As conversações para a eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa já estão em curso, embora a definição ocorrerá somente no começo de fevereiro de 2025.
Já se fala em acordo entre PL e MDB, que andam conversando com uma certa frequência. A possibilidade de divisão de mandato está no ar. Seria um ano para um emedebista e outro para um liberal.
O único nome ventilado até agora é o deputado Fernando Krelling, de Joinville.
O PL teria que definir seu representante nessa possibilidade de acordo.
Enquanto o MDB tem seis parlamentares, o PL conta com uma bancada de 12 deputados.
Estamos falando, portanto, de 18 deputados. O PP tem votado fielmente com o governo. Detém três cadeiras no Parlamento, totalizando 21 deputados que já estariam se alinhando ao projeto.
Avulso
A eleição não é mais secreta, é aberta. Quem consegue os 21 votos acaba arrebanhando a maioria dos demais deputados.
Traições
Quando o voto era secreto, tudo poderia ocorrer com base nas traições. Tanto para um lado como para o outro. Já dizia Tancredo de Almeida Neves que o político é sempre muito tentado a uma boa traição.
De olho
O governador Jorginho Mello tem observado a cena, palpitando aqui e ali. O MDB está no governo, representado pelo secretário Jerry Comper, da Infraestrutura. O PP também, na figura de seu presidente estadual licenciado, Silvio Dreveck.
Pessedistas
Resta saber se essa composição contemplaria, de alguma forma, o PSD. O partido tem apenas três deputados, mas um deles muito influente, Julio Garcia. Ele presidiu a Alesc em três oportunidades.
Projeção
Esse mesmo PSD tem expectativas para 2026 na disputa estadual. Uma vez reeleito João Rodrigues, ele passa a ser um nome. Bem como Clésio Salvaro, de Criciúma, que precisa eleger Vaguinho Espíndola para projetar-se atualmente com vistas ao pleito majoritário.
Logo ali
Aí já seriam dois nomes que poderiam ser aproveitados numa composição majoritária. A presidência da Alesc para este período, em seu último ano, será combinada com o ano eleitoral de 2026 e passa a ser, naturalmente, muito cobiçada.
Hospitalizado em São Paulo desde o último final de semana, Jair Bolsonaro recebeu, nesta semana, a visita de Jorginho Mello. O governador catarinense e o ex-presidente da República estão cada vez mais próximos, em um relacionamento que tem tudo para sinalizar engajamento diferenciado de Bolsonaro aqui no estado durante a campanha municipal deste ano.
O próprio Jair Bolsonaro já deixou claro que vai dar uma atenção toda especial a quatro dos principais colégios eleitorais: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Isso se tivermos eleições no estado vizinho. Santa Catarina proporcionou a Bolsonaro, tanto em 2018 quanto em 2022, a vitória mais retumbante, proporcionalmente falando e aí considerado os 10 maiores colégios eleitorais.
Vamos refrescar a memória. Quase 76% dos votos válidos no segundo turno em 2018 e quase 70% contra Lula da Silva em 2022. Está em SC, também, o 04, seu filho, que será candidato a vereador por Balneário Camboriú.
Não custa lembrar, ainda, que também atua por aqui o 06, Jorge Seif, que o ex-presidente tem como um filho e a quem elegeu.
Agora há essa ligação íntima com Jorginho Mello. Ou seja, Santa Catarina tem tudo para ser um dos estados mais frequentados ao longo da campanha eleitoral pelo ex-presidente.
Norte
Nessa conversa de quarta-feira, já ficou mais ou menos acertada a participação de Bolsonaro num grande evento em Joinville, que é o principal município catarinense, detentor da principal economia.
Favoritismo
Lá, o prefeito do Novo, Adriano Silva, realiza uma grande gestão e é favoritíssimo à reeleição em outubro deste ano. Por que se faz essa observação em relação à Joinville?
Porque, se relacionarmos aí, 10 dos principais colégios eleitorais de Santa Catarina, Joinville e também Chapecó são aqueles em que o PL apresenta perspectivas mais desalentadoras.
Dúvida no ar
Em Chapecó, não se sabe se Bolsonaro vai participar ou não, considerando-se que ele tem uma boa convivência com o prefeito João Rodrigues, do PSD, candidato à reeleição. Muito embora seja do PSD, partido do qual Bolsonaro não quer saber de aproximação. Antes, pelo contrário, o ex-presidente tem detonado publicamente o presidente nacional, Gilberto Kassab.
O PL vai ou não lançar candidato em Chapecó?
Conservadorismo
E, se lançar, será um candidato efetivamente para entrar na disputa ou simplesmente para rachar a fatia conservadora do chapecoense? Isso aí só o tempo dirá.
Distância calculada
Voltando para Joinville. Adriano Silva não quis aproximação com Jorginho Mello e acabou fazendo uma aliança informal com o PSD. O candidato do PL será o deputado sargento Lima.
Espuma
Nos últimos dias, especularam o nome do ex-deputado Kennedy Nunes, hoje diretor-geral do Detran-SC. Apenas marola para tentar dificultar a caminhada do sargento Lima. Ele está inelegível desde o início de abril. Sem mandato, Kennedy teria que ter se desincompatibilizado no dia 5 de abril e não o fez.
Confusão
Essas especulações foram apenas para dar uma bagunçada na trincheira oposicionista, trincheira essa que está um pouco combalida. O ex-deputado federal e ex-vice-prefeito Rodrigo Coelho não será candidato. Fernando Kreeling, deputado estadual do MDB, também não está animado.
Entrincheirado
Sobrou apenas o sargento Lima. A ideia da visita de Jair Bolsonaro, ainda em junho, em Joinville, para o lançamento da candidatura de sargento Lima, visa justamente tentar aproximar algumas siglas desse projeto.
Aposta
O desafio de Bolsonaro, do PL e do próprio Lima, além do governador Jorginho Mello, é colocá-lo no segundo turno, sempre com a perspectiva de que o embate entre dois candidatos numa grande final é uma nova eleição.
Contextos
Se, em Joinville o cenário não é favorável, nos outros oito municípios-polo, o PL vai muito bem.
Nominata
Criciúma, Ricardo Guidi; Tubarão, Estêner Soratto; São José, Adeliana Dal Ponte; Itajaí, Robson Coelho. São nomes com grandes perspectivas de eleição. Repetindo: Criciúma, Tubarão, São José, Itajaí e Blumenau com Egídio Ferrari.
Quinteto
Nessas cinco, o PL é favorito e temos outros três municípios onde, dependendo do resultado, poderá se constituir também numa vitória para Jorginho Mello. Isso em Lages, onde Carmen Zanotto desponta; Florianópolis com Topázio Silveira Neto, que é do PSD, mas já está encaminhado para o PL pós-eleição; e finalmente Jair Franzner, que é do MDB de Jaraguá do Sul, onde o seu antecessor, hoje deputado Antídio Lunelli, tem também tricotado com frequência com Jorginho Mello.
Ventania
Os ventos são muito favoráveis ao PL e a Jorginho Mello. Considerando os principais municípios. Também por isso, eles desejam também criar uma perspectiva eleitoral mais favorável em Joinville, com Bolsonaro envolvido e mergulhado na campanha.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.