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Um encontro com muitas variáveis

Por Cláudio Prisco Paraíso
10/12/2024 - 08h10

O colega Upiara Boschi trouxe uma informação preciosa, de um fato ocorrido no começo da semana passada e que pode provocar mudanças no tabuleiro político-partidário eleitoral de 2026. Ele informou que houve um encontro, em São Paulo, entre Jorginho Mello e Gilberto Kassab. Na pauta, evidentemente, o quadro nacional. Kassab preside o PSD no país e Jorginho Mello comanda o PL catarinense, mas é um interlocutor privilegiado não apenas do ex-presidente Jair Bolsonaro como também do presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto.

 

Mas vamos nos concentrar no panorama estadual. O que esse encontro, essa rodada, pode, de alguma maneira, influenciar nas conversações  em curso hoje em Santa Catarina? Antes de mais nada, vamos analisar a negociação de Jorginho Mello para ampliar o espaço do PP e do MDB no governo.

Os emedebistas, inclusive, andam meio incomodados pela falta de sensibilidade do governador em oferecer uma posição mais à altura de um político do cabedal do deputado federal Carlos Chiodini que, nesta segunda-feira reassumiu o MDB catarinense.

Envergadura

Ele também é vice-presidente do partido no plano nacional, circulando com muita desenvoltura em Brasília.

PSD no governo?

Mas, convenhamos. Depois dessa conversa, mesmo que preliminar,  entre Jorginho e  Kassab, não apenas o MDB, mas também o PP começa a botar as barbas de molho.

A reboque

Ora, se há possibilidade, lá à frente, de o PSD também estar nesse projeto, não restaria a essas duas siglas outro caminho que não essa eventual coligação.

Chapa indigesta

Adversários tradicionais de 40 anos formariam uma chapa majoritária, progressistas e emedebistas? Pouco provável. Além da rivalidade histórica, quem seriam os nomes a compor uma chapa reunindo MDB e PP para 2026?

Representatividade

Mas enfim, importante apreciar mais o que representa propriamente essa aproximação entre Kassab e Jorginho Mello.  Porque o governador foi a São Paulo pelas mãos do prefeito reeleito no primeiro  turno, Topázio Silveira Neto; e também pela intermediação do secretário de Articulação  Internacional, o ex-deputado estadual e federal, Paulinho Bornhausen, de quem Kassab é amigo.

Laços históricos

Mais do que isso.  Assim como o ex-deputado carioca César Maia, Kassab é cria política de Jorge Konder Bornhausen, pai de Paulinho, que está fora do dia a dia da política. Aos  87 anos, JKB continua sendo consultado e procurado, especialmente por Kassab, que deve muito a ele. Não só pelo que ele aprendeu na arte da articulação política, mas pelos espaços que conquistou.

Respaldo

Foi Jorge Bornhausen quem o cacifou de vice de José Serra na disputa pela prefeitura de São Paulo em 2004. Depois o tucano concorreu e venceu a eleição para governador paulista.  Kassab virou prefeito da maior cidade da América do Sul. De graça.

Aprendizado

Foi candidato à reeleição e aí renovou o mandato pelos seus próprios méritos. Então, o que se observa hoje no PSD é que tem dois grupos. Não apenas aquele que comanda o partido, através de Eron Giordani, que é um preposto de quem? Dos dois principais líderes pessedistas: o prefeito reeleito de Chapecó, João Rodrigues; e o deputado Júlio Garcia, que encaminha um quarto mandato à frente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina.

Racha?

Mas agora surgem Topázio e Paulinho também articulando. Isso não pode ser desprezado nem ignorado. Ou seja, a ideia de levar Topázio para o PL ou para algum dos partidos controlados por Jorginho Mello está descartada até segunda ordem.

Hostes

Ele pode ser mais útil no PSD, inclusive atraindo prefeitos do próprio PSD para o seu grupo. E, com a  ajuda do governador, atraindo prefeitos de outros partidos, reforçando a sua própria ala partidária. Lá à frente, se o PSD buscar outro caminho eleitoral, o prefeito de Florianópolis poderia buscar abrigo no PL ou em algum outro partido vinculado ao governador.

Majoritária

Sim, porque João Rodrigues, antes mesmo de vazar a informação do encontro de Jorginho com o Kassab, reiterou que é candidato ao governo, inclusive anunciando a data da renúncia à Prefeitura de Chapecó. Por outro lado, Topázio já está  fechado, assim como Paulinho Bornhausen, com a recondução de Jorginho Mello.

Sinal claro

Para finalizar, a cereja do bolo, o encontro foi na terça. Na quarta-feira, já em Florianópolis, Jorginho Mello pratica o gesto ao declarar que seu candidato à presidência da Assembleia é Júlio Garcia. Isso certamente chegou a Kassab.  Foi uma clara, claríssima demonstração de alguém que deseja uma parceria eleitoral para 2026.

Mudanças no tabuleiro estadual

Por Cláudio Prisco Paraíso
07/12/2024 - 08h16

Temos acompanhado toda a movimentação política das últimas semanas. E foram efervescentes no estado. A verdade é que estamos caminhando já para o final da primeira metade do mandato do Presidente da República e dos governadores.

O ano de 2025, que se aproxima, é véspera da eleição nacional e da estadual. Em Santa Catarina se observa algo interessante. Temos o governador Jorginho Mello, do PL, buscando uma recomposição ou o fortalecimento dela.

Ele mira o MDB e o PP com vistas ao seu projeto de reeleição.  PSD busca, sabe-se lá exatamente como, o seu próprio caminho ou, quem sabe, lá à frente, o entendimento com o próprio Jorginho Mello. Mas o governador já encaminha o MDB e o PP, só que não se sabe se eles estarão ou não com o Jorginho Mello.

De cima

Claro que depende também do quadro nacional. Como os emedebistas e progressistas vão se comportar em relação às candidaturas? Em Santa Catarina tem, claro, a opção da esquerda. O PT muito provavelmente lançará seu candidato. Naturalmente. 

Bloco na rua

João Rodrigues já se apresentou como pré-candidato antes mesmo de Jorginho Mello falar em recandidatura. Obviamente que o governador é candidato natural à reeleição. Décio Lima anda silencioso correndo o país como presidente do Sebrae Nacional.

Terceiro turno

É uma incógnita saber se o petista conseguirá, ou não, pela terceira vez, ser o candidato do PT ao governo catarinense. Ah, mas tem o aval de Lula da Silva. Mas Ideli Salvatti também tinha em 2006, quando José Fritsch, ex-ministro da Pesca, repetiu a candidatura de 2002.

Vermelhos

Ideli só veio em 2010. Décio Lima teve um resultado bisonho nas eleições municipais deste ano. Mas vamos agora sair um pouco do contexto partidário e vamos também para nomes, pegando carona nesse raciocínio de Décio Lima. 

Quilometragem

Esperidião Amin, o político mais longevo de Santa Catarina no exercício da atividade parlamentar, disputou a sua primeira eleição direta no voto popular em 1978 como deputado federal. Eleito, à época, com a maior votação proporcional do Estado. Foram 72 mil votos. Mas ele não exerceu praticamente o mandato. 

Atuação

Acabou investido no cargo de secretário de Transportes do governo Jorge Bornhausen, o último governador a ser eleito indiretamente pela Assembleia, indicado que foi pelo regime militar.

Diretas

Na disputa pelo governo do estado em 1982, Esperidião Amin derrotou Jaison Barreto no voto popular. Vale lembrar, no entanto, que em 1976, durante o governo de Antônio Carlos Konder Reis, Esperidião foi indicado por ele para ser prefeito da Capital, merecendo a aprovação da Assembleia Legislativa.

Longevidade

Mas vamos falar agora da participação de Esperidião Amin nas eleições diretas. Estamos falando de 1978 a 2026, quando ele poderá concorrer novamente. São 48 anos. Por isso que colocamos que é o político mais longevo de Santa Catarina, além de ser o melhor senador entre os 81 da atual composição do Senado. Disparado. Sobre o aspecto da atuação, da intelectualidade e do preparo. Isso sem falar na sua honorabilidade.

Quase 80

Esperidião Amin é um nome que, nas eleições de 2026, estará prestes a completar 79 anos. Com vigor, está no auge de sua lucidez, mas enfrentará dificuldades eleitorais, na medida em que o eleitorado sofreu uma significativa renovação. Para compor a chapa de Jorginho Mello, ele precisará ser cacifado por Jair Bolsonaro. Se disputar sozinho, será difícil que se reeleja.

Quarteto

Temos em 2026 uma disputa ao governo que hoje gira em torno de quem? Jorginho Mello, João Rodrigues, alguém do PT e eventualmente alguém do Partido Novo.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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