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União Brasil sobrevive

Por Cláudio Prisco Paraíso
24/05/2024 - 08h19.Atualizada em 24/05/2024 - 08h19

O senador Sérgio Moro escapou da degola em meio à pá-de-cal na Operação Lava Jato com base em várias decisões do STF, seja de forma monocrática ou colegiada.

O que representa essa salvação no contexto partidário eleitoral futuro e seus desdobramentos em Santa Catarina? O ex-juiz foi muito claro. Continuará no União Brasil e está alinhado ao projeto presidencial de Ronaldo Caiado, governador de Goiás e seu correligionário.

Moro também fez elogios a Jair Bolsonaro, com quem não fala há muito tempo. Mas, ao mesmo tempo, apesar da ofensiva do Supremo contra a Lava Jato – o hoje senador foi a principal personalidade da Operação, que colocou freio na corrupção no Brasil naquele período -, ele ignorou as recentes decisões que sepultaram definitivamente o combate à corrupção neste país.

O político paranaense agradeceu à Justiça praticada pelo TSE em favor do seu mandato. Claramente, ele está querendo distensionar, o que não deixa de ser uma estratégia interessante.

Província

Olhando para Santa Catarina, como fica o panorama considerando o União Brasil, pilotado pelo deputado federal Fábio Schiochet e pelo ex-prefeito da Capital, Gean Loureiro? A priori, os dois não pretendem deixar o partido, que está mais próximo do PSD em linhas gerais. Não vamos particularizar as questões municipais, onde são múltiplas as variáveis e os acertos partidários.

Locomotiva

O PL, por sua vez, deve ganhar com o ingresso de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, que também é um nome para a disputa presidencial em 2026.

Vizinhança

Sérgio Moro, que é do Paraná, estado vizinho, viria a Santa Catarina participar das movimentações do UB, mesmo considerando que aqui no Estado a sigla tem proximidade com o PSD?

Recordar é viver

O PSD, nunca é demais lembrar, foi um dos alvos da Lava Jato com investigações e condenações envolvendo várias lideranças, a começar pelo chefão Gilberto Kassab. É preciso observar efetivamente até que ponto o UB vai ter relevância nas eleições municipais deste ano e também na majoritária de 2026.

Liderança

O partido não tem candidato a governador se olharmos para 2026. Teve em 2022 com o próprio Gean Loureiro, que ficou em quarto lugar. Apoiado pelo PSD. Qual será o caminho do União Brasil?

Protagonismo

Mesmo assim, com a preservação do mandato de Moro e com a pré-candidatura de Caiado, indiscutivelmente o partido não pode ser desprezado. No Nordeste, a legenda tem ACM Neto, o senador Davi Alcolumbre – cotado para retornar à Presidência do Senado – e o deputado Elmar Nascimento, o candidato preferencial de Arthur Lira à sua própria sucessão. Ao fim e ao cabo, o UB poderá estar comandando as duas Casas do Congresso, o que não é pouca coisa.

Incongruência

O problema do União Brasil nesta aproximação com o PSD em Santa Catarina é que o partido ocupa três estratégicos ministérios do governo Lula. E Caiado concorrendo à presidência em 2026 será como candidato de oposição.

Jogo zerado no contexto da Lava Jato

Por Cláudio Prisco Paraíso
23/05/2024 - 07h41.Atualizada em 23/05/2024 - 07h41

Ironia do destino. No mesmo dia em que o TSE decidiu preservar o mandato do senador Sérgio Moro, livrando-o de uma cassação que, por si só, era injusta, o STF, na figura de Dias Toffoli, resolveu anular todas as condenações, de forma monocrática, de Marcelo Odebrecht, o filho de Emílio, o amigo de Lula da Silva.

Aliás, Dias Toffoli já havia assim procedido da mesma maneira em relação à JBS. Também livrando o conglomerado dos irmãos Batista, absolutamente ligado ao PT, de forma igualmente monocrática. De uma canetada só.
De quebra, uma das câmaras do Supremo resolveu absolver Zé Dirceu, o Super Zé, o todo-poderoso petista, na mesma Lava Jato.

Ou seja, o juiz da maior operação de combate à corrupção do mundo foi salvo em seu mandato no TSE, mas, ao mesmo tempo, o STF de maneira parcialmente colegiada ou de forma individual, definitivamente colocou pá-de-cal na Lava Jato.

Calendas da história

Quer dizer, nada do que ocorreu, do que foi minuciosamente investigado, comprovado, com condenações severas nas mais variadas instâncias, vale mais. Importante lembrar que não foi apenas Sérgio Moro na Vara de Curitiba que subscreveu sentenças duras contra corruptos e corrompidos.

Colegiados

Foi também o TRF-4, com sede em Porto Alegre, o STJ e o próprio STF (com nove magistrados diferentes), confirmando e até aumentando penas na cleptocracia que foi instalada no passado e que agora voltou à cena do crime. Para usar as palavras do vice-presidente, Geraldo Alckmin, numa referência pretérita ao atual presidente da República.

Vergonha nacional

Não eram indícios, eram provas cabais, irrefutáveis que foram apresentadas. Mas os bandidos foram transformados em mocinhos. Estão livres, leves e soltos. E dando discurso.

Projeto vermelho

Zé Dirceu deve ser candidato a deputado federal em 2026. Vejam só. Tantos outros já estão aí habilitados a disputar, como Eduardo Cunha, que, assim como o petista, foi preso.

Poço sem fundo

Depois da Lava Jato, nós tivemos o Petrolão. Ficou comprovado o desvio de R$ 6 bilhões da Petrobras. Recursos públicos surrupiados ao erário e que retornaram aos cofres públicos.

Como assim?

Agora como todo mundo está sendo inocentado, além de figuras públicas, políticos e empresários, também empresas.

Confissão do crime

Elas que fizeram acordos de leniência, devolvendo o que foi comprovadamente desviado. A Odebrecht tinha um departamento de propinas.

Planilhas

Havia lá o nome de todo mundo, inclusive do próprio Dias Toffoli, que agora resolveu fulminar com as provas. Ele era chamado de amigo do amigo do meu pai. Ou seja, Toffoli era amigo de Lula, que era amigo de Emílio Odebrecht, pai de Marcelo. Típico balaio de siri.

Sombrio

Caminhamos para o precipício. Qual a perspectiva que um país pode ter quando um Judiciário acaba invertendo a realidade dos fatos e fulmina com investigações e condenações categóricas, peremptórias? Pobre Brasil.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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