Mais um factoide do governo Lula, agora no contexto econômico. Foram semanas, até mesmo meses, de seguidos adiamentos no que diz respeito ao corte de gastos que vinha sendo prometido pelo governo federal para tentar arrumar a casa e segurar o estouro da boiada.
Afinal, a dívida pública está absolutamente fora do controle. Mas o que se viu, esta semana, em Brasília, foi um ministro da Fazenda anunciando, segundo o próprio O Globo, jornal sabidamente engajado na causa ditatorial do consórcio, em editorial, um pacote tímido e insuficiente no que diz respeito ao plano de controle de gastos.
O veículo de comunicação, tradicionalmente atendido pelo governo Lula, com fartas verbas publicitárias, chegou a dizer que o governo demorou para apresentar proposta com medidas requentadas, sem nenhuma mudança estrutural efetiva.
Ah, tá
E foi além. Disse também que a pressão inflacionária é uma consequência natural na medida em que a moeda brasileira, o Real, a cada dia se enfraquece e é desvalorizada. O mercado reagiu com mau-humor a ponto de colocar o dólar a R$ 6, patamar jamais visto na história.
Até parece
Ah, mas o mercado é contra o governo Lula! Nada disso. Nem o governo Lula é contra o mercado. Aliás, ele e seus camaradas sabem muito bem-fazer o jogo do mercado, dos banqueiros. No discurso, ele se apresenta como o pai dos pobres para fazer média com aquela população mais desfavorecida. Mas, na verdade, o anúncio de ontem é uma falácia e um verdadeiro engodo.
Estratosfera
Claro, porque diante da situação posta, com os juros que vão continuar nas alturas. Teremos impacto na renda, no emprego, no investimento e, consequentemente, no desaquecimento da economia. É o tal ciclo vicioso.
Bolso alheio
Por que tanto o mercado quanto a opinião pública estão com o pé atrás, mas o que efetivamente o governo fez? Cortou na própria carne? Negativo.
Abismo financeiro
A gastança continua, o estouro da boiada está aí e o que se presencia são gastos exorbitantes pelo paquiderme que é o governo Lula. Não só nas viagens, mas nos gastos da máquina. E o mercado não tolera isso.
Fora dessa
Isso afugenta investimentos externos, é uma cadeia que, somada à chegada da inflação faz com que o poder aquisitivo do brasileiro seja aniquilado e isso já fica evidenciado nessa última pesquisa do Instituto Paraná, uma pesquisa abrangente, uma pesquisa ampla, mostrando um cenário futuro, mas também fazendo uma avaliação do governo Lula.
Reprovado
A pesquisa foi concluída na última segunda-feira com mais de duas mil amostras nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. O governo do petista está com uma reprovação de 54%.
Até ele
Jair Bolsonaro, numa disputa de segundo turno com o atual presidente, está três pontos à frente. O ex-presidente, vale lembrar, está inelegível. Mesmo assim, no contexto regional, Lula perde para Bolsonaro em todas as regiões, com exceção do Nordeste. Ali é o seu curral eleitoral. Já no Sul do país, Santa Catarina, incluída, é de lavada a vantagem de Bolsonaro. E não só de Bolsonaro.
Alternativas
Quando o cenário é substituído com outras candidaturas, seja de Michelle Bolsonaro, seja de Tarcísio de Freitas, ou mesmo Ratinho Júnior, Ronaldo Caiado ou Romeu Zema, a alma mais honesta deste país perde tanto no Sul quanto no Sudeste, além do Norte e do Centro-Oeste.
Ou seja, disparou o alarme, o alerta, no governo Lula. E ainda mais com os anúncios de ontem, as perspectivas são periclitantes.
O deputado Júlio Garcia, do PSD, aproveitou a Assembleia itinerante em Chapecó para lavrar um tento eleitoral estratégico na sua pretensão de buscar a presidência do Legislativo Estadual pela quarta vez. Lá, o pessedista reuniu-se com os deputados do PP, que são três: Altair Silva, representante do Oeste, particularmente da capital regional, Chapecó; e os outros dois do Sul do Estado, mesma base eleitoral de Garcia. São eles Pepê Colaço e Zé Milton.
A bancada fechou em torno do projeto de Julio Garcia. Vale lembrar que o PP está representado no governo Jorginho Mello na figura do ex-presidente da Assembleia, Silvio Dreveck, titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
O governador pode protestar a respeito? De modo algum. Sim, porque ele se reuniu recentemente com a bancada do PL e, quando questionado sobre a eleição da Assembleia, disse que não iria se envolver.
Logo, liberou os próprios correligionários liberais que integram a bancada do partido que ele preside em Santa Catarina. A grande verdade é que Jorginho Mello não tem o controle nem mesmo sobre os liberais. Imagina-se, quanto mais em relação aos progressistas e até mesmo em relação aos emedebistas. A bancada do Manda Brasa, que é de seis, está rachada ao meio, registre-se.
Palavra dada
Três parlamentares desejam que o governador cumpra com a palavra, no sentido de assegurar os dois anos para o MDB na proa do Legislativo Estadual. Os outros três estão alinhados com Júlio Garcia. A convergência do sexteto emedebista é no sentido de que estão fechados, sim, na permanência e ampliação da participação do partido no governo, saindo de uma para três secretarias.
Tudo liberado
Mas, em relação a Assembleia, é racha nas hostes do MDB. Como Jorginho Mello prometeu dois anos para o MDB no Legislativo, se depois, com os deputados do seu próprio partido, liberou a bancada?
Passando dos limites
Na próxima semana, o MDB tem mais uma rodada para definir essa arrastada e interminável novela da composição do governo. Isso no que diz respeito à ampliação dos espaços do MDB. Uma parte da bancada vai cobrar do governador os dois anos na presidência da Alesc e a outra vai ficar quieta. Ocorre, no entanto, que o governador prometeu aquilo que não tem como entregar. Simples assim.
Penetração
A grande verdade é que a candidatura de Júlio Garcia, além de favorita, é inquestionável sob o aspecto interno porque ele leva votos do PL, do MDB, os três do PP, os quatro do PT e de várias outras bancadas de esquerda, como o PDT, que tem um representante.
Máquina de calcular
Julio Garcia já tem os votos necessários, essa que é a grande verdade. Sabendo disso, o governador não quis arriscar uma queda-de-braço porque perderia, como já aconteceu em fevereiro de 2023.
Chicana
Ali, o governador livrou-se de uma derrota maior justamente pela concessão feita pelo próprio Júlio Garcia e por Mauro de Nadal, que foi eleito com o apoio e o respaldo do pessedista.
Influência
Aliás, deputados de todas as bancadas devem atenções a Júlio Garcia, justamente pelos seis anos em que já comandou o Legislativo. E, ao que tudo indica, o parlamentar vai conseguir a proeza de emplacar oito anos pilotando o Parlamento catarinense.
De Brasília
Só uma única situação tira a presidência de Júlio Garcia a partir de fevereiro de 2025. Um fator externo, tipo a retomada das investigações da Operação Hemorragia, desdobramento da Operação Alcatraz, que, lá em 2019, acabou levando Júlio Garcia à prisão domiciliar.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.