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Momento ruim

Por Cláudio Prisco Paraíso
15/06/2024 - 08h28.Atualizada em 15/06/2024 - 08h28

Essa, sem a menor dúvida, foi a pior semana sob Lula III. Ocorreu uma verdadeira overdose de notícias, encaminhamentos e decisões negativas. 

Houve a Polícia Federal (PF) indiciando o ministro das Comunicações, Juscelino Filho. 

Mas Lula já veio a público dizer que ele conta com seu apoio, que não há nada definitivo contra o integrante da esplanada. 

E isso que esse cidadão, Juscelino, já aprontou poucas e boas no governo, com gastos desmedidos e desenfreados, práticas de utilização da FAB em compromissos particulares, enfim o rapaz é um penduricalho. 

Segundo fato. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, devolveu a MP (Medida Provisória) relacionada a mudanças no PIS e na Cofins. O que provocou a reação quase que unânime do empresariado brasileiro contra o governo, pois a medida viria para compensar o aumento de impostos que o fim da desoneração da folha de pagamento geraria. E que não prosperou. 

Gana

A União queria meter a mão em mais uma graninha. Afinal de contas, a vida não está fácil para ninguém e o governo tem aquela sanha arrecadatória insana. 

Memória

A devolução da MP nos remete a 2015, quando ocorreu a última devolução de uma Medida Provisória ao Executivo. No ano seguinte, Dilma Rousseff foi impedida. 

Ato três

O terceiro ato foi a suspensão do leilão, fraudulento, de compra de arroz do exterior. Uma manobra que seria cômica se não fosse absolutamente trágica. Uma vergonha. 

Será?

O governo ali estava, talvez, querendo criar situações que quem sabe pudessem injetar recursos para a campanha eleitoral. As três vencedoras foram empresas que nada tinham a ver com agricultura. 

Fachadas

Uma fabricante de sorvetes, uma locadora de automóveis e um mercado especializado em queijos. Que beleza. 

Ligações

Na sequência se identificou alguém já vinculado ao secretário de política agrícola, Neri Geller, que acabou caindo. Aliás, esse cidadão que caiu começou a disparar pra cima, avisando que tem mais coisas a serem investigadas, de outras compras, importações do governo Lula. 

Asneiras

Sem falar nas declarações de Lula da Silva, absurdas, ele declarou na quarta que, o governo estava disposto a estabelecer um choque fiscal. Meta de equilíbrio das contas que não será pela vida do comprometimento de programas sociais. 

Mais carga

O que o mercado entendeu que o paquiderme governista será mantido e que o tal equilíbrio virá pelo aumento de impostos. Ocorre, contudo, que a sociedade não aguenta mais tanto imposto. A Bolsa de Valores foi a pique e o dólar às alturas nesta semana. 

Tiro no pé

É um presidente que trabalha e investe contra o próprio governo e o próprio país. Em meio a tudo isso, ele embarca para o exterior para uma reunião da OIT. 

Lua-de-mel

Conversa mole, foi levar a primeira dama para passear na Suíça, daí aproveita para participar do lançamento de um livro de 35 anos de carreira de Paulo Coelho. 

Senil?

Acerca da devolução da MP, a deidade vermelha – para delírio dos lulofanáticos – declarou que o Congresso e os empresários que resolvam, que o problema seria deles. Como assim, cara-pálida? Quem está querendo meter ainda mais a mão no bolso da população, via MP, sem qualquer previsibilidade, é o governo. 

Mau humor

A sociedade e a classe empresarial estão a cada dia mais contrariadas. Os investimentos internacionais estão sendo afugentados porque não há previsibilidade, nem segurança jurídica. Quem vai investir num país onde há uma farra fiscal e o governo só pensa em arrecadar mais?

Brincadeira tem hora

A situação é para lá de periclitante. Lula da Silva está brincando de governar, não está com vontade de exercer a Presidência a República. O caminho para o fim começa a ser traçado com contornos claros. O sentimento popular costuma contagiar o Congresso Nacional.

Lideranças Pinus elliotti

Por Cláudio Prisco Paraíso
14/06/2024 - 08h44.Atualizada em 14/06/2024 - 08h44

O caudilhismo é algo presente em qualquer parte do mundo. E o Brasil? Claro que não foi uma exceção. Nós tivemos aqui uma figura que marcou a época. Leonel de Moura Brizola. Um caudilho simpático, insinuante, carismático e que conseguiu suplantar o exílio, retornando após a anistia e conquistando novos mandatos.

O trabalhista eloquente era governador do Rio Grande do Sul quando a revolução colocou as manguinhas de fora. Ele bateu em retirada. Quando retornou, em 1979, Brizola, que também foi prefeito de Porto Alegre, optou por não voltar ao Rio Grande do Sul. Mas por concorrer ao governo do Rio de Janeiro. Aliás, o que fez com êxito.

Muito embora tenhamos tido o episódio da Proconsult, da Rede Globo, aquele envolvimento todo para derrotá-lo. Mesmo assim, no final das contas, a sua vitória foi confirmada no Rio de Janeiro. Não tinha reeleição à época, mas o gaúcho elegeu como sucessor em 1986, Marcelo Alencar. No mesmo ano ele também elegeu o governador gaúcho, Alceu Collares.

Embocadura

Leonel Brizola ganhou projeção nacional e se preparou para a disputa presidencial, o que ocorreu em 1989. Por menos de meio por cento acabou sendo ultrapassado, nos últimos dois dias de campanha, por Lula da Silva, a quem coube enfrentar e ser derrotado por Fernando Collor de Mello

Pegada

História que seria completamente diferente se Brizola tivesse chegado a grande final contra o então Caçador de Marajás. Depois, em 1994, Brizola chegou a ser vice de Lula. E nunca mais teve aquela importância política, foi se apequenando e perdeu relevância.

Vermelhou

O caudilhismo, de alguma maneira, foi ganhando cores também no PT. O fundador número 1 da legenda é aquele que encarnou o papel de sindicalista e retirante nordestino, também ex-torneiro mecânico Luiz Inácio Lula da Silva.

Primeira derrota

Em 1980, o presidente de plantão criou o partido, concorreu ao governo em 1982. Tanto ele como Jânio Quadro foram derrotados na disputa em São Paulo. Franco Montoro venceu o pleito e assumiu o governo do estado brasileiro mais importante.

Deputação

Lula da Silva se elegeu deputado federal na sequência e participou da Assembleia Nacional Constituinte.

Persistência

O canhoto disputou também os pleitos presidenciais de 1994 e 1998 e na quarta tentativa, em 2002, se elegeu. Antes disso, Fernando Henrique Cardoso havia cumprido dois mandatos.

Bico e pena

O tucano-mor tentou fazer como sucessores José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves. Nenhum deles teve sucesso. Consequentemente, o PSDB foi perdendo consistência.

Liberais

O PFL, lá na década de 1990, era muito forte e comandado por Jorge Konder Bornhausen. Que fazia parte do grupo de Marco Maciel, ex-vice de FHC durante oito anos do tucanato no poder.
Mas Marco Maciel não tinha perspectiva eleitoral. O nome que estava sendo preparado era do filho do então senador e ex-governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães, ex-deputado Eduardo Magalhães.

Vácuo

Só que o herdeiro de ACM acabou partindo precocemente e o PFL ficou sem candidato. Trocando em miúdos, o PSDB fez dois mandatos com Fernando Henrique, mas não teve sucessor.

Roteiro

Brizola igualmente não conseguiu construir o sucessor, até porque Lula ocupou o seu espaço.  Ah, mas Lula, depois do segundo mandato, elegeu Dilma Rousseff. Foi uma improvisação, porque o nome natural seria o do responsável pela sua eleição em 2002, Zé Dirceu, que era presidente do partido. O Super Zé, contudo, caiu no mensalão.

Hierarquia

O terceiro nome “natural” na linha sucessória vermelha, Antônio Palocci, também foi engolido por escândalo de corrupção.

Sou do Sul

Foi aí que Lula teve que escolher entre dois gaúchos: Tarso Genro, gaúcho da gema, nascido no Rio Grande; e Dilma Rousseff, mineira de nascimento, mas que construiu a sua carreira também no estado vizinho.

Erro histórico

A deidade vermelha optou pela mulher. Ela se elegeu com o seu apoio e se reelegeu com o seu respaldo. Mas sucumbiu na metade do segundo mandato com o impeachment.

Poste

Durante a sua prisão, Lula da Silva escalou Fernando Haddad, o famoso poste, que polarizou com Jair Bolsonaro e foi pro segundo turno, fazendo quase 45% dos votos. Votação nada desprezível, registre-se.

Manobra

Em 2022, o Supremo soltou Lula para disputar com Bolsonaro. O petista supostamente ganhou a eleição. Agora, quem garante que ele chega para a reeleição? Principalmente considerando as condições político-eleitorais. O seu governo vai de mal a pior.

Faria Lima

O setor produtivo já anda incomodado. E aí, se for para Lula passar o bastão novamente? Terá uma Dilma ou um Dilmo? Quem seria? Hoje, especula-se três nomes: Haddad novamente, que é o seu pupilo e atual ministro da Fazenda.

Baiano

O Ministro da Casa Civil, Rui Costa, que foi oito anos governador da Bahia e que hoje é o braço direito do presidente no Palácio do Planalto. O terceiro é o ex-governador do Ceará, eleito senador, Camilo Santana, hoje ministro da Educação.

Sem chance

A perspectiva de um desses três ganhar corpo para suceder a Lula é remota, porque Lula nunca preparou o sucessor. A exemplo de Brizola, não passa de um caudilho.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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