O PSDB de Santa Catarina realizou, na última quinta-feira, um evento reunindo 500 integrantes. Uma rodada representativa, abrilhantada por duas figuras nacionais: Marconi Perillo e Aécio Neves, dois ex-governadores. O mineiro, aliás, já foi candidato à Presidência da República. Em 2014, chegou ao segundo turno.
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Por pouco mais de 3 milhões de votos, ele não bateu Dilma Rousseff, cujo segundo mandato foi breve devido à cassação, dando lugar a Michel Temer. Aécio, aliás, também já presidiu o PSDB nacional. Perillo governou Goiás em quatro oportunidades. Em 2022, contudo, tentou o Senado e perdeu. Hoje ele pilota a legenda. Aécio também já foi senador, presidente da Câmara e duas vezes governador de Minas; hoje é um mero deputado, do baixo clero.
Vácuo
Quem mais tem o PSDB nos dias de hoje? José Serra está fora da vida pública. Ele, que foi prefeito, governador de São Paulo, senador e candidato a presidente.
Socialista
Geraldo Alckmin trocou de camisa, saindo do ninho e alistando-se no PSB. Fernando Henrique Cardoso não se manifesta mais. Nem escreve artigos. Parece estar numa fase avançada da sua vida.
Engomadinhos
O PSDB não tem mais ninguém com forte liderança popular ou conteúdo diferenciado. Aos poucos, a sigla vai desaparecendo, tanto no nível nacional como no estadual.
Trajetória
O partido comandou o país por oito anos com FHC. Depois, disputou outras cinco eleições, perdendo todas. Duas com Serra, duas com Alckmin e uma com Aécio.
Esquerdinha light
Com o advento de Jair Bolsonaro, o PSDB desidratou, desapareceu. Em Santa Catarina, o partido já teve senador com Leonel Pavan, que foi vice-governador e governador em mandato-tampão por pouco mais de nove meses.
Herança
Dalírio Beber também foi senador. Chegou à Câmara Alta após a morte de Luiz Henrique da Silveira, cumprindo quatro anos em Brasília.
Revoada
O PSDB também já teve várias prefeituras importantes. Até recentemente, aliás, quando observamos Clésio Salvaro, de Criciúma, que deixou o ninho e filiou-se ao PSD. Assim como o sulista, várias outras lideranças saíram do ninho. Como o prefeito reeleito de Concórdia, Rogério Pacheco, que deve assinar ficha no PSD até o final do mês.
Suplência
Geovania de Sá está no exercício do mandato de deputada federal graças à investidura de Carmen Zanotto na Secretaria de Saúde. Mas voltará logo à condição de suplente. Carmen terá que deixar a Saúde para disputar a prefeitura de Lages.
Batendo asas
Os tucanos têm apenas dois deputados estaduais. Vicente Caropreso, contudo, vai bater em retirada na janela de março de 2026. Vários partidos querem o jaraguaense. Sobrará Marcos Vieira, o presidente do diretório estadual, que também já deixou claro que não buscará um sexto mandato para a Assembleia Legislativa. Ou seja, o partido definha à luz do dia.
Em primeiro de janeiro do ano passado, assumiram os novos governadores, parte do Senado, os deputados federais e o presidente da República.
O primeiro semestre geralmente é uma espécie de carência para os eleitos tomarem pé da situação, especialmente no Executivo. Transcorrido o primeiro semestre, em Santa Catarina já foi possível perceber movimentos aguçados do PSD, do PL, do PP e até do MDB.
Foram os quatro partidos que efetivamente imprimiram um ritmo mais acelerado de novas adesões, filiações de potenciais candidatos às prefeituras, reforços para as chapas proporcionais e por aí vai. Destaque maior para o PL, presidido pelo governador, e para o PSD, que hoje encarna efetivamente a principal oposição ao atual governador.
Zero
E o PT? Não se têm notícias, não se vê absolutamente nenhuma articulação coordenada com vistas às eleições deste ano.
Liderança de gabinete
Assim como Jorginho Mello, Décio Lima, que foi derrotado pelo liberal no segundo turno de 2022, preservou o comando do PT estadual, apesar de ficar muito mais em Brasília e viajando pelo mundo na condição de presidente nacional do Sebrae. Não se vê Décio Lima se movimentando para reforçar o PT no contexto estadual.
Quarteto
Não estamos fazendo alusão à bancada estadual, que é atuante. Os quatro – Luciane Carminatti, Neodi Saretta, Fabiano da Luz e Padre Pedro – têm atuação focada e equilibrada.
Dupla
Em 2022, o partido elegeu um segundo federal com a eleição de Ana Paula Lima. Pedro Uczai foi reeleito à Câmara.
Localização
Destes seis mandatos vermelhos, cinco são do Oeste. O partido hoje é nitidamente voltado para essa região de Santa Catarina, muito embora Décio e Ana Paula sejam do Vale do Itajaí.
Fincou o pé
Foi justamente ali que Jair Bolsonaro conquistou sua vitória mais expressiva entre o eleitorado catarinense. Aliás, o Vale do Itajaí é a região mais bolsonarista do país. Blumenau é a base de Décio Lima, que nasceu em Itajaí mas fez carreira na terceira maior cidade do estado.
Decepção
Mas tanto numa cidade quanto na outra, a votação de Lula foi absolutamente decepcionante, frustrante sob todos os aspectos.
Fraco
Isso enfraquece o PT porque seu presidente e principal nome ocupando cargo na esfera federal não têm o controle sobre o quintal.
Cara de paisagem
E mais. Não se vê o comando petista se preparando para enfrentar o pleito deste ano. O que é presságio de um resultado extremamente negativo para o partido do atual inquilino do Planalto. Desastre antevisto até mesmo por lideranças do partido. Também porque Santa Catarina é o estado mais conservador do Brasil.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.