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Racha nas fileiras do PSD-SC

Por Cláudio Prisco Paraíso
20/08/2025 - 08h20

O PSD está agindo de forma dissimulada ou, em Santa Catarina, já apresenta uma divisão ainda maior do que a provocada pela defecção do prefeito da Capital, Topázio Silveira Neto, que há tempos respalda a reeleição de Jorginho Mello.

Não se pode esquecer do ex-deputado Paulinho Bornhausen, hoje secretário de Articulação Internacional, igualmente engajado na recondução do governador.

Quanto ao ex-senador e ex-governador Raimundo Colombo, não assumiu compromisso com Jorginho, mas, por outro lado, também não compareceu a nenhum evento patrocinado por João Rodrigues.

A questão ganha relevo porque, nas últimas semanas, ficou evidente a aproximação entre Jorginho e o presidente da Assembleia Legislativa, Julio Garcia.

Ambos estiveram juntos em diversos eventos, trocaram abraços e sorrisos, a ponto de gerar rumores de bastidores: Julio poderia ser opção para compor como vice na chapa do governador em 2026.

Postura

Essa tese vem sendo defendida há muito tempo por Topázio e começou a ser interpretada como uma saída honrosa para João Rodrigues, que, no último mês e meio, sumiu do cenário político, evidenciando dificuldades para manter sua pré-candidatura ao governo.

Isolamento

João não tem sequer um partido comprometido com sua candidatura.
O PSD, por sua vez, está dividido entre Topázio, Bornhausen e um Raimundo Colombo silencioso.
Afinal: o partido joga para compor com o governador ou estaria apenas encenando entendimento enquanto ainda aposta, nos bastidores, numa pré-candidatura própria?

Realidade

Jorginho deve estar raciocinando: colocar o PSD na chapa pode ter o efeito de empurrar o MDB para fora da aliança.
Se isso acontecer, o caminho natural dos emedebistas seria em direção a João Rodrigues, o que poderia dar fôlego ao seu projeto.

Visão

Esse cálculo não é novo. Jorginho já havia sinalizado, no passado, que a vaga de vice seria do MDB — assim como o partido lhe garantiu uma das vagas ao Senado em 2018.

Fita crepe

Se Jorginho conseguir segurar o MDB e o União Progressista, João Rodrigues ficará isolado, sem perspectivas de atrair partidos relevantes para sua candidatura.

Tiro no pé

Ao tentar atrair Julio Garcia e o PSD para compor de vice, Jorginho pode estar apenas dando argumentos para o MDB se afastar do governo e buscar espaço com a pré-candidatura de João.

Natimorto

Se Jorginho mantiver o MDB e o União Progressista em sua base, o PSD ficará sem rumo. Ou se lança na aventura com João Rodrigues ou se limita a atuar na chapa proporcional para Câmara e Assembleia.

Sem chance

Já o Novo dificilmente entraria nesse jogo. Adriano Silva não renunciaria à prefeitura de Joinville para compor uma chapa liderada por João. E o partido já lançou Gilson Marques ao Senado. Este, sim, poderia dar palanque a uma eventual candidatura de Romeu Zema à Presidência.

Trocando em miúdos

Essa cartada soa como mais uma típica jogada pessedista para tentar forçar o desembarque do MDB e viabilizar a candidatura de João Rodrigues.

Perito

Mas, desta vez, o PSD não enfrenta um neófito como Carlos Moisés, que quase foi cassado na Assembleia.
O adversário é Jorginho Mello, político com nove mandatos, que nunca perdeu uma eleição, reconhecido pelo trabalho e, sobretudo, pela astúcia.
Simples assim.

Tiroteio na centro-direita

Por Cláudio Prisco Paraíso
19/08/2025 - 08h14

Neste domingo, Carlos Bolsonaro acionou a metralhadora giratória contra quatro governadores com nomes colocados para uma eventual disputa presidencial: Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Ratinho Júnior (PSD-PR) e Romeu Zema (Novo-MG).

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Zema, que lançou sua pré-candidatura em grande mobilização no sábado, em São Paulo, chegou a admitir que não se trata de um projeto inarredável. O mineiro deixou claro que poderia compor — numa sinalização indireta a Tarcísio — com quem disse manter conversas frequentes.
Curiosamente, Zema também destacou que só entrou no páreo porque Jair Bolsonaro está inelegível, caso contrário, apoiaria o ex-presidente.

Difícil de entender

Mesmo com essa deferência a Bolsonaro, no domingo Carluxo publicou uma postagem — curtida pelo irmão, Eduardo Bolsonaro, nos EUA — em que, sem citar diretamente os governadores, referiu-se a eles como “ratos”.

Baixo nível

Exatamente isso: o 02 chamou quatro governadores de ratos.
Um gesto absolutamente desequilibrado e que só amplia um contexto já desfavorável a Bolsonaro, que além de inelegível e com problemas de saúde, ainda enfrenta prisão domiciliar, cujo julgamento começa no próximo dia 2.

Clima ruim

É evidente que todos estão consternados com a situação vivida pelo ex-presidente. Mas a vida política continua, e os conservadores precisam viabilizar uma candidatura. Sem isso, Lula da Silva tende a continuar avançando.

Aliás, o PT já articula contra Ciro Gomes, que cogita retornar ao PSDB para, nesse vácuo da direita, lançar-se candidato contra Lula — a quem o texto chama de “aquele que voltou à cena do crime”.

Bomba-relógio

Está armada a confusão. O imbróglio ganha maior potencial com a manifestação de Carluxo, sem cabimento algum, completamente fora de contexto. Essa é a grande verdade.

Contaminação

É esse Carlos Bolsonaro que está se transferindo para Santa Catarina. A preocupação não é apenas com o fato de ocupar uma vaga, mas com o risco de tornar ainda mais radical e sectário o ambiente político nacional a partir de sua pré-candidatura pelo estado.

No brete

Naturalmente, isso não interessa ao governador Jorginho Mello, que tem a reeleição bem encaminhada. Mais cedo ou mais tarde, terá que lidar com o risco de ter, na sua chapa ou coligação, alguém que provoca confusão nacional em plena disputa presidencial.

Destempero

Vamos acompanhar o desenrolar dos fatos, mas a manifestação de Carlos Bolsonaro foi absolutamente desarrazoada, sem equilíbrio e sem bom senso.
A família Bolsonaro deixa claro, mais uma vez, como costuma fazer política. Essa é a realidade.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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