O Supremo Tribunal Federal tem mais sorte do que juízo. Estava emparedado, encurralado, que nem rato em guampa. Sim, porque as suas duas principais estrelas conseguiram a façanha de merecer disparos da mídia internacional, não apenas dos Estados Unidos, mas também da comunidade europeia: Alexandre de Moraes e Luiz Roberto Barroso. O falecimento do Papa Francisco serviu para tirar da pauta essa polêmica envolvendo os dois magistrados brasileiros.
Até porque lá no exterior, não existe a blindagem que prevalece no Brasil em 80% dos veículos de comunicação. Primeiro foi Alexandre de Moraes. Ele, sempre ele.
o Sioremoo dyupteVeja, por conta da negativa do Supremo Tribunal Federal da Espanha em extraditar o blogueiro Eustáquio, bolsonarista de longa data, mas que não cometeu nenhum crime, Moraes resolveu retaliar. Ou seja, o crime de opinião só existe no Brasil. E aí, como jornalista questiona o Supremo, Alexandre de Moraes, que se julga o todo-poderoso e tem exercido o papel de déspota em meio a uma tirania absoluta, resolveu extraditar o cidadão para fazer o que já havia feito anteriormente: prendê-lo.
Censura
Ou seja, liberdade de expressão zero. Censura? Sim. Só se pode falar o que o STF entende que é passível e assimilável. Simples assim.
Liberdade
Como a Suprema Corte Espanhola disse, não, porque lá tem liberdade de expressão, lá não tem censura, como também não tem crime de opinião, aí, numa outra situação completamente diferente, Alexandre de Moraes se utiliza da reciprocidade para negar a extradição de um búlgaro solicitada pelo governo espanhol. O bandido foi flagrado e preso com 52 malas de cocaína.
Piorando
E o pior, deu a possibilidade de prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica. Evidentemente que esse cidadão, se ainda não fugiu, o fará. Agora, como fazer um paralelo, um cotejamento, entre um blogueiro que tem feito críticas ao Supremo, com um criminoso e traficante internacional?
Paulada
Evidentemente que levou pau à torta e à direita. Está desmoralizado no Brasil e está envergonhando o país no exterior. E ninguém diz nada.
Covardes
E fica por isso mesmo: um Congresso acovardado, uma mídia chapa branca e os colegas do Supremo disciplinados, quietinhos. Não bastasse isso, a vedete maior, Luiz Roberto Barroso, o Barrosinho, que resolveu contestar uma reportagem do The Economist, que é a revista mundial mais respeitada, admirada e reconhecida no planeta, que questionou duramente o excesso de atribuições de Alexandre de Moraes, que vive exorbitando, que vive avançando o sinal e que mais parece o presidente brasileiro, não tendo recebido sequer um voto.
Cara de pau
E vem Luiz Roberto Barroso defender a instituição com uma carta em que ele próprio nega uma declaração que fez, quando disse em um encontro da UNE que “derrotamos o bolsonarismo”.
Canhoto
Ele negou que tinha declarado isso. Só que tem vídeos aí, à torta e à direita, que agora estão sendo reproduzidos em profusão. E fica por isso mesmo.
Mostra tua cara
Então, definitivamente, ou o Brasil acorda, ou o Congresso reage, ou, inapelavelmente, estamos caminhando para algo que tem tudo para não dar certo. Porque mais dia, menos dia, a reação virá. E quando vier, aí, efetivamente, será de grandes proporções, com consequências imprevisíveis.
Alguém tem notícias das lideranças de esquerda de Santa Catarina? Onde estão os líderes partidários do PT, do PV e do PCdoB, que formam uma federação? E o PDT, o PSOL, o PSB, a Rede Sustentabilidade? Sem falar naqueles nanicos que costumam se opor ao PT, como o PSTU e o PCO, Partido da Causa Operária. Estão sumidos, desaparecidos, não dão sinal de vida. Se escafederam.
Quais são os nomes desses partidos, ideologicamente à esquerda, que estão disponíveis para o embate majoritário estadual de 2026? Refiro-me, evidentemente, a nomes com alguma viabilidade eleitoral. De nada adianta ficar inventando nomes que não têm a menor perspectiva.
Tirando o PT, não tem absolutamente ninguém. E o PT tem um nome solitário, o de Décio Lima, que já disputou em 2018, sozinho, abrigado no seu partido, sem apoio de qualquer outra sigla à esquerda, mas que em 2022 conseguiu a façanha de ser respaldado por todas e carimbou presença no segundo turno.
Tempestade perfeita
Pela primeira vez na história de Santa Catarina, nos últimos 40 anos, desde o restabelecimento do pleito direto em 1982, um nome de esquerda chegou ao segundo turno. Décio Lima, do PT.
Quinteto
Mas só chegou. Não avançou. E também não chegou pelas forças ou pela densidade eleitoral da esquerda. Foi para o round final do pleito pela pulverização de votos das candidaturas de direita, naquela oportunidade em número de cinco.
Goleada
Jorginho Mello, que foi para o segundo turno e deu de 72% a 28% em Décio Lima, mas que também teve que disputar, no primeiro turno, com Carlos Moisés da Silva, governador à época, Esperidião Amin, Gean Loureiro e Odair Tramontin.
Fator
Só por isso, não foi pela esquerda e nem por Lula, que Décio chegou ao segundo turno.
Dueto
Ocorre que a perspectiva em 2026 é de que tenhamos no máximo duas candidaturas conservadoras, com Jorginho Mello e João Rodrigues.
Business
Ah, sim, Marcos Vieira do PSDB coloca seu nome exclusivamente para negociar, aliás, uma especialidade do tucano.
Na pista
Então, estamos aventando nomes como João Rodrigues, Jorginho Mello, ao governo do estado; Esperidião Amin, Carol De Toni ao Senado, já declarados; Amin à reeleição pelo PP; e Carol deputada federal recordista pelo PL, que está já com a candidatura apresentada.
Por fora
Há, ainda, Adriano Silva, do Novo, prefeito Joinville reeleito, mas que não assume uma pré-candidatura ao Senado.
Perspectivas
Existem outros dois nomes. Júlio Garcia e Antídio Lunelli, o primeiro do PSD e o segundo do MDB, para compor de vice. Antídio também seria opção ao Senado, até porque o Norte tem que estar na chapa. Então, as opções seriam Antídio ou Adriano Silva.
Elenco
Todos esses nomes estão elencados. Topázio Silveira Neto foi retirado, nos últimos dias, porque deixou claro que não é candidato em 2026. Vai completar o mandato para o qual foi reeleito em Florianópolis.
Articulado
Mas ele lembra o nome de Júlio Garcia para vice, como forma de trazer o PSD para a coligação liderada por Jorginho Mello, com quem Topázio já está comprometido.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.