A manifestação na Paulista. Assim como ocorreu em Copacabana, claro que não foi o público de outros tempos e nem poderíamos esperar isso.
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Mas, a presença maciça, representativa e na quantidade dos que aderiram ao chamado, indiscutivelmente mostra que a direita, especialmente na figura do ex-presidente Jair Bolsonaro, ainda tem capilaridade, tem capacidade de mobilização. E ponto final.
Basta observar num comparativo com o evento convocado por Guilherme Boulos, do PSOL, há três semanas atrás, quando ele reuniu, na mesma avenida, uns gatos-pingados. E olha lá.
Lula nem pode chamar gente, porque não consegue circular por uma cidade de nenhuma região ou de nenhum estado do país, nem mesmo no Nordeste. Até porque ele está à frente de um governo incompetente e corrupto. Simples assim.
Marca
Representativo o evento, sem dúvidas. Lá estavam muitos deputados federais, senadores, deputados estaduais, prefeitos, vereadores. A destacar, a presença de sete governadores. Não foram oito porque Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, teve que ficar para liderar todo o trabalho em função das chuvas que castigaram o estado fluminense.
SC
Mas lá estavam, além de Jorginho Mello; os governadores do Mato Grosso, do Amazonas e outros quatro, que são citados como nomes referenciais para uma composição majoritária de 2026, considerando-se a inelegibilidade de Jair Bolsonaro. Inelegibilidade essa que é uma vergonha completa, mas que está aí estabelecida diante do consórcio Supremo-Planalto, consórcio que evidentemente extrapola todos os limites aceitáveis, porque é arbitrário, porque excede a qualquer situação, porque exorbita, avança sobre as atribuições dos demais poderes.
Conluio
Lula da Silva, como inquilino do Palácio Planalto, concorda com tudo, e o nosso Congresso é acovardado, infelizmente. Por isso da necessidade de colocarmos a população no asfalto. Isso é fundamental.
Dos sete governadores, quatro são lembrados para uma composição entre nomes conservadores para a disputa presidencial.
Quarteto
O governador anfitrião, Tarcísio de Freitas; o governador Romeu Zema, reeleito em Minas; o governador reeleito do Paraná; Ratinho Júnior, que é o nome do PSD; Zema é do Novo, e Ronaldo Caiado, governador reeleito de Goiás, do União Brasil.
Opções
Isso significaria que a direita está dividida? Ela só estará dividida se Bolsonaro não tiver juízo e não perceber que não dá para continuar batendo na tecla da sua candidatura, assim como fez Lula em 2018. É até compreensível, mas não é inteligente.
Obstáculo
Senão, vejamos. Na medida em que ele mantém essa posição de candidatura, ele atrapalha a estratégia da direita. Entre eles, evidentemente, que o nome natural é de Tarcísio de Freitas, embora seja o único que não tenha sido reeleito. Só que Tarcísio é governador de São Paulo, a locomotiva econômica do Brasil.
Preparado
E além de tudo isso, é o melhor candidato, com mais desenvoltura, que verbaliza de maneira mais apropriada e eficiente sob o aspecto eleitoral.
Sai fora
Então, Bolsonaro precisar deixar a ficha cair e sugerir o entendimento entre Ratinho, Caiado, Zema e Tarcísio. Simples assim. Tirar da cabeça essa loucura completa de querer lançar um filho ou a mulher, Michelle. Não é por aí porque a perspectiva de crescimento de Tarcísio é muito maior do que de qualquer outro candidato, especialmente se for um familiar de Jair Bolsonaro.
Colado
Então, Jorginho Mello, que lá estava, não vai dizer nada ao contrário em relação a Jair Bolsonaro ou uma candidatura de sua família, mas ele sabe perfeitamente que o melhor candidato é Tarcísio.
Sombra
Sem contar que em Santa Catarina o Republicanos está sob seu comando, na figura do deputado federal Jorge Goetten. Foi o governador quem administrou a transferência do parlamentar do PL, onde foi eleito, para o Republicanos, com seu irmão Juca Mello de primeiro vice.
Nos últimos dias, chegaram alguns sinais ao Centro Administrativo, sede do governo do estado, na Capital. Sinalizações de que o prefeito Adriano Silva (Novo), de Joinville, poderia estar reavaliando o seu posicionamento inicial, que era de completar o segundo mandato. E, em 2026, lançar a vice-prefeita Rejane Gambin, à Câmara Federal, para depois fazê-la sua sucessora, em 2028. Essa era a ideia.
Pelo visto, Adriano estaria avaliando a possibilidade de uma candidatura ao Senado já no ano que vem. Assim, Rejane assumiria, com a sua renúncia, na primeira semana de abril do ano que vem, e concorreria à reeleição em 2028.
Agora, uma vez confirmada essa solução, ou esse encaminhamento, isso provocaria desdobramentos internos na coligação a ser liderada por Jorginho Mello.
Fator Seif
A eventual cassação de Jorge Seif também influenciaria o quadro com vistas a 2026. Partamos da premissa de que ele não será cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em maio, por abuso do poder econômico.
Vaga
Em não sendo cassado, um nome para o Senado já é consagrado no projeto de reeleição do governador, o de Carol De Toni, do PL.
Irrecusável
Mas, Adriano, manifestando essa disposição, sendo de Joinville e prefeito reeleito com quase 80% dos votos, Jorginho Mello não teria como negar o espaço a ele.
De fora
Tendo Carol e Adriano na majoritária, não sobraria espaço para Esperidião Amin (PP), que aí poderia buscar uma composição com João Rodrigues, do PSD, pré-candidato ao governo.
Alinhamento
Aliás, já é uma tendência da bancada estadual, especialmente de Altair Silva, de Chapecó, que esteve no lançamento da pré-candidatura de João Rodrigues, no último dia 22; e falou em nome de Pepê Collaço e José Milton, que também estariam a respaldar o projeto do prefeito pessedista.
Governo
O PP, não custa lembrar, é representado no governo Jorginho Mello na figura do ex-presidente da Assembleia, Silvio Dreveck. Ele pilota a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Sustentável.
Manda Brasa
E o MDB? O MDB ficaria com Jorginho? Iria com João Rodrigues? Incógnita. Já se fala que talvez o PL vá de chapa pura ao governo. Com João Rodrigues de candidato, seria uma forma dos liberais caracterizarem dobradinha puro-sangue, a ser respaldada por Jair Bolsonaro.
Isolamento
O MDB também poderia ficar sem posição na majoritária. Inclusive, ainda no contexto do PP, o deputado Júlio Garcia, presidente da Assembleia, pré-candidato à Câmara, chegou a sinalizar a José Milton que retiraria sua pretensão para apoiar o progressista como forma de atrair o PP em favor de João Rodrigues.
Capital
Por outro lado, o PSD não tem uma boa notícia. Os pessedistas podem até atrair o PP. E quem sabe o MDB, mas pelo visto já perderam um partido. O prefeito Topázio Silveira Neto, da Capital, que é do PSD, mas deseja o partido apoiando Jorginho Mello, está trabalhando freneticamente em favor da recondução do atual governador.
Alternativa
Tanto é que trouxe para perto Paulinha Silva, do Podemos, e disse que iria apoiá-la, na Capital, à Câmara Federal, e não lançaria candidato.
Dobradinha
E ela faria dobradinha com quem? Com o chefe de gabinete de Topázio, Fábio Botelho, que assinaria ficha no Podemos. Topázio, aliás, está preparando Botelho para sua própria sucessão em 2028. Então, estamos observando aí uma série de movimentações que poderão também chegar ao União Brasil, que, a priori, está com João Rodrigues.
Fato novo
Mas, na eventualidade de Antídio Lunelli se filiar ao União, ele poderia circunstancialmente oferecer palanque como candidato a governador, o que desejou e o MDB não o cacifou em 2022.
Palanque
Antídio poderia oferecer palanque, como candidato a governador, ao presidenciável Ronaldo Caiado, ou até, no União Brasil, poderia vir a ser o vice tanto, de Jorginho Mello quanto de João Rodrigues. A conferir!
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.