Jair Bolsonaro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República. Surpresa zero. Esse desfecho já era aguardado desde o ano passado, quando o inquérito foi enviado à PGR pelo seu responsável, o ministro Alexandre de Moraes, que é inimigo do ex-presidente da República. Inimigo declarado.
Um juiz, que deveria ser imparcial, tornou-se inimigo declarado de um líder popular. É o resumo dos tempos em que vivemos. A Polícia Federal o indiciou com base nas narrativas produzidas pelo próprio Moraes. Simples assim. Golpe de 8 de janeiro?
E as armas? E os militares? E as forças armadas? Onde estavam? Então foram os brasileiros vestidos de verde e amarelo os golpistas, aqueles que não se dobram ante a ditadura já implantada neste país? A esmagadora maioria não estava lá para dar golpe nenhum.
Esse golpe não passa de uma ficção. Quem efetivamente produziu o golpe foram aqueles que ingressaram no Palácio do Planalto pelas mãos do Gabinete de Segurança Institucional. Existem as imagens.
Comparsas
Eles depredaram verdadeiramente, tudo em consonância com servidores públicos federais. Interessante que esses não foram identificados, nem procurados, nem intimados, nem indiciados, nem julgados e nem condenados.
Lorota
Ah, mas teve também a tentativa de assassinato do presidente Lula da Silva, do vice, Geraldo Alckmin e do próprio Alexandre de Moraes. Foi com um táxi, cara-pálida, também sem armas, sem mobilização. É algo patético. É algo ridículo. É vergonhoso.
Olhar
E agora, além dos brasileiros não estarem mais acreditando nessa conversa mole, nessa conversa fiada, a própria comunidade internacional já percebeu a armação.
Lobos e cordeiros
Aqueles que dizem que querem defender a democracia são justamente aqueles que estão a aviltá-la, desrespeitá-la, violentá-la, ignorando olimpicamente a Constituição, que prometeram defender e proteger, resguardar, longe disso.
Sociedade
Paulo Gonet, esse é o procurador-geral da República, que denunciou Bolsonaro. Quem ele é? Ele era sócio do IDP, Instituição Privada de Ensino Superior Brasileira, criada por Gilmar Mendes, ministro do STF. Tudo em casa, tudo em sociedade. Que maravilha.
Família
Depois, Gonet vendeu a sua parte pro filho de Gilmar Mendes. E foi justamente Gilmar Mendes quem sustentou seu nome para a PGR junto a Lula da Silva, que evidentemente atendeu. Quantas coincidências, não é mesmo?
CEP
Afinal de contas, o condenado foi descondenado por esse mesmo Supremo, do qual Gilmar Mendes é decano. Depois de quatro, cinco anos, o ministro Edson Fachin, relator do Petrolão, descobriu uma filigrana jurídica de que esse processo não devia estar ocorrendo no Paraná, mas sim no Distrito Federal, porque precisavam libertá-lo e restabelecer seus direitos políticos para a disputa eleitoral de 2022. Mas com Geraldo Alckmin de vice, claro.
Balaio
Sim, porque esse Supremo aí, tirando alguns ministros petistas, a maioria é liberal. É a turma de Fernando Henrique Cardoso, de Michel Temer, de Geraldo Alckmin. Aliás, Alexandre de Moraes foi subordinado do governo de São Paulo a Geraldo Alckmin.
Militante
Que espetáculo. Edson Fachin foi nomeado, depois de declarar voto na reeleição de Dilma Rousseff, por ela própria.
Ela, a pupila, o nome escolhido por Lula para sucedê-lo. É uma promiscuidade completa.
Ágape
Os ministros supremos iam jantar com o presidente na quarta, mas como a PGR apresentou a denúncia na terça-feira, não ficaria bem. Então decidiram adiar esse jantar. É um verdadeiro conluio esse consórcio Planalto e Supremo, que é seletivo nos seus encaminhamentos, nas suas decisões e nas suas sentenças.
Aos amigos
Os rigores da lei, em meio a ilegalidades e inconstitucionalidades, para os conservadores. Para aqueles com quem eles estão alinhados, aí deixa correr solto. Uma verdadeira vergonha. O Brasil passa vergonha no exterior. Mas o cerco parece que está se fechando. Não apenas para Lula da Silva, mas também para o Supremo, sobretudo na figura de Alexandre de Moraes.
Pelo visto, o governo Jorginho Mello voltou para o prumo no contexto da articulação política. Depois de quatro meses de declarações equivocadas e movimentos erráticos, a administração estadual acertou o passo. Isso coincide com a chegada do experiente Kennedy Nunes como secretário-chefe da Casa Civil. Ele já cumpriu quatro mandatos de deputado estadual. Kennedy vinha respondendo, com êxito, pelo Detran. Era o diretor-geral. Na segunda-feira, Jorginho Mello bateu o martelo e acertou a presença mais efetiva do MDB no governo.
O deputado estadual licenciado Jerry Comper continua na poderosíssima Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade. Por sua vez, chega ao governo o deputado federal Carlos Chiodini, que vai assumir a Secretaria da Agricultura com porteira aberta, montando toda a equipe na pasta e também tendo a liberdade de montar os integrantes de duas empresas estratégicas, Epagri e Cidasc.
Chiodini já foi a Brasília para sacramentar a sua licença, assim como ocorreu na campanha, quando ele concorreu à Prefeitura de Itajaí. Quem assumirá é o correligionário Luiz Fernando Vampiro, de Criciúma.
Suplência
A terceira posição emedebista no governo fica para o suplente, que vinha exercendo o mandato na vaga de Comper, Emerson Stein, que vai responder pela Secretaria do Meio Ambiente e Economia Verde. A Fesporte será comandada por Vinícius Bion, indicação do líder da bancada emedebista na Assembleia, Fernando Krelling.
Pisando em ovos
O MDB, evidentemente, toma todos os cuidados. Não há apoio automático e assegurado para 2026 no projeto de reeleição de Jorginho Mello.
Proximidade
Mas, evidentemente, se já havia essa possibilidade com um único representante no colegiado, agora com outros dois e ainda outra posição no segundo escalão, a perspectiva de Jorginho ter o MDB como aliado se consolida.
Batendo um bolão
Jorginho Mello, com a ajuda de Kennedy Nunes, agora vai também reforçar a presença do PP, representado hoje no colegiado pelo ex-presidente da Assembleia, Silvio Dreveck, titular do Desenvolvimento Econômico Sustentável.
Triplo
Já estamos falando de dois partidos. Além do Republicanos, que é comandado pelo deputado federal Jorge Goetten, intimamente ligado a Jorginho, e pelo seu próprio irmão, Juca Mello.
Fusão
De quebra, ainda tem o PTB, que foi pilotado no estado por Kennedy Nunes. A legenda nem existe mais, se fundiu ao Patriota, resultando no PRD, Partido da Renovação Democrática. São, portanto, PL, Republicanos, PRD, MDB e PP. Cinco partidos sob o guarda-chuva do governador.
Aproximação
Também há conversas muito adiantadas, não com a direção do Partido Novo, mas com a sua principal liderança em SC, o prefeito reeleito com quase 80% dos votos, Adriano Silva, que administra o maior município estadual, sob o aspecto populacional, eleitoral e econômico.
Morro abaixo
Portanto, o arco de aliança de Jorginho Mello, sinalizado para 2026, é robusto. Evidentemente, essa articulação poderá ser ampliada, recebendo outros partidos como União Brasil, por exemplo, principalmente se a sigla acolher a filiação do deputado estadual Antídio Lunelli.
Nesse quadro que fica estabelecido, Jorginho Mello, apoiado por Jair Bolsonaro, procura encaminhar uma eleição de primeiro turno.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.