Fechar [x]
APOIE-NOS
Seara/SC
25 °C
11 °C
Início . Blogs e Colunas .Cláudio Prisco Paraíso

O retorno do governador

Por Cláudio Prisco Paraíso
27/06/2025 - 08h13

Jorginho Mello já reassumiu o comando da administração estadual. Retornou na noite de quarta-feira a Florianópolis, e a reinvestidura ao cargo foi automática. Ontem pela manhã, o governador recebeu o desembargador Francisco de Oliveira Neto para uma conversa. Jorginho foi atualizado sobre os acontecimentos do período em que esteve licenciado — cerca de duas semanas — durante as quais participou de compromissos na Ásia, primeiro no Japão e, depois, na China.

Agora, de volta ao estado, o governador aproveita os dois dias úteis restantes da semana para despachar com secretários e retomar o ritmo normal da gestão. No entanto, o final de semana já reserva um compromisso político de peso.

Paulista e conservadorismo

No domingo, Jorginho Mello estará novamente na Avenida Paulista, em São Paulo, atendendo ao chamado do ex-presidente Jair Bolsonaro, que promove mais uma mobilização nacional.

A pauta central é a crítica aos excessos do Supremo Tribunal Federal, especialmente no que se refere à condenação de brasileiros pelo suposto “golpe” do 8 de janeiro. O ato também representa um movimento de reaglutinação do campo conservador, que precisa se reorganizar diante do cenário político de 2026.

Polarização e sucessão

A eleição presidencial de 2026 já começa a ser desenhada. Com Jair Bolsonaro inelegível, surgem várias pré-candidaturas na direita. A ideia, porém, é articular desde já a possibilidade de uma candidatura única conservadora, que represente o projeto bolsonarista e possa enfrentar Lula da Silva nas urnas.

Apesar da rejeição que enfrenta, Bolsonaro continua sendo o maior eleitor do país — especialmente no campo conservador. Ele sabe disso, e a presença na Paulista reforça sua intenção de liderar o processo sucessório, mesmo fora da urna.

Ao que tudo indica, a ficha caiu: não há volta para a elegibilidade. A estratégia, agora, é consolidar lideranças que possam unir a base conservadora sob sua bênção eleitoral.

Filiações e bastidores

Após a mobilização de domingo, Jorginho Mello retorna no próprio dia para Santa Catarina. Na segunda-feira, logo cedo, tem agenda com o deputado Marcos Pereira, presidente nacional do Republicanos, que estará no estado para comandar filiações de novas lideranças à sigla.
Em SC, o Republicanos está sob controle político do governador. A articulação, inclusive, resultou na ida do deputado federal Jorge Goetten, do PL, para o Republicanos — onde hoje é o presidente estadual. O irmão de Jorginho, Juca Mello, é o primeiro vice.

PL e Republicanos: um só grupo

Na prática, o Republicanos é uma extensão do PL em Santa Catarina. Ambos seguem sob o mesmo guarda-chuva político-eleitoral, articulado por Jorginho. E com o calendário eleitoral antecipado no estado, o governador sabe que precisa acelerar sua agenda de articulações para garantir hegemonia na direita catarinense.

Palanque montado

Vale lembrar que no próximo dia 5 de outubro, em São José, o casal Bolsonaro — Michelle e Jair — estará presente para o evento Rota 22, que poderá marcar, ainda que informalmente, a largada para a campanha de reeleição de Jorginho Mello.
A agenda, portanto, já voltou com força total.

Ex-presidente defende menos União e mais recursos para estados e municípios

Por Cláudio Prisco Paraíso
26/06/2025 - 08h09

O ex-presidente Michel Temer fez uma passagem meteórica por Santa Catarina. Na terça-feira, foi a grande estrela de um evento que debateu o futuro das cidades.

:: Quer receber notícias, gratuitamente, por WhatsApp? Acesse aqui

O emedebista relembrou que, durante seu mandato, em 2016, em meio à crise fiscal herdada da antecessora Dilma Rousseff, destinou R$ 2 bilhões, via Fundo de Participação dos Municípios (FPM), aos gestores locais, justamente para enfrentar a difícil realidade econômico-financeira e ajudar no fechamento das contas públicas.

Temer é defensor do chamado pacto federativo, ou seja, da descentralização dos recursos arrecadados pela União, com maior repasse para estados e, principalmente, municípios, onde efetivamente a vida das pessoas acontece.

Reforma partidária

Durante sua palestra, também defendeu a necessidade urgente de uma ampla reorganização partidária.
“É impraticável um país com 30, 35, 40 partidos. Torna-se ingovernável”, pontuou o ex-presidente.
Segundo ele, esse excesso de legendas engessa o governo federal, impedindo que o presidente da República tenha liberdade para governar sem ser refém de negociações fragmentadas com dezenas de líderes partidários.

Farra das emendas

Temer também criticou o volume de emendas parlamentares. Em 2023, deputados federais e senadores destinaram R$ 50 bilhões por meio desse instrumento — que, na prática, tornou-se uma moeda de troca política.
Na visão do ex-presidente, só o enxugamento partidário pode devolver a governabilidade real ao Executivo.

Redução drástica

Para ele, o número ideal seria algo em torno de quatro ou cinco federações partidárias. E nada além disso.
Ex-presidente nacional do MDB por dez anos, Temer sustenta essa tese internamente no partido, hoje presidido por Baleia Rossi, deputado federal por São Paulo e nome escolhido por ele para liderar a legenda.

MDB com os Republicanos

Michel Temer é um entusiasta da federação entre MDB e Republicanos, como forma de contribuir para o processo de redução do número de partidos e, ao mesmo tempo, fortalecer um projeto político mais coeso para 2026.
Essa articulação, porém, já mira o cenário eleitoral nacional: existe a expectativa de que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) seja lançado candidato à Presidência da República, com o apoio do MDB.
Temer, vale lembrar, não quer ver o MDB aliado a Lula da Silva. O petista, inclusive, tem atacado o ex-presidente, atribuindo-lhe a principal responsabilidade pelo impeachment de Dilma Rousseff.

O MDB dividido

Hoje, no MDB, restam apenas três frentes que ainda mantêm alinhamento com Lula: Simone Tebet, ministra do Planejamento — embora sua presença no governo se limite à figura individual; E as tradicionais famílias políticas do Norte e Nordeste: Barbalho, no Pará; Calheiros, em Alagoas. Filhos dos senadores Jader Barbalho e Renan Calheiros ocupam ministérios estratégicos no governo Lula.

O MDB de SC e a base de Jorginho

Neste cenário, é praticamente certa a adesão da maioria do MDB a um projeto conservador para 2026 — como já ocorre em Santa Catarina.
No estado, o MDB integra a base de apoio do governador Jorginho Mello (PL), que também tem o Republicanos como aliado na administração estadual. Ambos os partidos ocupam espaços importantes no governo.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

24 horas

Portal49
www.portal49.com.br
© 2020 - 2025 Copyright Portal 49

Demand Tecnologia
WhatsApp

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a nossa Política de Privacidade. FECHAR