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Época propícia para rompimentos e traições

Por Cláudio Prisco Paraíso
29/06/2024 - 08h15.Atualizada em 29/06/2024 - 08h17

Rompimento definitivo, absolutamente inapelável. É assim que podemos definir a manifestação, nas redes sociais, do ex-prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro. Ele não buscou meias palavras e nem lançou mão de subterfúgios. Foi direto ao ponto.

Deixou muito claro que a atual gestão, que é resultado de sua renúncia para concorrer ao governo do Estado em 2022, com a investidura do prefeito Topázio Neto, teria perdido o rumo. E que os projetos essenciais para a cidade não mereceram continuidade.

E foi além. Falou em escolha errada, daquele voto de confiança que surpreendeu o criador em relação à criatura.

Ao final, depois de dizer que não tem compromisso com o erro dos outros, se referindo ao atual alcaide, Gean declarou que a história apenas está começando. Num tom, digamos, não ameaçador, mas sinalizando que ele deflagra agora uma nova caminhada. Completamente distanciada daquele que escolheu para vice na reeleição de primeiro turno em 2020.

Isolamento

Esse encaminhamento de Gean Loureiro ocorre num momento que seu partido, o União Brasil (UB), na figura dos três vereadores com assento na Câmara da Capital, bem como dos três deputados estaduais, ou seja, de seis mandatários do partido, defende a permanência da sigla na base de apoio do prefeito Topázio Neto. Como já vinha fazendo.

Tricotando

O próprio Gean, até pouco tempo atrás, vinha conversando, tricotando, negociando com o prefeito. Claro que o cristal já estava trincado. Mas uma saída foi tentada. Sem sucesso.

Negativo

Ocorre que Topázio não atendeu as exigências apresentadas por Gean, que já registramos na semana passada: apoio incondicional à sua candidatura a deputado em 2026 e a prefeito em 2028. Tanto por parte do prefeito como de seu partido atual, o PSD.

Demais

Como garantir um apoio para 2028 se a reeleição em 2024 ainda não aconteceu? E outra: o ex-prefeito pôs, à mesa, reivindicações de cunho pessoal e não partidário.

Tiroteio

Fazendo um balanço desse rompimento, não dá pra ignorar a densidade eleitoral e a liderança de Gean Loureiro na Capital.
Sobre a operação que atingiu em cheio Ed Pereira, seu ex-secretário, amigo e correligionário, isso pode provocar sim desgaste para ele. Agora se colocarmos tudo na balança, Gean vai ser um cabo eleitoral do benefício ou do prejuízo? Hoje é uma incógnita.

Pêndulo

A tendência seria fechar com Dário Berger, recém refiliado ao PSDB, com quem ele já esteve no passado. Depois se distanciaram em função de divergências.

Outros ares

O fato de Gean ter colocado um ponto final nas relações com Topázio se deve muito à aproximação do prefeito em relação ao governador. Inclusive assegurando a indicação de um vice do PL no projeto de reeleição.

Erro de cálculo

O que imaginava Gean? O PSD lhe apoiou para o governo em 2022, com ele na cabeça de chapa pelo UB. Agora seria o momento de o União retribuir. Só que o ex-prefeito vislumbra algo em torno do qual os pessedistas já andam muito desconfiados.

Desembarque

Topázio está encaminhadíssimo para buscar abrigo num partido que vai ficar no guarda-chuva do governador. Se não for o PL, presidido pelo próprio Jorginho, poderá ser o Podemos, que também estará sob o controle do governador, ou o Republicanos, que já está.

Antecipação

Gean não deseja ser surpreendido ou traído. Assim como vai ocorrer com o PSD a partir de 2025, uma vez confirmada a reeleição do atual prefeito. Então ele já está se antecipando.

Velhos amigos

Gean está fazendo uma escolha. Se desvincula de Topázio, aposta em Dário e se o tucano chegar lá, ele ajudou no processo. Se perder, também ajudou e nas duas hipóteses o projeto de Gean Loureiro é concorrer a deputado estadual em 2026. E avaliar como ficará o quadro na Capital para 2028.

Nuvem passageira

Por Cláudio Prisco Paraíso
28/06/2024 - 08h29.Atualizada em 28/06/2024 - 08h29

Carlos Moisés da Silva é alguém que apareceu do nada e se transformou governador pelas mãos do vereador de Tubarão à época, Lucas Esmeraldino. Que era o presidente do PSL em Santa Catarina e representante de Jair Bolsonaro no Estado.
Isso ocorreu num momento em que Bolsonaro não alimentava nenhuma perspectiva eleitoral.

Ele, inclusive, ofereceu a proa do partido a outros dois conhecidos seus, colegas, deputados e amigos. Rogério Peninha Mendonça, de quem era vizinho, lado a lado ficavam os gabinetes na Câmara dos Deputados; e outro emedebista Valdir Colatto, que, na última legislatura, anterior ao pleito de 2018, acabou ficando como suplente.

Peninha declinou. Tinha mandato. A proposta de Bolsonaro seria para assumir o PSL e, ao mesmo tempo, concorrer ao Senado. O que efetivamente ocorreu com Lucas Esmeraldino. Mas, a negativa de Colatto, igualmente, fez com que Bolsonaro confirmasse Esmeraldino.

O acordo que já havia sido firmado, colocaria Esmeraldino de vice de Gelson Merisio, com as candidaturas de Esperidião Amin e Raimundo Colombo ao Senado. Mas, quando Amin veio para o acordo, condicionou ao aproveitamento de João Paulo Kleinübing, que, na oportunidade, estava no União Brasil.

Vaga

E JPK acabou vice. Nisso, preterido, o comando do PSL resolveu lançar Carlos Moisés ao governo do Estado. Tratava-se de um coronel, bombeiro da reserva, que era um auxiliar de Lucas Esmeraldino, que o trouxe de Tubarão para ajudá-lo nas questões partidárias.

Surfando

Virou governador pela onda de Bolsonaro. Foi uma nuvem passageira, tanto na chegada quanto na saída. Sim, um ilustre desconhecido, incapaz de ter o bom senso de conduzir o governo de uma forma que fosse de convergência com aquele que o elegeu, o próprio Bolsonaro.

Alucinação

O pior de tudo é que ele declarou em várias oportunidades e até para o próprio colunista que a votação de Bolsonaro em Santa Catarina deveu-se a ele. Ah, sim, então em 2022 também se deveu a Jorginho Mello. Que, diferentemente de Moisés, foi vereador, quatro vezes deputado estadual, presidente da Assembleia, duas vezes deputado federal e senador.

Deslize

Moisés rompeu desnecessária e inexplicavelmente com Bolsonaro já nos primeiros meses. Presidente que o ignorou olimpicamente, jamais o visitou no Palácio Presidencial e nem no Centro Administrativo; e jamais o recebeu no Palácio Planalto. Resultado, nem para o segundo turno ele foi.

Migração

Antes de deixar o governo, Carlos Moisés resolveu assumir a presidência dos Republicanos em Santa Catarina. Garantiu ao presidente Marcos Pereira, deputado federal por São Paulo, que iria correr o Estado e preparar o partido para uma eleição exitosa. A verdade é que não estruturou partido e não viabilizou candidatura qualquer.

Clube

O partido, o Republicanos, ficou acéfalo. Moisés colocou na executiva só pessoas da sua relação. Depois chegou a prometer que concorreria à Prefeitura de Tubarão.

Degola

Diante da completa inércia, o ex-governador acabou perdendo o comando do partido para o atual, que o derrotou nas urnas 2022. E ficou por isso mesmo. Moisés saiu definitivamente da cena política.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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