Se está ruim, pode ficar ainda muito pior. Essa é a leitura para a realidade do governo Lula da Silva neste início de abril de 2025.
A última pesquisa da Quaest mostra, pela sexta vez consecutiva, a queda na aprovação do presidente da República. Em janeiro, para se ter uma ideia, havia um equilíbrio entre a desaprovação, 49%, e a aprovação, 47%. Apenas dois pontos percentuais as separavam.
Três meses depois, a aprovação despencou seis pontos, foi a 41%, e a desaprovação saltou de 49% a 56%, avançando sete pontos. Hoje, 15 pontos separam a desaprovação recorde da aprovação de Lula da Silva, colocando em xeque a viabilidade eleitoral de uma recandidatura. Outro aspecto importante: o PT ou algum outro partido de esquerda tem um nome com mais densidade? Não.
O problema é que Lula já está com a idade avançada. E mais do que isso, o seu substituto, em 2018, quando o atual inquilino do Planalto estava preso pela prática de corrupção, é o atual ministro da Fazenda, escolhido pessoalmente pela deidade vermelha.
Digitais
Ou seja, Fernando Haddad é o responsável pelo desarranjo econômico-financeiro que enfrenta o país, com o poder aquisitivo aniquilado; e, no segundo semestre, recessão chegando com toda força.
Tempestade perfeita
Desemprego, altas dos juros, situação periclitante. Sem contar que o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa; e a nova ministra da Articulação Política, Gleisi Hoffmann, fazem de tudo para abalar cada vez mais a imagem e as condições políticas internas no que tange às atribuições de Haddad. Porque um dos dois alimenta a hipótese de assumir uma candidatura.
Dupla
Rui Costa, da Bahia; Gleisi Hoffmann, do Paraná, quem sabe formando uma dobradinha? Tanto é que derrubaram o gaúcho Paulo Pimenta, ministro da Comunicação, e colocaram um marqueteiro baiano, Sidônio Palmeira, para melhorar a imagem do presidente. Mas isso foi em janeiro e já estamos em abril.
Zero x zero
Nada aconteceu, até porque as medidas econômicas, três delas que objetivavam provocar um grande impacto na sociedade, especialmente na classe média, e nos mais desfavorecidos, elas não produziram impacto algum. Foi inexpressiva a repercussão da alíquota zero para os alimentos. Isso não chega na ponta para o consumidor.
Desacreditados
O governo não merece mais confiança, está desacreditado, com a credibilidade na lona. Segunda medida: isenção de imposto de renda para aqueles que percebem até R$ 5 mil mensais, visando alcançar a classe média. Mas também não surtiu efeito.
Tunga
Por último, a linha de crédito consignado, que na verdade é a utilização do dinheiro sagrado do trabalhador, que é do fundo de garantia, o FGTS, que o governo se apropria para emprestar para esse mesmo trabalhador, com juros mais altos, favorecendo os bancos.
Outros tempos
Ocorre que o povo não é mais bobo. Não se engana mais. Lula da Silva ganhou a eleição no Nordeste e entre as mulheres. A diferença foi de pouco mais de dois milhões de votos. Hoje a situação é desesperadora.
Chega
A reprovação do petista entre as mulheres é de 53%; e no Nordeste ainda tem mais aprovação do que reprovação, mas em nível de empate técnico. E com relação ao Centro-Oeste/Norte, ele registra 52% de rejeição.
Regionalismo
No Sudeste, o índice é de 60%. No Sul, com Santa Catarina incluída, é claro, a rejeição a Lula atinge 64%. Entre os jovens que votaram maciçamente nele, 64% de rejeição; e entre aqueles que ganham até dois salários mínimos, registra-se 45%.
Abalo
Ou seja, o quadro é delicadíssimo para o presidente da República. Vamos observar o desenrolar dos acontecimentos, mas o PT, Lula da Silva, a esquerda e o Palácio do Planalto, pelo visto, precisam colocar as barbas de molho para fazer uma reavaliação do quadro político.
Os prefeitos reeleitos Adriano Silva e Topázio Silveira Neto, fechados com Jorginho Mello para o projeto de reeleição de 2026, já começam a se movimentar com vistas às respectivas sucessões. A eleição foi agora em outubro de 2024, mas a de 2026 já está logo ali. O tempo está voando.
A eleição de 2028 está marcada no calendário e na cabeça dos líderes políticos. Tudo leva a crer que nem Adriano e nem Topázio irão interromper a conclusão dos seus mandatos. A ideia é fazer quatro anos a partir da recondução e eleger os seus sucessores.
Adriano Silva já não deixa dúvidas. A sua vice-prefeita, Rejane Gambin, é o nome preferencial.
Tanto é que lá atrás, o PSD, quando fechou com a reeleição dele, nem tentou indicar o vice, até porque o próprio Jorginho Mello já havia se articulado nessa direção e acabou recebendo uma negativa de Adriano.
Dobradinha
Ou seja, para ele, Adriano Silva, é questão de honra fazer o sucessor, no caso, a sucessora. Mas, não está descartada a possibilidade de ela concorrer à deputada federal em 2026 com o apoio do Novo. A dobradinha seria com Matheus Cadorin, que já foi eleito por Adriano Silva em 2022, e hoje representa o Novo de Joinville na Assembleia.
Composição
E assim o caminho estaria aberto para 2028 em Joinville, com o PL podendo inclusive indicar o vice. Nesse caso, Adriano Silva concordaria porque ele, deixando a prefeitura, desde que Jorginho Mello conquiste a reeleição, iria integrar o colegiado com vistas a uma projeção de olho em 2030. Em Florianópolis, Topázio Silveira Neto adotou a mesma estratégia.
Nome
No início da semana, já anunciou o seu chefe de gabinete, Fábio Botelho, como candidato à Assembleia Legislativa. Certamente já preparando o caminho para sua candidatura à prefeitura de Florianópolis.
Ela
Quem sabe com a própria Maryanne Mattos, hoje sua vice, continuando na mesma posição. E com a concordância, seguramente, de Jorginho Mello, tanto aqui na Capital quanto no maior município do estado, Joinville.
Traduzindo
Ou seja, o resultado de 2024, como todos sabemos, influencia o quadro agora para o pleito de 2026. E o que sair das urnas em 2026 vai sinalizar para 2028, abrindo caminho para 2030, com protagonismo para os prefeitos das duas maiores cidades, Adriano Silva; de Joinville, e Topázio Silveira Neto, em Florianópolis.
Tripé
Ambos em fina sintonia com Jorginho Mello, que já pode estar raciocinando, uma vez reeleito, a sua sucessão em 2030, passando por um desses dois nomes. Ou pelos dois, formando dobradinha. Nesse caso, Jorginho Mello seria o candidato natural ao Senado em 2030, quando apenas uma vaga estará em disputa.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.