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Inferno astral

Por Cláudio Prisco Paraíso
12/09/2025 - 08h03

Em meio ao julgamento de Jair Bolsonaro pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, o relator Alexandre de Moraes vive um inferno astral momentâneo, iniciado com a sua própria fala. Na terça-feira, quando transferiu ao senador Esperidião Amin uma responsabilidade que, na verdade, foi do próprio Tribunal Superior Eleitoral, antes mesmo de ele, Alexandre de Moraes, assumir a presidência para comandar o processo das eleições de 2022.

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O assunto reportado pelo relator datava de 2018, quando Esperidião Amin sequer senador era, e ele transferindo essa responsabilidade como forma de querer esvaziar a argumentação da defesa de um dos julgados. Alexandre mereceu dura contestação do senador Esperidião Amin, que emplacou na mídia nacional fortemente porque tinha o documento comprovando que nada tinha a ver com aquilo e sim o próprio TSE, a própria Justiça Eleitoral.
Esperidião Amin desmascarou, à luz do dia, o farsante Alexandre de Moraes, que ficou sem argumentos, porque o documento está ali — e isso repercutiu fortemente, comprovando o modus operandi do ministro do Supremo, que deturpa, distorce, manipula.

Encenação

Ele está pilotando um julgamento que, na verdade, não é um julgamento: é um ato condenatório por antecipação, mas eivado de ingredientes políticos, ignorando completamente a base legal — melhor dizendo, ignorando a própria Constituição, rasgada sem a menor cerimônia. Isso tudo o fragiliza, o enfraquece perante a opinião pública, não só nacional, mas também no contexto internacional.

Na moleira

Não bastasse isso, veio, na quarta-feira, o voto de Luiz Fux. Muitos imaginavam que ele poderia pedir vista. Outros especulavam: talvez fosse pedir a redução da pena ou estabelecer uma prisão em condições menos degradantes para um ex-presidente da República. Mas ele veio com um voto substancioso, denso, consistente, questionando na raiz a questão do foro privilegiado.

Realidade

A grande verdade é que Jair Bolsonaro não é mais detentor de mandato, mas está sendo julgado na última instância. O próprio Fux admitiu que, quando muito, ele deveria ser julgado pelo Plenário. Por que ele disse isso? Simples: porque existe um negócio chamado Constituição, e ela, a Carta Magna — rasgada, vilipendiada, usurpada — é quem estabelece esse rito.

Lei

Segundo a CF, uma turma do STF jamais poderia proceder a um julgamento dessa natureza. Claro que o fato de Fux ter colocado o dedo na ferida gerou um profundo mal-estar entre seus colegas, porque todos já tinham predisposição de condenar Jair Bolsonaro e os outros sete arrolados neste julgamento inicial do 8 de janeiro.

Roteiro

É pouco provável que o voto de Fux modifique o placar, que tem tudo para ser de 4 a 1 pela condenação de Jair Bolsonaro. Mas há o desdobramento no exterior do seu voto: não existe mais unanimidade. O Supremo não está rachado, mas existe uma defecção, e justamente de um ministro sugerindo que outros ministros, em Plenário, possam se manifestar.

Front

Essa circunstância também faz com que, ainda mais, o governo americano possa entrar no circuito, pressionando o Supremo e seus ministros, já que estamos diante de um julgamento político, no contexto do consórcio Supremo–Planalto.

Tabelinha

Não é Planalto e Supremo. É Supremo e Planalto. O governo virou uma extensão do Judiciário; o Executivo virou uma edícula. A que ponto chegamos, considerando que o atual inquilino do Palácio do Planalto lá está porque foi solto e “descondenado” por esse mesmo Supremo, tendo à frente Alexandre de Moraes.

Ditador

Alexandre, ele, o todo-poderoso da Justiça Eleitoral em 2022. Conduziu o processo de forma tendenciosa, parcial e capciosa para favorecer justamente Lula da Silva em detrimento de Jair Bolsonaro. É isso que está sendo questionado no Brasil — e também fora daqui.

Bastidores a mil por SC

Por Cláudio Prisco Paraíso
11/09/2025 - 08h23

Estamos a menos de um ano das eleições de 2026. Em Santa Catarina, as articulações são efervescentes, num ritmo capaz de provocar reacomodações na disputa sucessora estadual 2026. Conversas de bastidores podem direcionar uma composição de chapa liderada por Jorginho Mello, tendo como vice a senadora Ivete Appel da Silveira.

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Isso mesmo. Ela, que assumiu a segunda metade do mandato de Jorginho Mello com a sua eleição ao governo. Ivete era a primeira suplente escolhida pelo então deputado Jorginho Mello em 2018. Não está descartada a possibilidade dela fazer mais uma vez dobradinha com ele. Seria o nome do MDB para compor de vice. Aliás, o governador já conta com uma vice-governadora mulher, a delegada Marilisa Bohem. Ela é de Joinville, assim como Ivete.

Pacificação

Essa solução pacificaria a questão dentro do MDB, que hoje teria dois nomes. Dois deputados. O estadual Antídio Lunelli e o federal Carlos Chiodini, que responde momentaneamente pela Secretaria da Agricultura de SC. Ambos são de Jaraguá do Sul.

Geografia

Vindo Ivete, seria uma representante também do Norte do estado, mas do maior colégio eleitoral catarinense que é Joinville, cidade que seu marido administrou em três oportunidades.

Breque

Isso tudo num contexto em que o atual prefeito, Adriano Silva, que já não estava inclinado por uma candidatura ao governo que o obrigaria a renunciar boa parte do segundo mandato para o qual foi eleito, com Ivete de vice na chapa do governador, aí mesmo a possibilidade seria zero.

História

Outro aspecto a ser considerado é o seguinte: se Jorginho Mello se reelege com Ivete de vice, ela vai se transformar na primeira governadora da história de Santa Catarina. Já tivemos Daniela Reinehr e a própria Marilisa respondendo por um período de interinidade, mas, no caso de Ivete, Jorginho Mello renunciaria para concorrer ao Senado em 2030 e ela seria efetivada governadora para um mandato-tampão.

Rivalidade

Aliás, o seu marido, Luiz Henrique da Silveira, foi duas vezes governador e, nas duas, derrotando quem? Em 2002 e 2006? Esperidião Amin. Que pode vir a ser candidato à reeleição nessa mesma composição. Não custa lembrar que o antigo PDS depois se transformou em PP, podendo estar na mesma chapa com o MDB. Ivete Appel da Silveira e Esperidião Amin, do PP, hoje União Progressista.

Liberais

Os dois nomes do PL seriam Jorginho Mello ao governo, à reeleição, liderando a chapa, e, na outra vaga ao Senado, Carlos Bolsonaro ou Carol De Toni, ambos do PL.

Morro abaixo

Ou seja, é campanha ladeira abaixo. Praticamente consolidaria a reeleição de Jorginho Mello, que ainda conta com apoio de outros partidos, como o Podemos, o Republicanos e, ainda, com parte do PSD, a partir da figura do prefeito Topázio Silveira Neto, da Capital.

Corner

Então o PSD não teria outro caminho a percorrer, a não ser que vá para uma aventura com João Rodrigues. Mas, isso faria, inclusive, que alguns deputados e prefeitos deixassem o partido, a começar pelo próprio Topázio.

Liderança

Deputados como Mário Motta podem não deixar o partido, mas, estão alinhados com Jorginho Mello pelas mãos do prefeito de Florianópolis. Também entra nessa conta o ex-deputado Paulinho Bornhausen, hoje secretário de Articulação Internacional, e tem que ver o futuro de Ismael dos Santos. Ele é o único federal do PSD. Poderia buscar abrigo em outra sigla, considerando-se que o PSD está desidratando.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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