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Muita água vai rolar ainda

Por Cláudio Prisco Paraíso
16/04/2025 - 08h16

Engana-se redondamente quem imagina que o projeto do PSD para 2026 é algo líquido e certo, no sentido de que a pré-candidatura do prefeito de Chapecó, João Rodrigues, está consumada no contexto da sucessão estadual. Várias lideranças pessedistas têm, nos bastidores, falado abertamente que o entendimento com o PL do governador Jorginho Mello ainda é possível, ainda é assimilável. E não mais em torno da figura de João Rodrigues para compor a chapa.

Até porque, em tempos de rede social, os ataques do prefeito de Chapecó, na direção do governo e do próprio Jorginho Mello, provocam estrago. Deixam marcas.
E o entendimento majoritário para o próximo ano com o João Rodrigues na chapa, por si só, poderia gerar reações entre os liberais.

Bagagem

E mais do que isso, há, também, a compreensão de que o presidente da Assembleia, Júlio Garcia, principal liderança do PSD catarinense, seria um nome capaz de aglutinar as duas forças partidárias numa solução mais plausível e palatável.

Vice

O próprio prefeito de Florianópolis, Topázio Silveira Neto, já muito fechado com o projeto de reeleição de Jorginho Mello, tem dito, sem fazer segredo, de que Júlio Garcia seria um nome perfeito para compor de vice do governador.

Manda Brasa

Mas essa vaga não pertenceria ao MDB? Já se especula, e não é de hoje, o nome do deputado estadual Antídio Lunelli, ex-prefeito de Jaraguá do Sul, na composição majoritária.

No páreo

Mas, de qualquer forma, os pessedistas alimentam essa perspectiva, até porque não seria de todo absurdo a presença do MDB com uma candidatura ao Senado ao lado, claro, do nome natural do PL, que é o da deputada Carol De Toni.

Novidade

Porém, se o Novo de Adriano Silva viesse a demonstrar interesse em compor a chapa, ou mesmo o nome do senador Esperidião Amin pelo PP? Isso tudo são conversações que vão afunilar lá na undécima hora.

Açodamento

A grande verdade é que nós estamos, há pouco mais de um ano, da deflagração da pré-campanha eleitoral de 2026.

Opção

Muita água ainda vai passar por debaixo da ponte. Também se especula que o próprio Topázio Silveira Neto poderia vir a ser o nome para compor a majoritária.

Acenando

Ele tem dito e reiterado que vai completar o mandato e vai fazer de tudo para eleger o sucessor lá em 2028. Ficaria, claro, à disposição para um aproveitamento na segunda metade do governo Jorginho desde que consolidada a reeleição do governador em 2026.

Maior colégio

A mesma situação serve, também, para Adriano Silva, que, embora tenha emitido alguns sinais de que poderia renunciar para concorrer ao Senado, o joinvilense tende, ainda, a completar os oito anos como prefeito. Projeta eleger a sua vice, Rejane Gambin, deputada federal, e fazê-la sua sucessora em 2028.

Leque

Tanto Topázio quanto Adriano seriam alternativas também para uma majoritária em 2030, além, é claro, da deputada Carol De Toni uma vez confirmada sua eleição ao Senado.

O tiroteio midiático

Por Cláudio Prisco Paraíso
15/04/2025 - 08h55

Entre quinta e sexta-feira da semana passada, os catarinenses acompanharam uma queda-de-braço entre o governador Jorginho Mello, do PL, e o ministro dos Transportes, Renan Calheiros Filho, do MDB. Seguramente, o senador Alagoano foi pressionado por lideranças petistas de Santa Catarina, deputados e, sem sombra de dúvidas, pelo presidente nacional do Sebrae, Décio Lima, a se posicionar.

Também porque o governador já havia feito alguns vídeos atacando o governo federal, pela sua ausência, em termos de obras e investimentos, especialmente rodoviários, no estado. Movimento que certamente começou a provocar grande repercussão.

Por conta disso, Renan Calheiros apareceu com uma manifestação tentando desmentir o governador, dizendo que todas as afirmações dele não corresponderiam à realidade, que o governo Lula investiu isso e aquilo em obras em 2023 e 2024. Também falou da previsão orçamentária para 2025, oportunidade na qual fez um paralelo com o governo Jair Bolsonaro, a quem Jorginho Mello é ligado.

Rebote

Claro que viria o contra-vapor do governador. Renan soltou o vídeo na quinta-feira. Já na sexta, ou melhor, ainda na quinta à noite, Jorginho Mello se manifestou, tentando desconsiderar todas as falas de Renan.

Investimentos

E mais do que isso, apresentando obras estaduais que o governo está fazendo dentro do programa Boa Estrada, além de iniciativas da administração estadual no que diz respeito à omissão e ausência da União em BRs, que são rodovias federais.

Colapsou

Um dos maiores exemplos é o colapso da BR-101 norte. Ali existe uma situação insustentável na região de Balneário Camboriú, Itapema, Navegantes, Penha, Itajaí, considerando-se, ainda, o deslocamento também via Brusque, e daí por diante.

Paliativo

Jorginho foi além. Depois gravou outro vídeo acenando com a possibilidade de uma obra, que seria uma espécie de paliativo, para o Morro dos Cavalos, onde ocorreu recentemente aquele terrível acidente.

Túnel do tempo

É um local em que o governo federal está há 11 anos para construir dois túneis e não o faz. O governador, portanto, procura uma alternativa e chegou a dizer, em uma das publicações, que está disposto a conversar com o Renan Calheiros, que pretende sentar com o ministro para achar soluções. Para resumir a história, até o secretário da Infraestrutura, Jerry Comper, que é correligionário de Renan, foi alcançado por ele nos seus disparos.

SC tem lado

Então temos aí uma guerra política num estado essencialmente conservador, onde, evidentemente, o ministro, ressalte-se, pressionado por petistas, especialmente pelo acidente do Morro dos Cavalos, veio para cima tentando neutralizar o desgaste federal e a absoluta impopularidade do governo e do próprio presidente Lula no estado.

Fumaça

Só que isso não leva a lugar nenhum. É uma disputa político-eleitoral, exclusivamente, que não vai chegar a lugar algum.

Derrotados

Quem vai ganhar ou quem vai perder, politicamente, nesse enfrentamento, pouco importa para o catarinense. Esse sim é e continuará sendo o grande derrotado, porque não havendo convergência entre os dois governos, estadual e federal, não havendo interação, diálogo, pelo menos institucional, quem perde é a sociedade catarinense. Quem será derrotado é o Estado de Santa Catarina. Simples assim. Então seria bom um pouco mais de juízo e responsabilidade para os dois lados.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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