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Movimentos estratégicos com vistas a 2026

Por Cláudio Prisco Paraíso
18/02/2025 - 08h50

Tivemos, como principal fato político desse início de ano, evidentemente, a declaração do prefeito de Joinville, reeleito com quase 80% dos votos, Adriano Silva, num encontro com empresários, quando deixou muito claro que está com o governador Jorginho Mello no seu projeto de reeleição. Ele declarou, em alto e bom som, que os dois estão juntos, unidos e que Jorginho pode contar com ele, Adriano. Uma declaração absolutamente inquestionável.

Depois dessa primeira declaração, algumas lideranças do Novo, sem voto, registre-se, tentaram dizer que não é bem assim, que o prefeito teria falado no âmbito administrativo e tal.

Adriano Silva, contudo, ficou em silêncio. Não disse uma palavra. Na semana seguinte, aliás, menos de uma semana depois, na quarta-feira, em Brasília, o joinvilense compareceu à sede da representação do governo estadual na Capital Federal. Os dois apareceram tomando chimarrão. Uma demonstração inequívoca de alinhamento.

Mineirice

Não se pode desprezar, por exemplo, a possibilidade de Romeu Zema, governador reeleito de Minas Gerais, ter influenciado nesse alinhamento. O que estaria por trás disso? Não se sabe. Certamente uma conversa visando uma composição? Por que não? Adriano Silva poderia ser candidato ao Senado e depois contar, lá em 2030, com o respaldo de Jorginho para o governo do estado.

Opções

Sim, Adriano sinaliza que quer completar o mandato. Então, ele pode indicar alguém para ir ao Senado e ele, mesmo assim, continuar sendo um nome para o governo em 2030, com Jorginho o colocando numa secretaria estratégica.

Sintonia

Evidentemente que este é um exercício de elucubração. A realidade, contudo, está aí. Inquestionável, inapelável.

Jaraguá

Só que depois disso tivemos um outro fato político tão relevante quanto esse, considerando-se a importância do personagem que responde pelo nome de Antídio Lunelli, empresário vitorioso, prefeito reeleito de Jaraguá do Sul, uma cidade única, não em Santa Catarina, mas no Brasil.

Potencial

Antídio se elegeu deputado estadual com a terceira maior votação do Estado, e vem tendo uma grande atuação no legislativo estadual. É um nome diferenciado.

Pulando fora

Ele recebeu, na sexta-feira passada, a visita do deputado federal, também com domicílio eleitoral em Jaraguá do Sul, Fábio Schiochet, que está no segundo mandato e é presidente do União Brasil. Alguns dias antes, o parlamentar catarinense havia se declarado a favor do impeachment de Lula da Silva, cuja popularidade derrete nas ondas de calor deste início de 2024.

Bloco na rua

Ou seja, é o União Brasil desembarcando do projeto do PT, de Lula e do governo federal. Até porque o partido já tem candidato, que está na rua, aliás, um belíssimo candidato, o governador reeleito de Goiás, Ronaldo Caiado.

Convite

Fábio Schiochet formalizou o convite para que Antídio seja o candidato do União Brasil ao governo do Estado. Claro que se filiando à sigla.

Análise

Antídio ficou de avaliar. Certamente agora será cortejado pelas lideranças do MDB, que em convenção já o derrotaram lá em 2022, oportunidade na qual ele se apresentou como candidato ao governo, tendo antes corrido o Estado inteiro.

Passado recente

Aí o MDB, um partido essencial e potencialmente fisiológico, optou, em convenção, não pela candidatura de Antídio ao governo, mas pela indicação do ex-prefeito Udo Döhler para vice de Carlos Moisés. Sequer chegaram ao segundo turno. Antídio certamente, percebendo os movimentos emedebistas, está avaliando esse convite.
Caso uma candidatura ao governo não decole, quem sabe ele poderia compor com Jorginho Mello.

Tudo certo

Por Cláudio Prisco Paraíso
15/02/2025 - 08h31

O governador Jorginho Mello conseguiu afastar, definitivamente, as especulações da mídia nacional, alimentada por setores partidários locais, de que Jair Bolsonaro teria ficado incomodado com o governador de Santa Catarina por aquela declaração à Jovem Pan de São Paulo na primeira quinzena de janeiro.

O catarinense teria deixado transparecer que o ex-presidente da República e o presidente nacional do partido, Valdemar da Costa Neto, continuavam interagindo, conversando muito. Foi, sem dúvida nenhuma, um ato falho do governador catarinense, mas que produziu uma grande repercussão.

Inclusive, o ministro todo-poderoso Alexandre de Moraes determinou que o governador fosse ouvido em depoimento na Polícia Federal em Florianópolis, o que ocorreu na primeira semana de fevereiro, quando Jorginho Mello alegou que foi mal interpretado. Tirou o corpo fora.

Sem chances

Naturalmente, o governador não iria alimentar uma situação dessa, até porque Bolsonaro e Costa Neto estão proibidos de conversar por conta das investigações em inquérito pilotado por Moraes, relacionado à narrativa factoide de um golpe que nunca existiu.

No vácuo

Em função disso tudo, os setores conservadores de Santa Catarina estavam querendo pegar uma carona num eventual mal-estar do grande eleitor catarinense desde 2018, que é Jair Bolsonaro, em relação a Jorginho Mello, que se elegeu governador muito pelo respaldo que recebeu, à época, do então presidente, que depois seria derrotado por Lula da Silva na tentativa da reeleição.

Imagem

As fotos mostradas nesta semana deixaram muito claro que não há nenhum problema, não há nenhuma rusga, não há nenhum estremecimento, digamos assim, nas relações entre Bolsonaro e Jorginho. Aliás, os dois se abraçaram efusivamente.

Dirigente

Inclusive, depois, o próprio governador teve também um encontro com o Valdemar da Costa Neto, ou seja, tudo na mais perfeita sintonia.

O caminho

O curioso é que esse mesmo setor conservador que faz oposição a Jorginho Mello parece realmente sem muita saída e, tentando de alguma maneira, pegar uma carona em Jair Bolsonaro, cuja força parece inabalada em SC.

Na urna

Mas isso não vai ocorrer, evidentemente. Bolsonaro tem tudo para continuar inelegível. E mesmo que reverta na Justiça Eleitoral, disputando ou não as eleições, o candidato dele será o candidato do partido, do PL de Jorginho Mello.

Procurando

Não tem outra alternativa e o que ocorre é que quem faz oposição a Jorginho Mello tenta desbravar algum caminho alternativo, mas tudo indica que depende fundamentalmente de tentar dividir o eleitorado de Bolsonaro.

Força

Até poderá conseguir, mas o eleitorado catarinense já deixou muito claro que está majoritariamente votando em quem merece a indicação do ex-presidente. Assim foi com Carlos Moisés, um ilustre desconhecido em 2018, e com Jorginho Mello em 2022.

Tacada

Também em Brasília, Jorginho Mello conversou com Adriano Silva, prefeito reeleito de Joinville, que foi visitá-lo na representação catarinense na Capital Federal, ou seja, reafirmando a proximidade e reafirmando a disposição de apoiá-lo.

Conversa vazia

Até porque reações ocorreram de dirigentes e lideranças do Novo saírem dizendo que Adriano Silva, quando deu declarações de apoio ao governador, não queria ter dito aquilo. Foi na frente de empresários, durante evento de posse da nova diretoria da Ajorpeme, em Joinville.

Sem dúvidas

A fala do prefeito foi cristalina, muito clara. E ele ignorou as manifestações de pessoas do Novo, inclusive de gente sem mandato, e foi ao encontro de Jorginho novamente. Tomaram chimarrão, conversaram e deixaram muito claro que vão estar juntos em 2026.
Isso tudo, de alguma forma, acaba enfraquecendo a articulação de algum outro grupo conservador querendo fazer frente a Jorginho Mello no seu projeto de reeleição de 2026.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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