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A estratégia de Jorginho que vai minando João

Por Cláudio Prisco Paraíso
05/06/2025 - 08h29

Engana-se, redondamente, quem imagina que Jorginho Mello está na expectativa de uma composição com o PSD.

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Na verdade, ele está refazendo contatos dos mais variados para que, à luz da opinião pública, chegue a informação de que o PSD poderia vir a estar com ele. Evidentemente, essa movimentação acaba por dificultar a consolidação da pré-candidatura de João Rodrigues, prefeito reeleito de Chapecó.

Aliás, não só em relação ao PSD, mas em relação a todos os partidos. O governador vai direto nos dirigentes nacionais.

Até aqui, deu certo. Afinal de contas, o Republicanos está sob seu comando; o Podemos deixou o PSD e veio para seu projeto de reeleição; com a federação do PP com o União Brasil, tudo leva a crer que estarão em 2026 com Jorginho Mello.
Importante observar que Antônio Rueda e Ciro Nogueira estão alinhadíssimos no plano nacional. E seus representantes diretos aqui, respectivamente, o deputado federal Fábio Schiochet — que, inclusive, é tesoureiro da direção nacional — e o senador Esperidião Amin. Então, a convergência está muito bem encaminhada.

Guarda-chuva

Já tendo o Podemos, o governador pode atrair o PSDB, que também está conversando na direção de uma federação — uma questão de sobrevivência para todos os partidos. O MDB vai no mesmo caminho e alinha uma federação com o Republicanos que, em Santa Catarina, é controlado por Jorge Goetten e Juca Mello, irmão do governador.

Sobrevivência

Aí nós já estamos falando de MDB, que está no governo; de Republicanos, já fechado; e PP também instalado na administração estadual; de União Brasil, que vem ao natural; de Podemos, que já está na sua trincheira e poderá atrair o PSDB; além, é claro, do próprio PL. Ainda há o PDR, resultado da fusão do Patriota com o PTB — estes também na mesma composição. O Novo pode até adotar uma postura de neutralidade, mas não estará com João Rodrigues.

Quinteto

Os principais eleitores estão com Jorginho Mello — leia-se: o prefeito reeleito de Joinville, Adriano Silva, e o deputado federal Gilson Marques, além do próprio estadual Matheus Cadorin. Estes dois últimos também filiados ao Novo, sendo que Cadorin foi eleito por Adriano Silva. Resta quem para o PSD, que, aliás, não está inteiro?

PSD com PL

Topázio Silveira Neto e o secretário Paulinho Bornhausen estão fechados com Jorginho Mello. Assim como outros prefeitos pessedistas, que igualmente já bateram o martelo nas conversas de bastidores.

Olho no olho

Afinal de contas, Jorginho Mello despachou com todos os 295 mandatários municipais nessa segunda edição do programa Santa Catarina Levada a Sério. Daí pergunta-se: mas então, para que ele esteve com Kassab na terça-feira passada? Para dar uma tumultuada na área.

Dificuldades

Para passar a imagem de que talvez ainda o PSD possa estar com ele. João Rodrigues administra a sexta maior cidade do estado. Sexta. Adriano Silva pilota a primeira. Topázio Neto, a segunda. Egídio Ferrari, liberal, a terceira — que é Blumenau; a quinta, Itajaí, está sob o comando de Robison Coelho, também liberal. Este quarteto de alcaides está com Jorginho Mello. Com João Rodrigues, apenas Orvino de Ávila, que é prefeito de São José, a quarta cidade catarinense.

Capilaridade

Sem falar que o PL tem quase cem prefeitos, e deve ampliar essa base. Dispõe da máquina estadual nas mãos, além do apoio do próprio Jair Bolsonaro. Aonde vai encontrar espaço João Rodrigues?

Repeteco

Como fez no dia 22 de março, quando do aniversário de João Rodrigues e do lançamento de sua pré-candidatura, naquela oportunidade Jorginho instalou o governo, por dois dias — véspera e antevéspera — em Chapecó.
Dessa vez, no evento do PSD desta quinta-feira, supostamente com a presença de Gilberto Kassab, Jorginho Mello já aproveitou para, na terça-feira, ir a Jaguaruna e a Criciúma, cidade onde os pessedistas vão se reunir.

Minando

Ou seja, Jorginho não acredita que João Rodrigues poderá se constituir num adversário à altura, mas também não descuida: vai minando as suas bases.

Todos os olhos no Senado

Por Cláudio Prisco Paraíso
04/06/2025 - 08h15

Desde que foi derrotado por Lula da Silva na reeleição, Jair Bolsonaro bate na tecla da eleição ao Senado, deixando claro que ela é mais importante do que a própria disputa pelos governos estaduais. E isso vem se sucedendo entre as lideranças liberais nos últimos dois anos.

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E o que impressiona é que só agora o PT resolveu acordar para essa situação em particular. Sim, nós teremos, em 2026, a renovação de dois terços do Senado. Cada estado elegerá dois senadores.

A renovação será de 54 dos 81. Lá, só ficarão 27. No último pleito, a vitória das candidaturas liberais ao Senado já foi expressiva.

Daqueles que vão continuar, o PL tem mais do que o dobro do PT. Os conservadores, igualmente, mais do que o dobro dos esquerdistas na Câmara Alta.

Sempre ele

Semana passada, ele, o super Zé, José Dirceu, deu uma declaração, em meio a uma entrevista, destacando que a eleição ao Senado é fundamental, sob pena de a direita colocar em risco as instituições democráticas, a própria democracia. Qual democracia, cara-pálida, a norte-americana? Porque por aqui não temos democracia plena faz tempo.

Entrelinhas

Ele, mais sutil, não falou no Supremo, até porque foi condenado por essa Casa em duas oportunidades.

Pretéritos

O STF confirmou as suas condenações no Mensalão e no Petrolão. Depois, houve aquela gambiarra patrocinada por Edson Fachin para descondenar, libertar e restabelecer os direitos políticos de Lula da Silva.

Trem da alegria

Entre os beneficiados, evidentemente, estava Zé Dirceu. Vale resgatar que o super Zé sempre foi o formulador do PT, tanto é que presidiu o partido por longo período.

Ponto de virada

Foi ele quem sempre esteve ancorando as candidaturas de Lula à presidência. Em 1989, 1994, 1998, as três mal-sucedidas, a ponto de, em 2002, Lula ter dado o recado:
Ou viabilizam, efetivamente, um processo político-partidário-eleitoral com reais perspectivas de vitória, ou ele estaria fora.

Mineirice

O desejo de Lula foi atendido por Zé Dirceu. À época, ele era o presidente do partido, viajou o país; o PT tinha elegido, em 2000 — e já em 1996, mas principalmente em 2000 — um grande número de prefeitos.

Tripé

Aqui em Santa Catarina, José Fritsch em Chapecó, Décio Lima em Blumenau e Décio Góes em Criciúma. Só para exemplificar — e a começar por Marta Suplicy, na maior capital da América Latina, São Paulo. A partir daí, sabe-se muito bem o que foi feito.

Custo PT

A arrecadação de fundos, aquela coisa toda, para bancar Duda Mendonça como marqueteiro e para viabilizar o processo eleitoral, sob o aspecto logístico e operacional. Os últimos complementos foram, claro, trazer o empresário Zé Alencar, de Minas Gerais, para vice. Foi uma forma de dar uma envernizada, mais moderada, na figura de Lula da Silva.

Alerta

Agora, precisou Zé falar na semana passada para que, no domingo, participando da convenção nacional do PSB, em Recife, em Pernambuco, Lula viesse a falar da importância da eleição ao Senado.
Ou seja, ele segue a cartilha de Zé Dirceu. Não se encontram em público, mas, nos bastidores, é tudo via Zé Dirceu.

Consórcio

Só que o atual inquilino do Planalto foi além, dizendo que isso é importante porque se faz necessário “proteger” o Supremo Tribunal Federal, que seria a garantia do processo democrático brasileiro. Um STF quase todo indicado por ele, Lula, e sua poste, Dilma. São realmente incríveis, notáveis, heroicos guardiões da democracia. Sem dúvidas!

Madeira dura

Lula nunca passou de um grande cara-de-pau, mas aproveitou para fazer a defesa de Alexandre de Moraes em relação às sanções dos Estados Unidos — e atacou o governo e o presidente Donald Trump.

Sutilulezas

Ou seja, temos na presidência um verdadeiro macaco numa loja de cristais. Isso que é Lula da Silva. Pergunta-se: se, efetivamente, a prioridade for o Senado, qual o reflexo objetivo aqui em Santa Catarina?

Ser ou não ser?

Décio Lima, amigo, correligionário e compadre de Lula, então, não iria para a terceira disputa consecutiva ao governo e poderia concorrer a uma das duas vagas ao Senado, já que continua sendo o nome de maior penetração eleitoral — por mais que limitada — do PT catarinense? Com a palavra, o PT estadual.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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