O prefeito João Rodrigues aprontou mais uma. A sensação que dá é de que ele não deseja, de fato, disputar as eleições.
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Há algumas semanas, o prefeito de Chapecó procurou o MDB, oferecendo duas posições na majoritária do ano que vem. Mas o partido já está no governo de Jorginho Mello desde 1º de janeiro de 2023 — inicialmente com uma secretaria e posições em vários escalões.
Num segundo momento, vieram mais duas secretarias. O Manda Brasa marcou um grande evento para comemorar seus 60 anos, no último sábado, em Balneário Camboriú. Lá esteve o governador Jorginho Mello, que também é o presidente do PL. Na oportunidade, o liberal reafirmou a parceria eleitoral e a presença emedebista na chapa majoritária.
João Rodrigues não foi convidado para essa mobilização do MDB. De quebra, também recebeu uma negativa na tentativa de atrair a turma do Manda Brasa. Aliás, vale lembrar que João já dava como certo o apoio do Podemos.
Guarda-chuvas
O Podemos hoje está alinhado com Jorginho Mello, assim como o União Brasil, que, dentro da federação com o PP, está na iminência de fechar um amplo acordo com o governador. O que está acontecendo com João Rodrigues? Está absolutamente isolado, sem nenhum apoio partidário — e nem mesmo preserva a unidade do seu próprio partido.
Defecção
Afinal, o prefeito da principal cidade administrada pela sigla, Topázio Silveira Neto, de Florianópolis, está com Jorginho Mello. E várias outras lideranças seguem na mesma direção.
Inteligência limitada
Para fechar com chave de ouro, João resolveu dar uma entrevista atacando o MDB — especialmente seu presidente, o deputado federal Carlos Chiodini. Afirmou que ele não tem coerência porque votou a favor do PT enquanto estava na Câmara e que agora está com Jorginho Mello, mas antes era próximo de Lula da Silva.
Tiro no pé
Ora, assim como o MDB tem três ministérios na Esplanada de Lula, o PSD de João Rodrigues também ocupa três cadeiras ministeriais. Deputados do PSD, inclusive de Santa Catarina, como Ismael dos Santos, também votam com o governo na Câmara.
Conversa mole
Então a coerência só vale para um lado? E mais: o MDB está na prefeitura de Chapecó ocupando cargos no colegiado. Como é que fica? Esse MDB, então, é bom? Mas o MDB de Chiodini é ruim? Ou seja, críticas sem o menor sentido, desconexas, fora da realidade. João só critica o MDB agora porque o partido declinou de estar com ele. E assim, se afunda cada vez mais.
Alvo da vez
Agora o pessedista do Oeste tenta concentrar esforços na federação União Progressista — embora o PP também esteja no governo Jorginho Mello. E no campo da coerência, que ele tanto cobra de Chiodini, o presidente do MDB-SC rebateu, lembrando muito bem que o PSD estava no governo Carlos Moisés.
Casa Civil
Ocupava posição central com o atual presidente estadual do partido, Eron Giordani, que ficou um ano e meio na Casa Civil. Giordani quis ser vice de Carlos Moisés, que não o aceitou — o que acarretou o rompimento.
Aventura
Fora da chapa governista, os pessedistas foram apoiar Gean Loureiro, do União Brasil. O PSD ficou como coadjuvante, indicando o próprio Giordani de vice. Raimundo Colombo disputou o Senado. O ex-governador ficou em segundo lugar.
Lavada
Jorge Seif abriu 900 mil votos de diferença. A dupla Gean e Eron ficou em quarto lugar. Aí não tem incoerência? Estavam com Moisés e depois saíram para fechar com o União Brasil.
Trocando em miúdos: João Rodrigues caminha firme, a passos largos, rumo ao precipício político-eleitoral.
O PT realmente é um partido que não toma jeito. Em Santa Catarina, não é diferente da realidade nacional. Por aqui, a principal liderança atende pelo nome de Décio Lima. Ele andava desaparecido da província — afinal de contas, o petista preside o Sebrae nacional, instituição que, como já registramos em outras oportunidades, tem um orçamento bilionário. Mais expressivo do que muitos ministérios de Lula da Silva.
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Então o cidadão anda pelo mundo afora, pelo Brasil, mas pouco se acompanha das ações do Sebrae em favor de Santa Catarina. Isso, contudo, é outra história. A abordagem de hoje é de natureza política. Décio Lima deixou de ser presidente do PT. Não por opção. A bancada se reuniu e decidiu que era hora de renovação. Até porque o compadre de Lula da Silva não para em Santa Catarina desde que assumiu o Sebrae. Embretado, Décio deixou o poder partidário e abriu mão da reeleição em favor de um deputado da sua corrente, Fabiano da Luz.
Dupla
Fez isso porque outros dois parlamentares vermelhos também entraram no páreo — ambos de alas diferentes da do chefão do Sebrae. São eles Pedro Baldissera e Luciane Carminatti.
Mundo da lua
No fim de semana passado, Décio esteve em Joinville para uma plenária do partido. Ali fez um discurso sui generis, pois ficou parecendo que o cidadão vive em outro país.
Verborragia
Entre as barbaridades proclamadas pelo vermelho catarinense — e foram muitas — destaque para a afirmação de que o Brasil não tem inflação. Segundo Décio Lima, o país vive uma deflação. Este país, o paraíso dos comunistas, também, segundo a visão do ex-prefeito de Blumenau, não tem desemprego.
Mentiras de terno
A propaganda petista, ao melhor estilo Pinóquio, evidentemente prega que o Brasil vive pleno emprego. Na contabilidade do PT, os dependentes do bolsa-voto — ou melhor, Bolsa Família — não estão desempregados. A matemática da esquerdopatia então acaba considerando que a migalha que escraviza milhões é uma espécie de emprego. Desfaçatez e cara-de-pau pouca é bobagem, não é mesmo?
Lorota
Segundo essa turma comunista, a miséria sumiu do mapa no Brasil. Ah, tá. Nós, simples mortais, é que estávamos vivendo um pesadelo, mas acabamos de acordar no paraíso petista. Décio Lima e sua turma devem estar vivendo em outro país ou perderam completamente o juízo. Ou simplesmente seguem debochando da população e se vingando de quem não lambe as botas do regime. É o que se conclui depois de tantas atrocidades verbalizadas em Joinville.
Enquadrado
Décio deixou claro que seu plano de concorrer ao Senado, com a expectativa de beliscar o segundo voto, foi abortado por Brasília — pelo Palácio do Planalto. Isso porque seu compadre e eterno candidato à reeleição mandou avisar que quer um palanque robusto em Santa Catarina.
Pinus elliottii
Como o PT não tem nenhum outro nome para lançar ao governo em terras catarinenses, Décio Lima vai para o sacrifício na terceira candidatura consecutiva à administração estadual. Registre-se: contrariando seu desejo. Nessa balada, ele declarou que não vê a hora de enfrentar a campanha eleitoral para debater com Jorginho Mello e João Rodrigues.
Piada pronta
Segundo o falastrão petista, os outros dois pré-candidatos não vão ter coragem de abrir o bico para falar o que quer que seja contra Lula da Silva. É pra rir ou pra chorar? Alguém em sã consciência realmente acredita nisso? As afirmações do petista local são absolutamente inacreditáveis.
Histórico
De qualquer forma, vamos recapitular as votações de Décio em 2018, quando concorreu sozinho pelo PT, sem apoio de nenhum outro partido de esquerda. Naquela oportunidade, o petista fez 12,5% dos votos. Depois, em 2022, quando carimbou presença no segundo turno, o amigão de Lula fez 17,5% dos sufrágios. E só conseguiu esse feito porque, em Santa Catarina, foram cinco candidaturas conservadoras.
Nocaute
Além de Jorginho Mello, que o enfrentou e lhe infligiu uma derrota acachapante no segundo turno — conquistando 72% dos votos contra apenas 28% de Décio Lima — tivemos o governador da época, Carlos Moisés da Silva, que foi à reeleição; o ex-governador e hoje senador Esperidião Amin; o ex-prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, que renunciou ao paço da Capital para concorrer; e também Odair Tramontin, do Novo.
Demiurgo
Soma-se a essa pulverização de candidaturas conservadoras em 2022 o fator Lula — que foi descondenado e saiu diretamente do xilindró para novamente concorrer à Presidência. Sem dúvida, a deidade vermelha foi um impulsionador de transferência de voto mais significativo do que Fernando Haddad em 2018.
Desafio
Agora é observar até que ponto Décio Lima conseguirá suplantar a performance de 2022 — se conseguirá bater na casa dos 20% no primeiro turno.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.