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Jorginho quer distância

Por Cláudio Prisco Paraíso
04/03/2025 - 08h59

Na última sexta-feira, Lula da Silva esteve em Santos, lançando uma obra de grande vulto que promete revolucionar o interior paulista.  Foi recebido institucionalmente pelo governador Tarcísio de Freitas. Faz parte. 

Mas, além do evento administrativo em si, acompanhamos, ali, digamos, uma convivência cordial, para dizer o mínimo, entre o presidente e o governador, gerando até mal-estar nas hostes liberais. 

Especialmente na figura de Jair Bolsonaro, que publicamente não se manifestou ainda,  mas que deixou transparecer, em conversas reservadas, o seu incômodo. 

Naquele evento, Lula da Silva comentou com Tarcísio que deveria, na quarta-feira, vir a Santa Catarina  para mais um compromisso relacionado ao Porto de Itajaí. Aliás, no ano passado, na sua primeira visita ao Estado, nesse terceiro mandato, ele não foi recepcionado pelo governador Jorginho Mello.

Contumaz

O petista chegou a dizer que o governador catarinense é aquele que mais fala mal dele, o que não corresponde à realidade. Mas, de qualquer forma, Jorginho Mello evita qualquer aproximação. 

Fora dessa

Não só porque lá no governo Dilma Rousseff teve, digamos, a possibilidade de fazer indicações para cargos federais, na época deputado federal, mas porque não tem interesse de nenhuma imagem com o Lula, considerando o seu projeto de reeleição em 2026.

Incógnita

Ainda não houve confirmação, no Palácio do Planalto, acerca dessa visita do petista a Santa Catarina. Seria na quarta-feira de Cinzas. É pouco provável que ele venha, ou que a Janja o deixe vir. 

Alto Vale

Mas, se vier, novamente não será recebido, não terá Jorginho Mello como anfitrião. É porque ele já tem marcado ato de investidura de novos secretários no primeiro escalão e compromisso já agendado em Rio do Sul.

Noite e dia

Já registramos aqui sobre o aspecto institucional envolvendo Jorginho Mello. É porque Lula da Silva, independentemente de ser petista e Jorginho, liberal, é presidente da República, e o catarinense, governador.

50 anos de palanque

Agora, é bem verdade também que Lula transforma qualquer ato administrativo em palanque eleitoral, já projetando, quem sabe, a tentativa de um quarto mandato. Lula jamais saiu do palanque. 

Aqui, não

Então, digamos que a falta de sensibilidade de Jorginho acaba tendo como justificativa o excesso de exploração política por parte do inquilino do Palácio Planalto.

Aceno

Agora, a realidade é a seguinte. Jorginho, ao se posicionar dessa forma, considerando que o PL só tem dois governadores em grandes estados brasileiros, Rio de Janeiro e aqui Santa Catarina, ele agrada Jair Bolsonaro. 

Senado

Ex-presidente que, por sua vez, na semana passada, acabou dando uma atravessada nas questões regionais e catarinenses, ao sugerir dois nomes para o Senado,  duas deputadas, Carol De Toni e Júlia Zanatta. 

Duas vagas

Isso, evidentemente, criou uma dificuldade para Jorginho. O governador, 24 horas depois, deixou claro, após essa manifestação, que uma vaga ao Senado e a vice vão estar abertas a composições partidárias. Evidentemente que ele vai conversar com Jair Bolsonaro, vai acertar o baralho e não vai ter nenhum problema. Agora, a partir do momento que ele continua evitando qualquer contato com Lula da Silva, ele acaba agradando a Jair Bolsonaro.

O caudilhismo de Bolsonaro

Por Cláudio Prisco Paraíso
01/03/2025 - 09h45

Jair Bolsonaro, sendo Jair Bolsonaro. Em estado puro. Durante entrevista na terça-feira à noite, indagado sobre a situação eleitoral de vários estados, o ex-presidente começou a revelar nomes da sua preferência para concorrer ao Senado.

Agora a ideia fixa é o Senado. É ali que, em se tendo uma maioria sólida, a oposição seria capaz de reagir aos desmandos do Supremo Tribunal Federal. Não é mais prioridade a conquista de governos estaduais. Muito bem, quando chegou a vez de Santa Catarina, ele citou o nome de duas liberais: Carol de Toni e Júlia Zanatta, duas deputadas federais.

Carol obteve a votação mais extraordinária do último pleito proporcional. Foi a recordista, com quase 250 mil votos. Está no segundo mandato. Chegou tão forte na Câmara que foi guindada à poderosíssima CCJ, Comissão de Constituição e Justiça. E agora é a líder da minoria. Em pouco tempo, consolidou-se como uma das principais lideranças do PL nacional.
Um belíssimo desempenho.

Espuma e barraco

Júlia Zanatta cumpre o seu primeiro mandato. Poderíamos dizer que é uma especialista em rede social. Vive fazendo vídeos, lives e por aí vai, mas sempre com posições radicalizadas, dentro daquele ambiente beligerante do bolsonarismo, no contexto da polarização com o lulismo. Diante dessa manifestação, muitos liberais foram tomados de surpresa, mas Jorginho Mello não se fez de rogado.

Retrucou

Na quarta à noite, num evento do PL, na cidade de Içara, ele deixou muito claro que uma vaga ao Senado será destinada a composições partidárias, assim como, claro, a posição de vice-governador. Duas posições. Até porque a renovação, em 2026, será de dois terços no Senado. Duas vagas estarão em disputa.

Fim de mandato

As cadeiras em disputa serão aquelas de Jorginho Mello, hoje ocupada por Ivete Appel da Silveira, e a de Esperidião Amin. O nome natural no PL, evidentemente, é o de Carol De Toni. Disso não resta a menor dúvida. Outra questão: será que o eleitor catarinense vai querer votar em duas mulheres jovens ao mesmo tempo, para a Câmara Alta ou seria interessante mesclar o perfil?

Pilotagem

Jorginho Mello foi além, dizendo que aqui a situação será pilotada e comandada por ele. Claro que fez uma série de elogios a Jair Bolsonaro e tudo mais; e vai estar com ele, não vai se distanciar dele, como foi o caso de Carlos Moisés. Mas, o catarinense também está colocando um limite em eventual ingerência externa, como ocorreu em 2022.

Goela-abaixo

Lá, Bolsonaro impôs o nome de Jorge Seif, deixando Jorginho sem nenhuma aliança porque o PTB de Kennedy Nunes já havia fechado sua aliança com o hoje governador. Kennedy acabou acertando com Esperidião Amin. Mas agora estamos com essa situação posta.

De mal

Júlia Zanatta não foi ao evento de Içara alegando compromissos outros no município de São Ludgero. Ela, ultimamente, vem desafiando o próprio governador. Essa é a grande realidade.

Personalidade

Jorginho, naturalmente, está contrariado. E isso vai chegar aos ouvidos de Jair Bolsonaro. O nome de Júlia Zanatta só surge tendo em vista a sua ligação com o deputado Eduardo Bolsonaro, que intercede por ela junto ao pai.

Passado

Aliás, a ligação de Júlia e Eduardo é longa, pretérita e muito fora do contexto político à época. Dizemos isso porque o nome de Júlia não faz o menor sentido. O próprio PL teria outros dois nomes mais naturais, além do favorito, Carol De Toni, que são justamente os deputados Daniel Freitas, também de Criciúma, como Júlia. Ele está no segundo mandato, e a deputada Daniela Reinehr, que já foi vice-governadora, participando de uma eleição majoritária.

Uma vaga

Quem estiver apostando que Bolsonaro vai impor os dois nomes tem tudo para perder. Porque Jorginho Mello vai deixar muito claro que, para repetir o resultado de 2022, quando se elegeu um governador, um senador, onze estaduais e seis federais, é fundamental que a composição partidária seja feita, para que o PL saia ainda mais forte com apoio de outras siglas partidárias.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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