fabiano da Luz e Luciane Carminatti, os dois que carimbaram passaporte para a grande final no próximo dia 27.

Convergência

Padre Pedro Baldissera, que também disputou as eleições no processo de eleição direta do PT, chegando em terceiro, tem negociado uma solução para evitar a disputa final e talvez um racha irreconciliável, tendo em perspectiva as eleições do ano que vem.

Minguou

Não custa lembrar que, sob a batuta de Décio Lima, o PT catarinense deu um belo vexame em 2024, elegendo apenas sete prefeitos. Todos em cidades pequenas.

Respaldo

Outro entusiasta da ideia de convergência é o quarto deputado estadual petista, Neodi Saretta. A iniciativa pretende levar Fabiano e Luciane a dividir o mandato de quatro anos em dois anos para cada um. Além de contemplar todas as correntes na executiva e no diretório estadual.

Cara de paisagem

Curioso nisso tudo é que tanto a Câmara Federal, onde o PT-SC tem dois representantes, quanto o presidente estadual estão fora dessas articulações. No primeiro caso, os deputados Pedro Uczai e Ana Paula Lima, e o presidente do Sebrae, Décio Lima, que é o atual presidente.

Precaução

Também nessa composição, para evitar o segundo turno e assegurar a unidade, a reaglutinação partidária e o compartilhamento do comando da sigla, está justamente a intenção de evitar uma divisão interna.

Perspectivas

Articulação que certamente considera a perspectiva de que o PT muito provavelmente não terá as mesmas condições de 2022, quando foi candidato único da esquerda ao governo do estado.

Saindo na frente

O PSOL já lançou o vereador Afrânio Boppré, ex-vice-prefeito de Florianópolis e ex-deputado estadual; e o PDT também não descarta a possibilidade de apresentar cabeça de chapa. E quem será o candidato petista ao governo? Será Décio Lima, pela terceira vez consecutiva, ou ele eventualmente vai buscar uma das vagas ao Senado?

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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