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Agora vai

Por Cláudio Prisco Paraíso
11/03/2025 - 08h15

Costuma-se dizer que, no Brasil, o ano verdadeiramente começa após o Carnaval. Quarta-feira de cinzas, esse último final de semana, e chegamos na segunda-feira, dia 10. Trocando em miúdos, a vida se inicia, de verdade, exatamente 70 dias depois da chegada de 2025.

Mas perceba que, paralelamente a esse sentimento nacional de que as coisas só começam depois dos festejos carnavalescos, vale lembrar que janeiro é recesso. Tanto no Legislativo quanto no Judiciário. O Executivo funciona, mas devagar, quase parando.

Coincidentemente, ontem, 10 de março, foi o dia da investidura de dois novos colaboradores do governo Lula. Alexandre Padilha, remanejado da Articulação Política para o Ministério da Saúde, que ele já ocupou pelo governo Dilma Rousseff.

Foi substituído nas Relações Institucionais com o gabinete dentro do Palácio do Planalto, por quem? Pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que foi ministra-chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff.

Conexões

Então o mesmo Lula, que mandou para bem longe a sua sucessora, Dilma Rousseff – ela foi comandar o banco dos países que integram o BRICS, lá na China -, aqueles que a serviram estão voltando à ribalta do petismo.

De volta para o passado

Ou seja, é Lula da Silva engatando uma marcha-a-ré, mostrando que aquele Lula lá, de 2002, eleito e reeleito em 2006, esse não existe mais. Não vamos nem entrar no contexto econômico, porque estamos caminhando em direção ao precipício.

União

Mas a investidura de Gleisi passa para o mundo político o sentimento de que Lula vai apostar tudo na unidade do PT, e quem sabe trazendo todos os partidos de esquerda em torno da sua recandidatura em 2026.

Quinteto

E os demais partidos que integram o centrão, o MDB, o PP, o PSD, o União Brasil e o Republicanos, vamos ficar só nesse quinteto; todos esses partidos, as lideranças que gravitam em torno dessas siglas, ficaram desapontadas com a opção de Lula da Silva por Gleisi Hoffmann. Ela é uma radical, uma sectária, que pelo visto vai exercer forte influência sobre o atual inquilino do Planalto.

Fuga

Gleisi, aliás, tem tudo para afugentar esses partidos todos. É um governo que se encontra muito mal economicamente, vivendo uma absoluta instabilidade, que vai se ampliar porque dentro do PT a maior crítica à política econômica pilotada por Fernando Haddad sempre externada foi Gleisi Hoffmann. Ou seja, o quadro econômico tem tudo para se deteriorar porque ela vai sustentar mais gastos públicos para tentar restabelecer a popularidade presidencial.

Gastança

Quando na verdade isso tudo vai levar à inviabilidade do governo. Além de comprometer na raiz a governabilidade. Não apenas sob o aspecto econômico, ignorando completamente a contenção de gastos e tudo mais, mas também no contexto político, porque Lula da Silva vai perder apoios que vinha tendo.

Isolamento

Mas, considerando-se a impopularidade, considerando a fragilidade política e econômica, ele tem tudo para, em 2025, caminhar para um isolamento em contraste com o fortalecimento da corrente conservadora no Brasil.

Lista tríplice de dois

Por Cláudio Prisco Paraíso
07/03/2025 - 09h26

O governador Jorginho Mello recebeu a lista tríplice, mas com apenas dois nomes, resultado da eleição à Procuradoria-Geral de Justiça, para escolher o novo chefe do MPSC. Em última análise, o dirigente do Ministério Público em Santa Catarina concorreu a uma recondução. Estamos falando de Fábio Trajano, atual PGJ. Como candidatura alternativa, não daria para dizer que de oposição, aparece a promotora Vanessa Cavallazzi, que na eleição há dois anos, ficou em quarto lugar e agora conquistou uma belíssima votação.

À época, o procurador Fernando Comin conseguiu colocar os seus três nomes na lista tríplice, com uma diferença de dez votos entre o primeiro, Trajano, e o último. Na oportunidade, a própria Vanessa já ficou muito bem posicionada.
Comin entregou o comando do Ministério Público a Fábio Trajano, que foi nomeado pelo governador. Agora, Jorginho Mello só tem duas opções.

Retrovisor

Vanessa ficou a 31 votos de Trajano, um belo desempenho. Só que, ao natural, a tendência seria o governador reconduzir o procurador geral. Até porque ele liderou também a nominata que foi entregue a Jorginho Mello.

De cima

O que ocorre é que, nos últimos dias, durante o Carnaval, o governador sofreu forte pressão.

Brasília

Não partiu de Santa Catarina. É proveniente de Brasília, especialmente ministros do Supremo Tribunal Federal.

Quarteto

Pelo menos quatro supremas togas entraram no circuito, pedindo por Vanessa, cujo marido trabalha no gabinete do ministro Edson Fachin.

CEP

Aliás, ela já está atuando hoje no contexto do Ministério Público Federal, em Brasília. Mas, pergunta-se: o que os ministros do Supremo têm a ver com o preenchimento da vaga de Procurador-Geral de Justiça em Santa Catarina? O pedido formulado por alguém já caracteriza um movimento político.

Disfarce

Eles são magistrados e, como tal, têm que se comportar restritos aos autos dos processos a eles direcionados. Mas não, eles vivem dando entrevista, viajando para o exterior, participando de conferências, de painéis, de seminários. O que menos fazem é julgar algo de real interesse da nação.

Jurisprudência

E tem precedente do ano passado, quando Alexandre de Moraes pediu pelo terceiro da lista em São Paulo. E Tarcísio de Freitas o atendeu. Até porque o primeiro da lista, que seria nomeado pelo governador paulista, era adversário, inimigo regional de Alexandre de Moraes.

Gesto

Com esse gesto praticado pelo governador Tarcísio de Freitas, a situação foi distensionada pela absolvição de Jorge Seif, que vinha tendo seu mandato questionado.

Escaninhos

Ele ainda não foi absolvido, mas a situação já foi devidamente aliviada e está tudo bem. O seu mandato, que esteve ameaçado de ser cassado, não o será mais, embora o julgamento definitivo não tenha ocorrido.

Piada

Mas como fica a independência entre os Poderes?  Cada qual no seu quadrado! Claro, lógico. Tudo lorota.

No ar

Então, Jorginho Mello ficou um pouco, digamos, preocupado. Sim, porque a partir do momento em que o ministro do Supremo faz uma solicitação e ela não é aceita, fica implícito o seguinte recado: ó, chegando algum processo teu aqui, te prepara.

Corajosa

Em compensação, deputados, inclusive a recordista de votos, Carol De Toni, já se manifestaram para que seja observada a votação. Trajano foi o mais votado.

Atuação

Tem um histórico aqui de investigações, por exemplo, da operação Mensageiro antes de assumir o Ministério Público Catarinense, diferentemente de Edson Fachin, que foi o responsável por enterrar a Lava Jato. O contraste é gritante.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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