Final de semana movimentado na política. Da vizinha Argentina. A presença de Jair Bolsonaro, dois de seus três filhos e de três governadores - de São Paulo, Tarcísio de Freitas; do Rio de Janeiro, Cláudio Castro; e também Jorginho Mello, de Santa Catarina - além de vários senadores e deputados federais brasileiros deu um tom verde e amarelo à badalada posse de Javier Milei como presidente portenho.
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O que chamou a atenção foram as declarações de amor, sob o aspecto político, evidentemente, de Jair Bolsonaro na direção de Jorginho Mello. Em dois momentos, o ex-presidente deixou muito claro seu alinhamento com o mandatário estadual.
Antes mesmo da investidura de Milei, Bolsonaro falou com todas as letras que Jorginho Mello era seu governador favorito.
Depois do evento, o ex-presidente apareceu com os três governadores e pediu aplausos ao trio. O aplauso mais forte foi para o catarinense.
Por que dizemos isso? Porque está muito claro que, para Jorginho Mello não ser o candidato de Bolsonaro nas eleições de 2026, muitos erros precisarão ser cometidos.
Ocorre que o governador de Santa Catarina é um político experiente, experimentado e habilidoso.
Atento
Ele não vai perder a condição de ungido do ex-presidente. Isso sem falar no compromisso, já assumido e reiterado a vários parlamentares liberais de SC, de que Bolsonaro estará presencialmente em Santa Catarina no ano que vem, onde vai participar ativamente das eleições. A começar pelos principais centros urbanos como Joinville, Florianópolis e Blumenau.
Novidade
Sob um determinado aspecto, 2024 será bem diferente de 2020. Naquele ano, Jair Bolsonaro estava no exercício da Presidência e tinha muitas atribuições. Agora ele é ex-presidente. Terá tempo para se deslocar e trabalhar em favor de nomes liberais no varejo. Inclusive na direção de seu filho caçula, Renan, que vai disputar uma vaga na Câmara de Balneário Camboriú.
Umbilical
É indiscutível o atrelamento de SC e Bolsonaro, e vice-versa. Para desespero, não apenas do PT, mas também daqueles que embora estejam no governo Lula da Silva no plano federal, desejam pegar carona no Bolsonarismo catarinense.
Missão
Isso é impossível. Não há como conciliar. Bolsonaro é sinônimo de PL. PL é sinônimo de Jair Bolsonaro. Jorginho Mello é sinônimo de PL e Bolsonaro é sinônimo de Jorginho. E assim por diante.
Caroneiro
Aqueles, portanto, que projetam que vão sair de uma província restrita, de um contexto e sob o aspecto municipal para um projeto estadual, pegando carona em Bolsonaro, é bom sentarem. Para não se cansarem. Porque não vai ter essa carona. Simples assim.
Tamanho de cada um
Outro aspecto diz respeito às articulações de Jorginho Mello na Alesc. Não há como votar contra o governo do estado nesse pacotaço de final de ano. Até porque aqueles que poderiam pretender criar alguma dificuldade já perceberam claramente, e nos referimos ao PSD, que há votos suficientes para a aprovação das matérias sem eles.
Objeção
A única incógnita, excluindo-se o projeto que mexe no desconto previdenciário dos aposentados do estado, é se o PT vai votar contra o governo nos demais projetos. Consideremos que o PSD se alie ao PT (já estão bem juntinhos e unidos em Brasília), estamos falando de sete votos. Três do PSD e quatro do PT. Jorginho precisa de 21 para aprovar o pacote.
Submundo
Por mais que as articulações subterrâneas, do submundo da política, daqueles que estão acostumados com contratos fraudulentos, superfaturados, e viram a teta secar, tentem mudar o cenário, eles próprio já perceberam que tem que se entregar, que tem que fazer o dever de casa e votar com os demais.
Se merecem
Esse pessoal, que está sob a tutela e a batuta do chefão mafioso Gilberto Kassab e que se identificam, pelo aspecto ético e moral, com a excrescência nacional da direção pessedista, terá que se recolher às suas respectivas insignificâncias.
Tanto na Alesc quanto no Congresso Nacional, a próxima semana promete ser eletrizante. No Senado e na Câmara.
Entre os deputados, a matéria que mais chama a atenção é a reforma tributária. A matéria foi alterada no Senado e voltou à Câmara. A deliberação agora será conclusiva.
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A dúvida é se será aprovada nos mesmos termos do Senado ou haverá novas mudanças? É o enfrentamento entre o governo e a oposição.
Outra pauta importante é derrubada, ou não, do veto de Lula da Silva à prorrogação da desoneração da folha de pagamento de 17 segmentos econômicos.
Por aqui a Fiesc faz forte campanha pela derrubada do veto que atinge em cheio quem trabalha e produz.
Cinismo
No Senado, as atenções convergem para a sabatina de Flávio Dino, o Ladino. Será no dia 13. Tudo depende se teremos votação aberta ou secreta. Se estiverem protegidos pelo anonimato – mesmo sendo um processo dispendioso para o governo, com emendas, cargos e outras coisitas más – o debochado, escarnecedor, patético Flávio Dino vira ministro supremo. Um escracho, um tapa na cara dos brasileiros.
Cenário
Mesmo assim, não custa lembrar que tanto entre os senadores quanto entre os deputados há muito descontentamento em relação ao governo. Arthur Lira, por exemplo, anda incomodado. Indicou o novo presidente da Caixa Econômica Federal, mas até hoje o Planalto não liberou a nomeação das diretorias prometidas ao presidente da Câmara. São muitas e poderosas.
Empoderamento
Lira também não gostou nada de ver o governo permitir a abertura de uma CPI pelas mãos de seu arquirrival em Alagoas, Renan Calheiros.
Musculatura
Enquanto Lira controla em torno de 300 dos 513 deputados, o Palácio do Planalto não tem a metade. Bate nos 150 parlamentares aliados. E olhe lá.
Surpresa
Se o governo não se articular, poderá enfrentar adversidades na Câmara. Até mesmo no Senado.
Província
Nas duas últimas semanas do ano teremos, na Alesc, o pacotaço enviado pelo governo Jorginho Mello estabelecendo mudanças fiscais, econômicas, financeiras e tributárias. Tudo leva a crer que o governador vai conseguir aprovar praticamente todos os projetos sem maiores problemas.
Previdência
O mais polêmico, evidentemente, é o que trata do desconto de 14% de previdência dos aposentados do estado. A mordida foi aprovada no governo Raimundo Colombo com ajustes na gestão de Moisés da Silva.
Degrau por degrau
A proposta atual é a de redução escalonada do percentual, sobretudo para quem ganha menos.
Rombo
Os deputados defendem o fim, pura e simplesmente, do desconto, o que é inviável do ponto de vista da saúde financeira do Iprev. Agora, se os deputados tiverem maioria para derrotar o projeto do governo, muito provavelmente o Executivo vai se antecipar e retirar a matéria de pauta.
Sem chance
Na eventualidade de um projeto de origem parlamentar sacramentar o corte abrupto e integral dos 14% para todos os aposentados, daí esse assunto vai parar no Judiciário. Primeiro porque a Alesc não pode propor matérias que mexam no caixa do Executivo. E mais do que isso, há o aspecto da constitucionalidade e da viabilidade financeira para assim proceder como proposta dos parlamentares. Os últimos dias de 2023 prometem muito sob o aspecto político.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.