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O regime se aprofunda

Por Cláudio Prisco Paraíso
27/11/2025 - 08h10

Alexandre de Moraes começou a executar as penas dos condenados do tal golpe de 8 de janeiro — golpe fictício, que nunca existiu. O que ele fez em relação a Jair Bolsonaro? Já se antecipou, no sábado, com aquela prisão preventiva que pegou todo mundo de surpresa. Ora, como não desejava que a transferência, durante a semana, provocasse algum tumulto ou contratempo, cedinho, no sábado pela manhã, a Polícia Federal já o levou para a carceragem. Em pleno feriadão. E lá o ex-presidente ficou. E lá vai continuar. Ou seja, tudo devidamente planejado, de maneira ardilosa, no contexto de uma atuação parcial, tendenciosa, capciosa. Esse é o Brasil do consórcio.

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Alexandre também recolheu almirante, generais de quatro estrelas, todos para cumprir pena. Além dos brasileiros que já estão cumprindo, seja por ter colocado batom na estátua em frente ao Supremo Tribunal Federal, seja por serem velhinhas e grávidas com Bíblia e Rosário na mão. Esse povo investiu contra o Estado, e a intenção era promover um golpe. Claro, óbvio.

Alvo

Cumprida essa etapa, já se especula que o senador Flávio Bolsonaro, primogênito do ex-presidente e que virou seu porta-voz, será a próxima vítima de Alexandre de Moraes. Isso porque poderia estar surgindo como uma alternativa à Presidência da República.

Fora do jogo

Então, Alexandre de Moraes tem que começar a se preparar para torná-lo inelegível. Flávio e todas as candidaturas de direita que se apresentarem: Ronaldo Caiado, Romeu Zema, Ratinho Júnior, Eduardo Leite, e daí por diante. Porque, pelo visto, querem ganhar por W.O. Não tem que ter disputa, tem que simplesmente proclamar Lula como reeleito. Viva o Brasil!

Tendencioso

Aliás, em 2022, como presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre conduziu as eleições como sabemos: Lula da Silva podia tudo, Bolsonaro não podia nada. Lula foi tirado da prisão pelo Supremo justamente para derrotar aquele presidente que os enfrentou, que não se sujeitou às arbitrariedades e caprichos.

Combalido

Jair Bolsonaro está fora de combate, evidentemente. Fora das eleições, fora da campanha. Mas ainda tem um eleitorado fiel, que vai exercer influência para colocar algum candidato de direita no segundo turno — se Alexandre de Moraes e o STF permitirem. O Congresso, como sempre, acovardado, nada fará, porque muitos de seus integrantes devem à Justiça.

Reféns

E ficam na mão das supremas togas, que os ameaçam em forma de chantagem, tirando da gaveta processos justamente para intimidá-los. E assim as coisas vão se sucedendo.

Corruptos

Na outra ponta, temos uma mídia adestrada, vendida, chapa-branca; e uma população abandonada, com medo de Alexandre de Moraes, que resolveu assumir o comando do país e colocar na prisão quem bem entendesse.

Armadilha

O Brasil hoje se encontra refém de uma ditadura de toga. O Executivo é apenas um puxadinho do Supremo Tribunal Federal. Lula da Silva não passa de um bedel, de um office-boy de Alexandre de Moraes ou do STF.

Recado

O próprio decano Gilmar Mendes, que lá atrás disse que Lula e o PT transformaram o governo numa cleptocracia, desviando bilhões de dólares, mudou de ideia e ajudou seus pares a recolocar Lula da Silva no jogo.

Do xilindró ao Planalto

A deidade vermelha não só foi descondenada, como libertada e teve seus direitos políticos restabelecidos. Os intocáveis do STF ajudaram, claro, a elegê-lo de maneira efetiva e substanciosa. Só que agora Gilmar já pensa diferente. Lula foi a salvação deles, mas bastou falar algo que desagradou, e o decano já mandou avisar.

Lembrete

O que Gilmar disse foi mais ou menos isso:

Não se esqueça que estava preso, não se esqueça que nós o tiramos da prisão e não se esqueça que o colocamos na Presidência da República.

Tudo na maior cara dura, de forma escancarada e descarada.

Turma

Esse é o Brasil: o Brasil de Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e do Supremo Tribunal Federal. Eles dão as cartas. Enquanto Lula da Silva e seus ministros são obedientes e disciplinados, colaboradores desse STF, que está a sufocar a opinião pública.

Ladeira abaixo

Paralelamente a isso, um governo que perdeu completamente o controle da economia e que está levando o Brasil para o buraco. Mas calma. Tudo ainda vai piorar. E muito.

Esquerda tenta se reinventar em SC

Por Cláudio Prisco Paraíso
26/11/2025 - 08h27

Os partidos de esquerda em Santa Catarina continuam apostando fortemente na alternativa chamada Paulo Bauer ao governo do Estado. Ele concorreria pelo PSB, ao qual ainda não está filiado. A ideia é enfrentar Jorginho Mello.
Décio Lima vislumbra a perspectiva de uma pulverização de candidaturas conservadoras ao Senado para ele buscar a segunda vaga, acabando com a hegemonia conservadora catarinense na Câmara Alta.

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O problema é que o eleitorado catarinense tem demonstrado uma certa atenção ao fazer as suas opções de candidaturas, especialmente na majoritária. Senão, vejamos. Em 2014, Raimundo Colombo ganhou a reeleição do próprio Bauer por uma margem insignificante, apoiando também a recondução de Dilma Rousseff, do PT, que transferiu recursos volumosos para Santa Catarina, viabilizando inclusive um financiamento de R$ 10 bilhões.

Mais ou menos

Foi aquele apoio meio velado da parte do ex-governador, sem dividir palanque, mas, com elogios à então presidente da República, que conseguiu se reeleger, também na estica.

Fatura

Raimundo Colombo liquidou a fatura no primeiro round. Porque se ficasse para o segundo turno, seria atropelado com a onda Aécio Neves, registrada em Santa Catarina na disputa presidencial.

Gosto amargo

Nas duas disputas seguintes, o lageano perdeu o Senado. Isso depois de sete anos como governador, tendo sido reeleito no primeiro turno. Em 2018, não custa lembrar, havia duas vagas em disputa.

Retorno

A esta altura é preciso falar da figura de Dário Berger, que, agora está sendo especulado no sentido de voltar para o PSB  para ser candidato ao Senado junto com Décio Lima, do PT, e Paulo Bauer ao governo.  

Nada feito
Dário Berger já se abrigou no PSB para buscar a reeleição em 2022. Em 2014, Dário se elegeu pelo MDB. Ele já foi filiado ao PFL, ao PSDB e a outros partidos, mas, quando foi para um partido de esquerda, perdeu a reeleição.

Guinadas

Então, tivemos Raimundo Colombo primeiro, e o segundo caso, muito claro, é o de Dário Berger. Há quem pergunte porque Gelson Merisio, que foi candidato a governador em 2018 e foi para o segundo turno  contra Carlos Moisés (e acabou derrotado de forma acachapante), não volta à atividade político-partidária-eleitoral?

Ideologia

Simplesmente porque, a exemplo de Colombo e Berger, também deu um cavalo-de-pau, mas  não disputando a eleição.

Esquerda, volver

Como perdeu em 2018 e passou a integrar o Conselho da JBS, Merisio, a partir da soltura de Lula da Silva e a sua candidatura em 2022, se alinhou às esquerdas. Ele se filiou ao Solidariedade e articulou a chapa de Décio Lima.

Conversão

O ex-pefelista e pessedista, convertido ao socialismo, foi convidado para ser o vice do petista. Declinou. Muito espertamente, Merisio não será candidato a mais nada, porque também está registrado no caderninho do eleitor catarinense.

Replay

Então, Paulo Bauer, que foi vice-governador de Esperidião Amin, é um homem de direita; que foi candidato ao Senado junto com Luiz Henrique, do MDB, posicionado ao centro. O ex-tucano foi deputado estadual, federal, presidente do PDS em Santa Catarina e integrou a primeira metade do governo de Jair Bolsonaro em Brasília.

Ligações

Na Capital federal, Bauer fez parte do gabinete de Onyx Lorenzoni na Casa Civil. Depois dessas passagens todas, ele, que também foi do PFL e do PSDB, líder do tucanato no Senado, correria sério risco em buscar abrigo na trincheira esquerdista. Seguramente vai pensar duas vezes, porque tem situações pretéritas que mostram claramente que o catarinense não se deixa enganar por aqueles que acreditam serem mais espertos do que a esperteza.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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