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A curva descendente do MDB-SC

Por Cláudio Prisco Paraíso
12/07/2025 - 08h35

O MDB, ao longo das últimas décadas, constituiu-se no principal partido político catarinense, até brasileiro. Mas, ficaremos restritos ao território estadual. Com o restabelecimento das eleições diretas para os estados, em 1982, houve o primeiro grande embate entre o PMDB e o PDS. O PMDB foi o sucedâneo do MDB e o PDS, da Arena, no bipartidarismo que marcou os 21 anos do regime militar.

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Naquela primeira eleição, o jovem Esperidião Amin suplantou o senador Jaison Barreto por apenas 12.500 votos. Na oportunidade, Amin era deputado federal de primeiro mandato. Em sua sucessão, a história registrou a eleição do emedebista Pedro Ivo Campos, que foi o candidato do partido ao Senado no pleito anterior e perdeu para Jorge Bornhausen por menos de 1.500 votos.

Pedro Ivo disputou a convenção com Jaison Barreto para indicação da candidatura ao governo em 1982. O governador não completou o mandato. Seu falecimento prematuro fez com que Casildo Maldaner exercesse o período final no cargo máximo de SC e acabou sucedido por Vilson Kleinübing, que derrotou outro emedebista, Paulo Afonso Vieira.

Período

Ele, aliás, foi o candidato do MDB ao longo de toda a década de 1990. Perdeu em 1990 para Kleinübing. Em 1994, venceu a parada contra a então deputada federal Angela Amin e, em 1998, perdeu para Esperidião Amin.

Histórica

Em 2002, renunciando à prefeitura de Joinville, Luiz Henrique da Silveira chegou para derrotar Esperidião Amin na reeleição, sendo reconduzido em 2006.

Longevidade

Então, observa-se como parâmetro que o MDB teve cabeça de chapa de 1982 a 2006. Depois, cedeu o espaço em 2010 e 2014, mas por uma articulação do próprio Luiz Henrique, que era o grande líder do MDB. LHS encaixou Eduardo Pinho Moreira como vice de Raimundo Colombo (filiado ao PFL à época).

Derrapada

Há sete anos, em 2018, Mauro Mariani trouxe o MDB de volta à cabeça de chapa. Ele tinha tudo para ir para o segundo turno. Até ali, a sigla sempre havia carimbado o passaporte para o segundo turno.

No caso de Raimundo Colombo, não teve candidato, mas o apoiou com o vice e ganharam as duas eleições no primeiro turno. Ocorreu que, em 2018, Mauro Mariani ficou fora diante do vendaval Jair Bolsonaro em Santa Catarina.

Ilustre desconhecido

O candidato a presidente guindou Carlos Moisés da Silva ao segundo turno, oportunidade na qual ele bateu Gelson Merísio. Para fechar, em 2022, Antídio Lunelli, empresário bem-sucedido, ex-prefeito de Jaraguá do Sul, foi buscar a candidatura na convenção do Manda Brasa.

Fileiras

Acabou derrotado internamente. Os emedebistas optaram pelo ex-prefeito de Joinville, Udo Döhler, para a vice do então governador Carlos Moisés da Silva, que sequer foi para o segundo turno.

Atualidade

Agora, em 2026, o MDB não terá candidato ao governo. Para piorar a situação, corre o risco de sequer marcar presença na chapa majoritária. Teve candidato na cabeça de chapa até 2018, em 2022, indicou o vice e, no ano que vem, está sujeito a apenas lançar chapas proporcionais à Câmara e à Assembleia.

Isso é resultado de falta de liderança para comandar e pilotar aquele que foi o grande partido catarinense ao longo de mais de quatro décadas.

João disse não a Jair Bolsonaro

Por Cláudio Prisco Paraíso
11/07/2025 - 08h31

Só agora vazou uma conversa de Jair Bolsonaro com João Rodrigues em 2023, em Brasília. O ex-presidente, já lambendo as feridas pela derrota eleitoral, e João Rodrigues se preparando para a reeleição do ano passado.

Vale lembrar que João e Bolsonaro foram deputados juntos em Brasília, sempre tricotando com muita desenvoltura. Naquela oportunidade, Jair Bolsonaro propôs a João Rodrigues que viesse para o PL, desfiliando-se do PSD, partido que tem três ministérios neste desastre mundial sob Lula III, para fazer uma dobradinha com Jorginho Mello em 2026.

Evidentemente, o atual governador, ao natural, concorrendo à reeleição, e ele, João Rodrigues, a uma vaga ao Senado. Mas alistado nas fileiras do Partido Liberal.

Um contexto em que o chapecoense nascido em Nonoai teria a perspectiva de vir a ser o nome ao governo em 2030. Essa conversa foi presenciada pelo atual senador Jorge Seif. A resposta de João Rodrigues?

Nada feito

“Não, eu continuo no PSD e lá na frente, diante do enfraquecimento político de Jorginho Mello”, que, na visão de Rodrigues, tinha tudo para realizar uma administração frustrante, “eu concorro ao governo, mas pelo PSD.”

Cheio de si

Foi uma reação cheia de autoconfiança de João Rodrigues, e que hoje deixa Jair Bolsonaro sem compromisso maior com ele. Lavou as mãos.

Câmara Alta

Até porque, já a partir de 2023, o ex-presidente começou aquele discurso de eleição do maior número possível de senadores. Desde que filiados ao PL e com alguns aliados do Republicanos aqui, do PP ali, mas, sobretudo, do PL.

Recado

Bolsonaro, inclusive, recentemente, na Paulista, falou, mesmo inelegível, mesmo não disputando a Presidência: “Me deem 50% da Câmara e do Senado, que, a partir de 2027, faremos as mudanças.”

Adversário

Como João ficou na dele e hoje se apresenta como pré-candidato concorrente de Jorginho, que pilota o PL catarinense, Jair Bolsonaro recorreu ao próprio filho, Carlos, para disputar em Santa Catarina.

Perseguição

Só que, tudo leva a crer que tanto Carlos quanto Eduardo, filhos 02 e 03, respectivamente, no andamento dos inquéritos em curso no Supremo Tribunal Federal, estarão inelegíveis.
Na outra ponta, João Rodrigues hoje está num projeto absolutamente solo. Isolamento absoluto. Nem o PSD inteiro ele tem.

Partidos

O Podemos está praticamente fechado com o governador. A legenda, comandada por Paulinha da Silva, já foi para o lado de Jorginho Mello. O Republicanos é aliado de primeira hora, o MDB e o PP também. Este último entra no contexto da federação com a União Brasil, batizada de União Progressista. O PSDB vai a reboque.

Rachado

Observa-se o enorme contraste. João Rodrigues, reitere-se, não tem sequer o PSD inteiro. Porque se o PSD não for para o lado de Jorginho, o prefeito da principal cidade administrada pelos pessedistas, Topázio Silveira Neto, de Florianópolis, ou vai para o MDB ou vai para o Republicanos, podendo ou não compor chapa com Jorginho Mello na disputa sucessória estadual como vice.

Claudicando

Mas a situação é para lá de periclitante para João Rodrigues, que, depois da gravação de um vídeo no domingo retrasado, atacando jornalistas, o governo e tantos outros, desapareceu, sumiu, escafedeu-se, submergiu. A repercussão foi péssima e ele saiu do ar. Está há dez dias sem dar uma declaração ou fazer um movimento político.

Fora do ar

Até da prefeitura de Chapecó ele se licenciou. Pelo visto, a sua estratégia de sair com dois anos de antecedência como pré-candidato pode estar fadando o seu projeto ao fracasso absoluto. Erro de cálculo que poderá custar muito caro ao pessedista.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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