O ex-deputado Kennedy Nunes inicia hoje a sua segunda semana à frente da articulação política do governo Jorginho Mello. Essa interlocução do Executivo não se restringe ao Legislativo, mas também aos demais poderes. No contexto do Judiciário, o Tribunal de Justiça, o Ministério Público Estadual e também junto ao Tribunal de Contas do Estado, que é um órgão auxiliar da Assembleia Legislativa.
O adjunto da Casa Civil, Marcelo Mendes, que vinha respondendo interinamente pela pasta, ficará com toda a parte burocrática; aquela parte administrativa do governo, que se esgota dentro dele próprio. Inclusive as demandas jurídicas.
Agora, tudo aquilo que é da administração estadual para fora fica sob o controle de Kennedy Nunes, que recebeu carta-branca de Jorginho Mello. Para se ter uma ideia, de sexta para sábado, houve uma ocorrência de falta de luz durante três ou quatro horas em Balneário Camboriú.
Vários deputados o acionaram e ele, imediatamente, no sábado pela manhã, contactou com o presidente da Celesc, explicou a situação, repassou aos parlamentares. Uma nota oficial foi redigida e publicada em conjunto pela Celesc e pela Secretaria de Comunicação.
Apagando incêndio
Ou seja, Kennedy Nunes não deixou acúmulos pelo caminho a ponto de desgastar a gestão de Jorginho Mello. Ele, inclusive, num determinado dia da semana passada, entre prefeitos, vice-prefeitos e parlamentares, atendeu mais de cinquenta.
Empoeirada
Aliás, muitos não pisavam na Casa Civil desde o tempo de Nelson Serpa, que foi o último titular do governo Raimundo Colombo. Era conhecido como Serpinha. Ou seja, estamos falando de quatro anos de Carlos Moisés e a metade da gestão de Jorginho Mello. Então, a engrenagem está funcionando de forma diferente.
Conexão
Com a experiência de quatro mandatos na Alesc, ele passa, efetivamente, a ser a ponta de lança do governo nessas negociações. Até porque conhece a esmagadora maioria dos parlamentares.
Há outro aspecto: Jorginho Mello formou um novo quadro de colaboradores. Essa é a grande realidade. E em sua esmagadora maioria, técnicos.
Perfil
Quais são os políticos que estão à frente de posições de relevo da administração estadual, do secretariado? O próprio Kennedy Nunes, Paulinho Bornahusen, na Articulação Internacional, ele já foi deputado estadual e federal; e o ex-presidente da Assembleia, Sílvio Dreveck, à frente do Desenvolvimento Econômico e Sustentável.
MDB
Finalmente, Jerry Comper, deputado estadual licenciado do MDB, que está na Infraestrutura. Então, Kennedy só tem três com visão política. Também por isso, ele está fazendo essa interlocução internamente com aqueles colaboradores e colegas de colegiado que não têm experiência política.
Na ponta
Suponhamos que um determinado assunto encaminhado pela Secretaria do Meio Ambiente e Economia Verde, se é algo que, com a sua experiência e com o aval do governador, ele percebe que não tem como avançar, Kennedy já vai nesse secretário e trata do assunto.
Antecipando
Até para que, efetivamente, a questão possa ser já eliminada da pauta e não fique provocando desgaste ao governo estadual. Com relação às lideranças políticas que hoje estão no secretariado, faltou dizer, evidentemente, que além de Jerry Comper, Sílvio Dreveck e Paulinho Bornhausen, na mesma condição de Kennedy Nunes, chegaram agora dois ex-prefeitos, ambos de dois mandatos.
Dupla
Mário Hildebrandt, de Blumenau, à frente da Defesa Civil; e Adeliana Dal Pont, de São José, que já está comandando a Assistência Social.
Por fim, nos próximos dias, Jorginho estará chamando uma reunião do colegiado para explicar aos seus principais assessores o novo papel do chefe da Casa Civil, que acaba de assumir e tem um belo desafio pela frente.
O secretário de governo de Tarcísio de Freitas, Gilberto Kassab, participou, nesta quarta-feira, em São Paulo, da Conferência Latino-Americana de Investimentos, promovida pela UBS. Em sua palestra, para um público seleto de economistas, mas, também, na presença de alguns poucos políticos, o presidente nacional do PSD fez duas alusões a Topázio Silveira Neto.
Quando indagado sobre as perspectivas do PSD, ele destacou alguns nomes, como o prefeito Eduardo Paes, do Rio de Janeiro; o governador Ratinho Júnior, do Paraná; e o prefeito Topázio Silveira Neto, de Santa Catarina.
Todos os três reeleitos. Paes e Topázio agora em 2024 e Ratinho em 2022. Essa observação feita por Kassab já havia ocorrido em outra entrevista, em novembro, quando ele citou exatamente esses três.
Longe do Oeste
Ou seja, a referência dele para o estado catarinense está no nome do prefeito da Capital. Simples assim. Em nenhum momento ele fez referência ao prefeito reeleito de Chapecó, com mais de 80% dos votos, João Rodrigues, que já se apresenta como pré-candidato e que será lançado formalmente em 22 de março, em Chapecó, data de seu aniversário.
Incógnita
Pergunta-se: Gilberto Kassab estará presente? Ele está ao par dessas articulações? Se estivesse e concordasse, teria citado o nome de João Rodrigues e não o fez propositalmente? Vale lembrar que Tarcísio de Freitas é do Republicanos, partido que, em Santa Catarina, está sob controle de Jorginho Mello, tendo à frente o deputado federal Jorge Goetten e também o seu irmão, Juca Mello.
Conexão
Outro detalhe: Jorginho interage muitíssimo bem com Tarcísio de Freitas. Ninguém tem a menor dúvida de que Topázio Silveira Neto está respaldando o projeto de recandidatura de Jorginho Mello. Ele mesmo já fez essa declaração em alto e bom som.
Conta própria
Isso faz com que possamos concluir que João Rodrigues está entrando no circuito, mas sem o respaldo de Gilberto Kassab e nem mesmo o apoio daquele que Kassab tem como referência em Santa Catarina, que é Topázio.
Discurso e prática
Neste contexto, poderá haver surpresas. De repente, João Rodrigues ou aceita concorrer ao Senado, na chapa encabeçada por Jorginho, num acordo do PSD com o PL em Santa Catarina, ou ele vai ter que buscar abrigo em outra sigla para concorrer ao governo do Estado.
Fator Bornhausen
É importante prestar atenção nesses sinais vindos de Gilberto Kassab, que, vale lembrar, foi criado na política e ganhou destaque pelas mãos do ex-governador e ex-senador Jorge Bornahusen, cujo filho, Paulinho, é secretário de quem? Jorginho Mello.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.