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Rasante no Planalto Central

Por Cláudio Prisco Paraíso
07/06/2024 - 09h03.Atualizada em 07/06/2024 - 09h03

Na quarta-feira, 5, Jorginho Mello esteve em Brasília com os presidentes nacionais do PL, seu partido, Valdemar da Costa Neto, e também do Republicanos, Marcos Pereira.

Na pauta estava a transferência do deputado federal Jorge Goetten, do PL para o Republicanos, sem que, evidentemente, os liberais venham a reivindicar o seu mandato, pois essa articulação interessa muito ao governador.

Levando-se em conta o peso do governador catarinense no PL atualmente, Costa Neto aceita perder um parlamentar.
Goetten não tem mais ambiente no PL catarinense, até porque tem votado sistematicamente com o governo Lula.

No Republicanos, que até têm representante no Ministério, tudo bem, mas no PL, que abrigou a candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro, supostamente derrotado por Lula da Silva no segundo turno, isso não é aceitável.

Esse novo arranjo favorece substancialmente Jorginho Mello, que perde um correligionário, mas ganha um aliado e traz mais um partido para o seu guarda-chuva, provavelmente enfraquecendo seu antecessor e desafeto político, Carlos Moisés da Silva.

Arco de influência

O ex-governador vinha, no contexto das eleições municipais, fazendo o jogo do PSD. Agora, com o Republicanos sob comando do governador, o jogo será para fortalecer, sobretudo nos grandes municípios, as candidaturas liberais.

Progressistas

Coincidentemente, na terça-feira, em Brasília, Esperidião Amin, Leodegar Tiscoski e Aldo Rosa reuniram-se com Ciro Nogueira, presidente nacional do PP. Tiscoski preside o partido em Santa Catarina, com Aldo como secretário. Ele também integra a executiva nacional há muitos anos.

Conjecturas

Na pauta, estava a perspectiva eleitoral aqui no Estado e a ratificação de que o PP vai estar no projeto de recondução de Jorginho Mello em 2026. Eles também vão estar juntos na maior parte dos municípios onde for possível a coligação neste ano.

Alinhamento

A ideia, em sintonia com os três deputados estaduais do partido na assembleia, é o PP-SC estar alinhado ao governo do estado. A conversa com Ciro foi no sentido de que o PP avance nesse entendimento, mas com espaço na majoritária.

Reeleição

A candidatura natural é a do senador Esperidião Amin.  Aliás, Jorginho e o progressista elegeram-se senadores juntos em 2018 e, em 2022, enfrentaram-se para o governo, mas agora estarão no mesmo projeto, ambos buscando a reeleição.

Respaldo

Isso já está alinhavado e com o respaldo de Ciro Nogueira, que também está em linha direta com Valdemar da Costa Neto. Afinal, PL e PP, no plano nacional, caminham juntos. Ciro Nogueira foi o último ministro-chefe da Casa Civil de Jair Bolsonaro, um dos coordenadores da campanha à reeleição, e muito próximo não só de Bolsonaro, mas também de Costa Neto. Isso vindo de cima fortalece ainda mais a tendência no estado.

Caminho

O PP já tem uma definição sobre a composição proporcional para a assembleia e a Câmara em 2026. Ficou estabelecido que Leodegar Tiscoski e Aldo Rosa ficam em fina sintonia com os filhos do governador, Bruno e Felipe Mello.

Quarteto

Todas as conversações com vistas ao pleito de outubro deste ano estão sendo realizadas pelos quatro, e quando a conversa exige encaminhamento de cúpula, entram no circuito Jorginho Mello e Esperidião Amin, que estão fechadíssimos.

Águas passadas

Eventuais rusgas eleitorais de 2022 estão superadas.  PP e PL caminham juntos para 2026. Agora soma-se ao projeto a articulação do Republicanos sob a órbita e controle do PL catarinense, presidido pelo atual governador.

Liderança questionada

Por Cláudio Prisco Paraíso
06/06/2024 - 09h36.Atualizada em 06/06/2024 - 09h37

Transcorridos um ano e meio do governo Lula e um pouco menos de Décio Lima à frente da poderosa estrutura do Sebrae nacional, com seu orçamento bilionário, observamos algumas questões. Apesar das atividades realizadas por Décio Lima, que abrangem todo o país, petistas em conversas reservadas questionam a efetividade da presença dele diante do Sebrae.

Até que ponto essa liderança beneficia o PT catarinense, considerando seus projetos eleitorais, as eleições municipais desse ano e o pleito majoritário de 2026?

No início desta semana, Décio Lima esteve reunido para discutir a liberação de recursos de crédito, mas não se sabe até que ponto esses encontros proporcionarão resultados efetivos. Rendem notícias, fotos e posts, mas lá na ponta, dará retorno político?

A preocupação dos petistas estaduais é grande, pois o governador Jorginho Mello, por exemplo, tem comandado o PL com firmeza e sua administração tem tido boa performance, reforçando o partido para as eleições de outubro, que serão uma prévia de 2026.

Estrutura vermelha

Por outro lado, a atuação de Décio Lima no Sebrae não parece ter fortalecido o PT em Santa Catarina. Mesmo com uma reunião marcada para Caçador, a ação tem sido esporádica e o partido está à deriva. Pelo menos é o que transparece.

Musculatura

A preocupação converge para o número de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores a serem eleitos. Sem perspectiva eleitoral, muitos dos 20 maiores municípios catarinenses sequer terão candidatos pelo PT.

Projeções

Os cálculos mais otimistas apontam para, no máximo, duas dezenas de prefeitos, o que é muito pouco para um partido que pela primeira vez chegou ao segundo turno de uma eleição estadual, mesmo que com apenas 30% dos votos válidos no segundo turno.

Proximidade

Décio Lima tem um cargo importante e proximidade com o presidente da República, mas a presença financeira da União em território catarinense, principalmente na área de rodovias, acaba capitalizando mais o MDB do que o próprio PT. No Grande Oeste catarinense, que reúne quase 100 municípios, PT e MDB são adversários.

Alas

A insatisfação é clara entre os petistas, especialmente fora do grupo liderado por Décio Lima. Se ele não conseguir recuperar o tempo perdido e articular melhor o partido nesta reta final de pré-campanha, o movimento por uma renovação partidária pode ganhar força, buscando eleger um novo presidente para o PT catarinense.

Espaço

Resta saber se Décio Lima abrirá espaço para outra liderança ou se disputará pela terceira vez consecutiva o governo do estado. Só o tempo dirá.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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