Governadores de Estado têm se reunido com frequência para debater a situação nacional — quadro econômico-financeiro deixado pelo governo Lula e agora agravado pelo tarifaço do governo Trump.
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Semana retrasada, Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado e Ratinho Júnior estiveram juntos. Agora, na quarta-feira, Eduardo Leite também foi incluído nas conversas.
Naturalmente, entre os governadores do Rio Grande do Sul e do Paraná, sairia uma única candidatura presidencial, já que ambos pertencem ao mesmo partido, o PSD.
Ronaldo Caiado, de Goiás, é do União Progressista — resultado da federação entre União Brasil e PP.
Há ainda Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, e Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais.
Portanto, existem, a rigor, quatro candidaturas postas. E se a escolha recair sobre um nome capaz de unir todos, só há um com essa condição: Tarcísio de Freitas.
Não apenas pela desenvoltura e preparo, ou por já ter sido ministro da Infraestrutura no governo Jair Bolsonaro, mas também por ser o governador de São Paulo — a locomotiva econômica do país, com 22% do eleitorado nacional.
Pulverização
Se Tarcísio optar por permanecer no governo paulista e disputar a reeleição, haverá proliferação de candidaturas conservadoras.
O PSD confirmaria Ratinho Júnior; o União Progressista, Ronaldo Caiado; e o Novo, Romeu Zema.
E mais: Jair Bolsonaro, mesmo inelegível ou preso, lançaria alguém da família.
Filho 01
O mais provável seria o senador Flávio Bolsonaro (RJ), primogênito, ou, circunstancialmente, Eduardo Bolsonaro (SP), hoje nos Estados Unidos — desde que esteja elegível. Tudo dependerá dos desdobramentos jurídicos e políticos.
Cenários
Ou teremos uma candidatura única com Tarcísio de Freitas, ou quatro candidaturas conservadoras, e aquela que chegar ao segundo turno — seja contra Lula da Silva, seja contra outro nome do PT ou da esquerda — receberia o apoio das demais.
Incógnita
A leitura em Brasília é clara: se Tarcísio for o candidato da unidade da direita, e se Lula chegar fragilizado politicamente e economicamente, até que ponto teria força para enfrentá-lo?
Poste
Talvez o PT seja forçado a buscar outro nome.
O “descondenado” já provou incapacidade para ocupar o cargo onde o colocaram.
Cogita-se até o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), mas o PT dificilmente aceitaria.
Os “vermelhos” teriam que encontrar outro nome.
Favoritismo
Essa questão será desdobrada mais adiante.
Mas há uma certeza: se o nome for Tarcísio de Freitas, haverá união conservadora e a luz vermelha acenderá no Palácio do Planalto, que terá de buscar a melhor estratégia para enfrentar aquele que, hoje, já desponta como o grande favorito a assumir a Presidência da República em janeiro de 2027.
O prefeito de Chapecó, João Rodrigues, está na iminência de jogar a toalha. É isso mesmo — algo que o colunista já vem prevendo há bastante tempo.
Informações que chegam ao Centro Administrativo e também ao Palácio Residencial indicam que ele busca uma saída honrosa. A ideia seria permanecer à frente da administração da chamada Capital do Oeste.
João se apresentou como pré-candidato no segundo semestre do ano passado — há cerca de um ano, portanto. Não é preciso ser gênio para constatar que a candidatura não decolou. Está patinando, desidratada, sem sustentação.
O motivo é simples: Rodrigues não tem sequer um partido plenamente comprometido com ele e, pior, não consegue levar para o projeto nem mesmo a totalidade da sigla à qual é filiado.
Caminharia, assim, para ser um “Gean Loureiro piorado” em 2026, considerando o amplo leque de apoios e partidos aliados a Jorginho Mello, que buscará a reeleição.
Permanência
João Rodrigues permaneceria na prefeitura com a garantia de que o governo do Estado bancará obras estratégicas e fundamentais para Chapecó.
Garcia lá
Paralelamente, o PSD integraria a chapa majoritária, muito provavelmente como vice de Jorginho Mello, e o nome viria do grupo político de João Rodrigues.
O mais cotado é o presidente da Assembleia Legislativa, Júlio Garcia.
Arte de construir
Essa costura política está avançada e tem tudo para se viabilizar. Conta, inclusive, com o apoio do prefeito de Florianópolis, Topázio Silveira Neto — o primeiro, registre-se, a defender publicamente o nome de Júlio Garcia para compor com Jorginho.
Frequência
Topázio, aliás, é presença constante no gabinete do presidente da Alesc.
A lógica é simples: trazendo o PSD, Jorginho economizaria posições na majoritária.
Sobram nomes
O espaço está disputado. O Novo, para apoiar o governador, via prefeito reeleito de Joinville Adriano Silva, gostaria de uma vaga ao Senado para o deputado federal Gilson Marques, já lançado como pré-candidato — ainda mais se Romeu Zema disputar a Presidência.
Outro nome na fila é Esperidião Amin, do União Progressista, além de Carol De Toni, do PL, e do MDB, que esperava indicar um companheiro de chapa para Jorginho.
Sem espaço
Com a chegada do PSD, o Manda Brasa (MDB) sobra.
Outro detalhe: União Progressista e MDB só exigiriam participação na majoritária caso João Rodrigues continuasse pré-candidato — assim, poderiam migrar para ele em caso de negativa do governador.
Brete
Agora, com o PSD ao lado de Jorginho, resta saber: o que farão progressistas e emedebistas?
Cada um lançará candidatura própria?
Ou veremos partidos que rivalizaram por cinco décadas em Santa Catarina se coligarem?
Caminho pavimentado
Fica evidente que a entrada do PSD facilita a composição para Jorginho Mello — especialmente se o ex-presidente Jair Bolsonaro insistir na candidatura de Carlos Bolsonaro (Carluxo). Nesse cenário, o governador teria de escolher entre Carol De Toni e Esperidião Amin.
Possibilidade remota
A candidatura do Novo é improvável, já que Adriano Silva não renunciaria à prefeitura de Joinville — maior município catarinense — para se arriscar em uma disputa majoritária sem coligação.
Difícil
Há quem especule que Silva poderia atrair o MDB e o PP. Pouco provável: o Novo tem regras internas que não facilitam esse tipo de composição.
Fora dessa
Somando e subtraindo, tudo indica que, na pior ou melhor das hipóteses, o MDB ficará de fora.
O articulista arrisca: se Carlos Bolsonaro não vier para SC, o projeto poderá seguir com Carol De Toni e Esperidião Amin.
Mas, caso Carluxo transfira o domicílio eleitoral para Santa Catarina, um dos dois sobrará — com Carol disputando a reeleição ou Amin concorrendo à Câmara Federal, dependendo de quem for excluído.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.