Após dias que já se passaram desde o decreto de sua prisão domiciliar, interlocutores de Jair Bolsonaro observaram na última sexta, 15 de agosto, ao blog, que o ex-presidente voltou a enxergar uma luz no fim do túnel.
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Durante bate-papo com alguns assessores parlamentares na Alesc, eles observaram que as constantes ações de seus aliados no Congresso recolocou a anistia no centro do debate político, reacendendo a esperança de recuperar seus direitos políticos.
A estratégia também agora passa por convencer o Centrão a embarcar na ideia em troca do fim do foro privilegiado — algo que mexeria diretamente com os inquéritos sobre parlamentares.
Ao mesmo tempo, a pressão externa de Donald Trump tem reforçado esse cenário. O tarifaço de 50% contra o Brasil e a aplicação da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes mostraram que o presidente americano está disposto a usar seu peso para defender Bolsonaro e constranger as instituições brasileiras.
Segundo eles, o capitão aposta que a combinação entre rebelião interna e pressão internacional pode, cedo ou tarde, forçar uma reviravolta. Resta saber se a realidade confirmará essa expectativa ou se a luz no fim do túnel não passará de miragem.
A recente movimentação no Senado em torno do pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes revelou muito mais do que uma simples divisão política: mostrou quem realmente está disposto a exercer sua independência.
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Entre os 81 senadores, 41 se declararam favoráveis à abertura do processo. Esses, independentemente de posição ideológica, deixaram claro que não se curvam à pressão ou à intimidação e, principalmente, que não têm “rabo preso” com o Supremo Tribunal Federal.
Por outro lado, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, deixou evidente que segue outro roteiro. Declarou que não levará adiante o pedido mesmo que todos os senadores — os 81 — assinassem em conjunto.
Tal postura não é apenas um desrespeito ao próprio regimento e à função constitucional do Senado como julgador de ministros do STF, mas também uma confissão de alinhamento automático, quase servil, ao Supremo.
No fim, a votação não aconteceu oficialmente, mas a lista dos 41 já está registrada na memória política do país. Eles mostraram que a independência entre os Poderes não é apenas discurso — é prática.
Já Alcolumbre, ao enterrar a possibilidade de debate, confirma que a presidência do Senado está mais preocupada em preservar laços com o "sistema" do que em cumprir seu papel perante a Constituição e os eleitores.
Blog do Bordignon
Em 2004, colou grau em jornalismo pela Universidade do Sul de Santa Catarina. É editor da edição impressa da Revista Única e, dos portais, www.lerunica.com.br e www.portal49.com.br.