Projeto do Hospital Universitário da UFFS, em Chapecó, avança com apoio político e social e deve se tornar referência em atendimento de alta complexidade
A criação do Hospital Universitário da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), em Chapecó, está se consolidando como uma das principais causas regionais do Oeste catarinense. O projeto reúne lideranças políticas, empresariais, movimentos sociais e a comunidade acadêmica em torno de um mesmo objetivo: ampliar o acesso à saúde pública de qualidade e fortalecer o ensino e a pesquisa na área.
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O empreendimento está orçado em cerca de R$ 260 milhões, com custo anual estimado em R$ 300 milhões para manutenção. O projeto arquitetônico, avaliado entre R$ 8 e R$ 10 milhões, deve ser apresentado após a conclusão dos estudos técnicos.
A expectativa é de que o hospital se torne um polo de atendimento público de alta complexidade, desafogando o Hospital Regional do Oeste (HRO) e reduzindo o deslocamento de pacientes que hoje precisam percorrer mais de 600 quilômetros até Florianópolis para receber tratamento especializado.
Prioridade número um do Oeste
O deputado federal Pedro Uczai (PT/SC), coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense, destacou que o hospital foi definido como prioridade máxima da macrorregião de Chapecó.
“Esse investimento representa mais do que infraestrutura. Ele devolve dignidade aos pacientes que hoje precisam viajar horas em busca de atendimento”, afirmou Uczai.
O movimento já conta com 37 moções de apoio aprovadas em Câmaras de Vereadores, o envolvimento direto de entidades regionais e milhares de assinaturas em um abaixo-assinado popular.
Apoio da sociedade civil e do setor produtivo
O projeto também recebeu o apoio do Centro Empresarial de Chapecó (CEC). Para o presidente Carlos Roberto Klaus, o hospital é uma necessidade urgente para a população.
“Quando falamos de saúde, não existem cores ou diferenças. O hospital vai atender pelo SUS, oferecer consultas e cirurgias de média e alta complexidade e, ao mesmo tempo, fortalecer o ensino e a pesquisa. Isso é desenvolvimento e qualidade de vida para toda a região”, disse Klaus.
Universidade reforça mobilização
O reitor da UFFS, João Alfredo Braida, ressaltou a importância da mobilização regional para convencer o Ministério da Educação (MEC) e o Ministério da Saúde da viabilidade da obra.
“Teremos pelo menos 150 leitos totalmente SUS e a ampliação dos cursos de medicina e enfermagem. É um projeto transformador para toda a Fronteira Sul”, afirmou.
Três terrenos próximos ao campus da UFFS estão em análise para receber o hospital, e a definição depende da aprovação final do projeto.
Apoio do Governo Federal
Em julho, técnicos da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) visitaram a UFFS e se reuniram com mais de 300 representantes da região, reforçando o compromisso do Governo Federal com o projeto.
Durante o 3º Encontro de Lideranças Municipalistas Catarinenses, em Brasília, um dossiê completo foi entregue ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que reconheceu a importância da proposta.
A visita do ministro ao Oeste, prevista para o fim de outubro ou início de novembro, deve marcar um passo decisivo na consolidação do hospital.
“Estamos construindo esse sonho de forma coletiva. É um projeto que nasce da base e já chegou a Brasília com força”, completou Uczai.