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JBS na área

Por Cláudio Prisco Paraíso
22/05/2024 - 08h59.Atualizada em 22/05/2024 - 08h59

A gigante brasileira do setor de alimentos, a JBS, agora vai diversificar a sua atuação empresarial. A partir de julho ou agosto, através da Seara, empresa genuinamente catarinense, comprada pelo grupo liderado pelos irmãos Batista, Joesley e Wesley; ficará responsável pelo funcionamento do Porto de Itajaí.

O terminal está fechado para a movimentação de contêineres desde o final de 2022, no apagar das luzes do governo Bolsonaro.
E assim permaneceu em 2023 e em 2024 até aqui. A empresa Mada Araújo, que ganhou legitimamente a possibilidade de tocar o porto, acabou entregando os pontos.

O contrato de arrendamento provisório vai ficar por um prazo de dois anos com a JBS, inclusive a Antaq (Agência reguladora do setor portuário) já respaldou esse encaminhamento.

Paralelamente a isso será realizado um leilão para a concessão do Porto de Itajaí. Possivelmente em 2025. Nesse leilão, o prazo será de 34 anos para as operações prorrogáveis para o mesmo período. Com um detalhe: a JBS poderá participar, só que não mais através da Seara. Terá que recorrer a outra companhia do grupo.

Searas

Saindo um pouco do contexto técnico, ingressamos no setor econômico. O prejuízo foi brutal para Santa Catarina e para o Brasil. Justamente na movimentação de contêineres era onde o Porto de Itajaí se destacava. Muito. A paralisação foi trágica sob o aspecto financeiro.

Política

Mas vamos refrescar a memória no segmento político. Décio Lima, amigo, correligionário e compadre de Lula da Silva, nomeado pelo presidente de plantão para a presidência nacional do Sebrae, entidade que tem orçamento maior do que a maioria dos ministérios espalhados pela Esplanada em Brasília, é natural de Itajaí.

Pé lá

Embora Décio tenha construído carreira política em Blumenau, sendo vereador e prefeito por dois mandatos. Ele também foi deputado federal.

Isolamento

Concorreu ao governo de Santa Catarina já em 2018, sozinho pelo PT, sem sequer um partido aliado. A votação foi bisonha. Mas em 2022, no embalo da candidatura Lula, e graças à pulverização de candidaturas de centro e de direita, o petista beliscou o segundo turno. Sabia que seria derrotado pela onda conservadora no round final do último pleito estadual.

Parceria

Décio Lima teve um grande aliado no último pleito. Gelson Merisio, aquele que foi derrotado no segundo turno de 2018 para o ilustre desconhecido Carlos Moisés, eleito por Jair Bolsonaro, de quem ele se distanciou depois da acachapante vitória.

Guinada

Merisio, que não disputou mais eleições, sempre militou em partidos de direita e de centro, mas em 2022 resolveu dar um cavalo-de-pau para ajudar o PT de Décio.

Articulador nato

Ele atuou na articulação da chapa do petista, inclusive abrindo mão de uma candidatura ao Senado em favor de Dário Berger, do PSB.

Partidos

Filiado ao Solidariedade, Merisio, após passagem relâmpago pelo PSDB, em 2022, declinou até de ser vice de Décio. Mas participou de todo o processo nos bastidores.

Faz sentido

Será que o fato dele atuar já há alguns anos como conselheiro da JBS e de sua proximidade com o presidente nacional do Sebrae não contribuiu para essa operação portuária?

Por cima

Os irmãos Batista têm fortes laços com Zé Dirceu, Lula e vários líderes do PT. Obviamente. Mas considerando tudo o que passaram na Lava Jato, um freio de arrumação não faz mal a ninguém. Daí podem ter acionado seu conselheiro, Merisio, que não se deve duvidar pode ter costurado a chegada da JBS ao terminal itajaiense.

Caminhos

Operação que passou pelo governo federal e quem sabe por Décio Lima. Merisio tem tido boa convivência com o governador Jorginho Mello. O governo do Estado poderia ser um empecilho para essa solução. Merisio e Jorginho sempre se relacionaram muito bem quando eram deputados estaduais. Aliás, ambos dividiram o mandato na Presidência da Alesc.

Divisão

Um ano para cada um. Depois, Merisio se reelegeu para mais dois anos na proa da Alesc e Jorginho subiu de estadual para deputado federal em 2010.

Tudo em casa

Portanto, estamos acompanhando aí uma solução casada do governo do Estado, o PL de Jorginho Mello; a prefeitura de Itajaí, onde quem ainda está no cargo é Volnei Morastoni, do MDB; e o governo Lula, do PT. Através da articulação de alguém que circula bem em todas as frentes e que responde pelo nome de Gelson Merisio.

Alternativas conservadoras

Por Cláudio Prisco Paraíso
21/05/2024 - 09h48.Atualizada em 21/05/2024 - 09h49

Com Jair Bolsonaro inelegível até 2030, o eleitorado conservador se concentra hoje em duas alternativas viáveis: Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, que representa pouco mais de 20% do eleitorado; e Ronaldo Caiado, governador de Goiás, do União Brasil. No PL, o nome lembrado é o da ex-primeira-dama, Michelle, que ainda carece de experiência, mas poderia ser uma alternativa para vice ou então assumir uma candidatura ao Senado pelo Distrito Federal. Com boas perspectivas eleitorais.

Caiado, que foi reeleito em 2022, enfrenta o obstáculo de governar um estado de tamanho médio, mas abraçou a causa do combate à criminalidade com propostas firmes na área de segurança pública. Já Tarcísio de Freitas não se apresenta como pré-candidato à presidência, focando em seu trabalho em São Paulo. No entanto, qualquer governador de São Paulo é naturalmente especulado como candidato presidencial.

Reflexos

Em Santa Catarina, lideranças políticas de variadas vertentes ideológicas têm refletido sobre o impacto de um PL sem candidato à presidência, com Bolsonaro fora do páreo. Com Tarcísio no Republicanos e Caiado no União Brasil, com o apoio de Bolsonaro, esses dois poderiam ganhar relevância na disputa ao governo do estado, potencialmente enfraquecendo a recondução de Jorginho Mello ao Palácio Residencial, raciocinavam esses mesmos líderes.

Liberal

Ocorre que, recentemente, Tarcísio de Freitas comunicou Valdemar da Costa Neto sobre sua filiação ao PL, indicando já ter conversado com Jair Bolsonaro. A vinda de Tarcísio para o PL é positiva tanto para o partido quanto para ele, pois o PL se fortalece em São Paulo.

Números

No Congresso, o PL tem 99 deputados na Câmara e 13 senadores, enquanto o Republicanos tem 46 deputados e quatro senadores. Com a filiação ao PL, Tarcísio herda automaticamente os votos de Bolsonaro, fortalecendo o partido antes das eleições.

Desafio

A mudança de Tarcísio de Freitas para o PL, caso se confirme, além de sinalizar sua provável candidatura à Presidência, enfraquece o Republicanos e desafia Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, um partido que controla muitas prefeituras em São Paulo.

Pujante

Assim, a transferência de Tarcísio torna o PL ainda mais forte, no plano nacional. A mudança também pode diminuir o potencial eleitoral do PSD em São Paulo, afetando a estratégia de Kassab, que havia filiado mais de 90% dos prefeitos tucanos. Com Tarcísio de candidato à presidência, alinhado com Bolsonaro, vida curta para Gilberto Kassab como secretário de Governo do governador de São Paulo.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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