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Marco histórico

Por Cláudio Prisco Paraíso
19/03/2024 - 07h07.Atualizada em 18/03/2024 - 23h08

No domingo, 17, a Operação Lava Jato completaria 10 anos. Ela foi enterrada, morta e sepultada com pá-de-cal pelo STF. E com toda a pompa e circunstâncias a que temos assistido. 
O Supremo, nunca é demais lembrar, é a mesma corte que a respaldou lá no início.

No começo da Lava Jato, as supremas togas deram todo o apoio às investigações, mas como o STF passou quatro anos do governo Jair Bolsonaro abaixo de duras críticas, tendo o enfrentamento presidencial às suas decisões, esse mesmo Supremo resolveu puxar o freio de arrumação. 

E encontrar uma saída para tirar o ex-presidente do Planalto. Foi aí que as decisões da corte começaram a ganhar outro contorno. 

Desaguando na desmobilização completa do trabalho realizado. Evidentemente que a chegada de Sérgio Moro ao Ministério da Justiça contribuiu para esse cavalo-de-pau. Toda a desmobilização aconteceu para que Lula da Silva voltasse ao poder. 

Três instâncias

O petista não foi condenado apenas por Sérgio Moro. Mais três desembargadores do TRF-4 aumentaram as penas dadas por Moro. Outros cinco ministros do STJ respaldaram as decisões. Tudo sempre com o aval do STF. 

Nunca antes

A descondenação do atual inquilino do Planalto foi baseada em filigranas formais e jurídicas em cima do CEP da investigação. E culminou na libertação e no restabelecimento dos direitos políticos de Lula. 

Sem opções

Era a única alternativa do consórcio para tirar Bolsonaro do caminho. Além disso, houve uma condução absolutamente capciosa, tendenciosa do TSE no pleito de 2022. 

Ribalta

Os dois principais responsáveis pela operação Lava Jato acabaram se elegendo para o Congresso Nacional, ambos representando o estado do Paraná. Sérgio Moro foi eleito para o Senado pelo União Brasil (UB), e Deltan Dallagnol, anteriormente associado ao Podemos e agora filiado ao Novo, conquistou a maior votação na eleição para deputado federal no Paraná.

Degola

Deltan já foi eliminado. Literalmente imolado numa forçação de barra absoluta do TSE. Moro está na marca do pênalti. Esta semana, a Justiça Eleitoral deve se manifestar sobre seu futuro. Há quem considere a cassação dele inevitável.

Presença
 
Santa Catarina recebeu, no fim de semana, Deltan Dallagnol. Ele foi um dos palestrantes do painel intitulado "Brasil que somos para o Brasil que queremos."

Parlamentar

Evento que também contou com o deputado Gilson Marques, igualmente filiado ao Novo. A propósito,  Dallagnol é um nome lembrado para a disputa à prefeitura de Curitiba. E até mesmo para uma eventual eleição suplementar ao Senado. 

Incredulidade

Questionado, ele foi categórico: não acredita na cassação de Moro. Assim como o próprio Lula da Silva já teria dito reservadamente. Qual o sentido em cassar um apagado senador para que Bolsonaro eleja outro nome mais ligado a ele?

Medindo forças

Mas a leitura é a seguinte: talvez não cassem nem Moro, nem Jorge Seif em Santa Catarina, onde Bolsonaro também teria tudo para eleger um novo senador. Isso poderia reforçar ainda mais o PL, enfraquecendo o PT. Produziria, evidentemente, reflexos em outubro deste ano e em 2026.

O PIB e o peso político em SC

Por Cláudio Prisco Paraíso
16/03/2024 - 09h03.Atualizada em 16/03/2024 - 09h03

Como todos sabemos, o ano é tipicamente eleitoral. Santa Catarina, com seus 295 municípios, terá uma eleição eletrizante. Já abordamos aqui que nos centros urbanos, nos maiores colégios eleitorais, a tendência é de uma relativa nacionalização do pleito. Tendência em viés de alta. 

Especialmente se o senador Jorge Seif Júnior (PL) vier a ser cassado pelo TSE e a eleição suplementar para a escolha do novo representante catarinense na Câmara Alta ocorrer paralelamente ao embate municipal. 

E agora temos os números oficiais do PIB dos principais municípios catarinenses. 

O ranking é relativo ao exercício de 2021. Esses dados sempre são apurados e levam um pouco mais de tempo para se ter a compreensão da força econômica de cada cidade. 

Talvez por isso Itajaí, que está com o porto fechado para contêineres há mais de um ano, aparece à frente de Joinville, o maior município catarinense. 

Porte

Itajaí tem R$ 47,7 bilhões de PIB. A cidade aparece nos calcanhares com R$ 45 bilhões. Mas, considerando-se essa situação do Porto, muito provavelmente no levantamento de 2022, Joinville já terá reassumido a liderança.

Outro patamar

Florianópolis, a terceira economia do estado, tem um PIB de menos da metade de Itajaí: R$ 23,5 bilhões. 

Quarteto

Depois vem Blumenau com R$ 20,5 bilhões. Equilíbrio entre quinto e sexto lugares: São José e Chapecó. Na sequência aparecem Jaraguá do Sul, Criciúma, Brusque e, em décimo lugar, está São Francisco do Sul. Não é coincidência. São Chico também é uma cidade portuária. 

Top 15

Palhoça (11), Araquari (12), grandes investimentos com a chegada da BMW, e depois temos Balneário Camboriú, Lages e Navegantes (15). Ali é a cidade da Portonave. 

Potência

Ou seja, o ranking deixa muito claro como um terminal portuário influencia, para cima, o desempenho das cidades na contagem da riqueza catarinense. Esses seriam os 15 principais municípios relativamente ao PIB. Após surgem outras cidades que sempre foram colocadas entre as principais potências políticas, mas que não estão no topo da economia.

História

Pela sequência, a partir do Décimo Sexto lugar surgem Tubarão, Caçador, São Bento do Sul, Concórdia, Gaspar, Rio do Sul, Indaial, Içara, Videira e Itapema. 

Dados cruzados

Portanto, com esse retrato econômico e considerando-se o potencial político do contingente eleitoral, nós teremos este ano uma eleição em SC que será determinante para já sinalizar as perspectivas eleitorais do pleito estadual de 2026.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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