É grande a expectativa em relação ao 7 de setembro, que neste ano cai em um domingo. A data cai justamente entre as duas semanas do julgamento de Jair Bolsonaro no STF. Porque o Supremo pautou o julgamento para coincidir com o 7 de setembro? Seria para medir a reação popular?
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O articulista, particularmente, não acredita em grandes mobilizações. Já nas últimas manifestações conservadoras registramos certo ceticismo, que acabou confirmado. A perseguição imposta a pessoas comuns, que ousaram questionar o consórcio, colocou o povo brasileiro — que banca essa farra — contra a parede. Mas, voltando ao julgamento, todos sabem que não passa de uma farsa.
Roteiro
Há um rito condenatório por antecipação. E a classe política precisa prestar atenção. Se não houver reação popular, só restarão dois caminhos após a condenação de Jair Bolsonaro.
O Brasil voltou
Um caminho é o recrudescimento da realidade atual: liberdades cada vez mais comprometidas, ditadura da toga e o consórcio Supremo–Planalto operando de olho em 2026.
Covardes
O outro caminho seria uma improvável reação do acovardado Congresso. A Câmara poderia abrir o debate sobre a anistia, enquanto o Senado apreciaria o pedido de impeachment de Alexandre de Moraes, já subscrito por 41 senadores. Mas Davi Alcolumbre, parte do consórcio, engavetou o pedido, enviando-o à advocacia do Senado sem prazo de devolução.
De fora
Mas há ainda uma alternativa externa: uma intervenção mais aguda dos EUA. Sob Trump, o Tio Sam já aplicou sanções, cancelou vistos de autoridades, usou a Lei Magnitsky contra Moraes e impôs o tarifaço. Está claro que a ofensiva americana é política, não apenas comercial.
Olho por olho
Se o Congresso não reagir, novas sanções virão — possivelmente atingindo Alcolumbre e Hugo Motta. Mais taxações sobre empresas podem pressionar o setor produtivo a exigir do Congresso medidas como a anistia ou o impeachment de Moraes.
Condição
A anistia e o impedimento do ministro já são condições sine qua non para evitar que a situação financeira do Brasil, quebrado novamente pelo PT, se agrave ainda mais.
Realidade
A gestão de Lula III acabou. O país foi arruinado pela gastança, pelo descontrole fiscal e pela corrupção que voltou a explodir em estatais e fraudes no INSS.
Uma hora acaba
Como diz a sabedoria popular: não há mal que dure para sempre. Estamos chegando ao limite. É nesse momento que veremos se o Congresso reagirá em defesa da democracia ou se continuará submisso às regras ditatoriais do consórcio Supremo–Planalto.
A conferir!
A União Progressista bateu em retirada e desembarcou do governo Lula. A federação, formada pelo PP e pelo União Brasil, dois pilares do famoso Centrão, decidiu romper de maneira oficial e antecipada.
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Se entregaram os cargos com tanta antecedência — a 13 meses das eleições — é porque já não acreditam mais na recuperação de Lula III. E não se trata de jogo de cena: quem não seguir a decisão sofrerá consequências partidárias via regimento da federação, Conselho de Ética e, em último caso, expulsão. O movimento deixa em péssima situação o senador Davi Alcolumbre, presidente do Senado, alinhado ao Planalto e ao STF, peça-chave do consórcio.
Currículo
Alcolumbre é figura marcada pela dependência e pelas amarras políticas. Tem processos e interesses que o prendem ao Supremo, além de manter suas indicações em agências reguladoras, ministérios e espaços da Esplanada. Sua postura é de submissão total ao consórcio Lula-STF.
Esplanada
Agora, a pergunta é inevitável: como fica Davi Alcolumbre? Será pressionado por Antônio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP)? Ou será tratado como exceção?
Rotina
A tendência é clara: Lula enfrentará cada vez mais rupturas semelhantes. O mesmo pode ocorrer com MDB, Republicanos e, inevitavelmente, com outras siglas que hoje compõem sua base.
Incógnita
E o PSD? Com três ministérios, segue em cima do muro. Mas até quando? O presidente nacional Gilberto Kassab é homem de confiança de Tarcísio de Freitas, que já fala como liderança nacional, defende a anistia e sinaliza como presidenciável em 2026. O PSD não poderá protelar indefinidamente.
Respingos
Essa demora desgasta o partido em Santa Catarina. O caso mais visível é o do prefeito de Chapecó, João Rodrigues, que se apresenta como “bolsonarista-raiz”, mas segue atrelado a um partido que ainda apoia Lula. Contradição gritante.
Governador
Por outro lado, a saída da União Progressista favorece o governador Jorginho Mello, que consolida a federação em seu projeto de reeleição, com Esperidião Amin candidato natural à reeleição ao Senado.
Ventos favoráveis
O cenário fortalece Jorginho Mello e amplia o isolamento de João Rodrigues. O prefeito de Chapecó segue sem viabilidade, sem discurso e sem base partidária sólida.
Sua pré-candidatura, que já patina há um ano, fica ainda mais enfraquecida diante do quadro político nacional que não conspira a seu favor.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.